Raquel Montero

Raquel Montero

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Encontro sobre Segurança Pública

   
  Ontem foi realizado um encontro sobre Segurança Pública, convocado pela Associação de Moradores do Complexo do Mirante, composta pelos bairros Portal do Alto, Arlindo Laguna, Jamil Seme Cury e Lacerda Chaves. O encontro reuniu a Polícia Civil através de um delegado, a Polícia Militar e moradores.
Em minha fala manifestei que responder à criminalidade com encarceramento em massa não é solução. Enquanto faltar qualidade na educação e oportunidade de trabalho, sempre haverá saída para a criminalidade e qualquer outra medida será mero paliativo.
É fundamental oferecer serviços públicos básicos que evitem que as pessoas recorram à criminalidade. Havendo essa oferta, ainda é necessário investimentos para que tenhamos uma segurança pública que tenha condições de prevenir o crime. Porém, na prática, não é nada disso que verificamos em São Paulo.
  O orçamento para a Segurança Pública em 2014 é de quase 18 bilhões. As secretarias de Educação e Segurança de São Paulo foram responsáveis por apenas 2% dos R$ 10,8 bilhões gastos com investimentos pelo governo paulista em 2013, segundo dados do Portal da Transparência estadual. Do investimento total de R$ 799 milhões disponíveis para a secretaria de Educação, o governo desembolsou somente R$ 110 milhões, até dezembro de 2013. Na Secretaria de Segurança, a dotação atualizada era de R$ 458 milhões, mas foram desembolsados R$ 108 milhões. O governo apresenta números muito mais elevados: R$ 709 milhões na educação e R$ 406 milhões na segurança. Esses números citados pela gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) são, na verdade, de valores liquidados, mas não necessariamente realizados. Normalmente, o serviço é contratado e feito o chamado empenho de despesa, a reserva orçamentária.
A Polícia Militar do estado de São Paulo é a terceira pior remunerada, com um vencimento de R$ 2.400,00.
Os baixos salários, a precariedade das instalações e das condições deixam as Polícias Militar e Civil do Estado de São Paulo desassistidas em um momento em que as duas forças são peças fundamentais na luta contra o aumento dos índices de criminalidade.
Viaturas quebradas, coletes à prova de balas vencidos e armamento defasado, muitas vezes em situação de inferioridade ao utilizado pelos bandidos, são alguns dos pontos citados por policiais militares de São Paulo.
Na Polícia Civil, os salários considerados baixos para delegados iniciantes (R$ 5,4 mil) levaram a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp) a iniciar uma campanha para incentivar delegados da ativa a fazerem concurso para trabalhar no Paraná, onde o salário inicial é de R$ 13 mil.
Segundo informações da ADPESP, a cada dez dias um delegado desiste do cargo. Em 2011, a média era de um a cada 15 dias.
O que vemos são profissionais que trabalham, mas o empenho poderia ser outro e, com isso, a agilidade e o resultado da investigação seriam totalmente melhores. A grande maioria não está feliz e muitos pensam em deixar a carreira porque não vale a pena. E não é só a vida do profissional que está em risco e, sim, de toda sua família, que acaba sofrendo ameaças e vinganças de criminosos.
Segundo as entidades, o nível salarial da polícia civil paulista está classificado em 26º lugar entre os 27 Estados brasileiros. O empobrecimento da corporação tem provocado uma enorme debandada de policiais, que optam por trabalhar em outros Estados ou simplesmente mudam de profissão.
O piso salarial do policial civil do Estado de São Paulo é de R$ 1.476,00. No último concurso realizado para vagas para Polícia Civil o vencimento divulgado foi de R$ 3.160,08.
O vencimento médio de um Bombeiro no Estado de São Paulo é de R$ 2.000,00. Esta em 8º lugar dentre os vencimentos de Bombeiros com relação aos demais estados e o Distrito Federal, sendo que o mais alto valor é pago pelo Distrito Federal, R$ 3.453,70.
Somos o estado mais rico da federação, mas, no entanto, o que nosso estado paga para profissionais que têm a função de salvar vidas, uma função altamente nobre portanto, é vergonhoso, e está atrás de vários outros estados que, por sua vez, tem menos condições financeiras que o Estado de São Paulo.

Raquel Montero

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