Raquel Montero

Raquel Montero

sexta-feira, 24 de março de 2017

Explanação em evento da Faculdade de Direito da USP




Aceitando convite que me foi feito pela Faculdade de Direito da USP, fiz uma explanação ontem no evento "Ribeirão Preto e a Crise Política", organizado pelo Centro Acadêmico Antônio Junqueira de Azevedo (CAAJA) e pelo Jornal Ócios de Ofício, ambos da Faculdade de Direito da USP.

Em minha fala abordei a política de Ribeirão Preto nos últimos meses, especialmente sobre a gestão Dárcy Vera, e como a ex-prefeita e a cidade caminharam para o ponto em que estamos, e como podíamos ou não ter evitado as consequências que estamos vivendo hoje na cidade.

O evento contou também com explanações da Defensora Pública Ana Simone e do advogado André Antonietto, além da mediação do advogado Mauricio Buosi.

terça-feira, 21 de março de 2017

Ribeirão Preto e a Crise Política

Aceitando convite que me foi feito, quinta-feira, dia 23/03, às 18h30m, estarei na Faculdade de Direito da USP para fazer explanação no evento "Ribeirão Preto e a Crise Política", organizado pelo Centro Acadêmico Antônio Junqueira de Azevedo (CAAJA) e pelo Jornal Ócios de Ofício, ambos da Faculdade de Direito da USP.

O evento vai abordar a política de Ribeirão Preto nos últimos meses, especialmente a Operação Sevandija, o fim da gestão Dárcy Vera, e as conturbações que aconteceram na Câmara Municipal. Os organizadores querem despertar a reflexão dos espectadores acerca desses assuntos, além de discutir perspectivas futuras no atual cenário, buscando soluções. O evento contará com a presença de professores da USP, de políticos da cidade, é gratuito e aberto ao público.

Mais informações veja no link da página do evento no site da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da USP; http://www.direitorp.usp.br/eventos/ribeirao-preto-e-crise-politica/

domingo, 19 de março de 2017

O discurso de Temer e a pobreza de espírito

    
Arte: Reprodução/Site Pragmatismo Político
    
    Desde o último Dia da Mulher, fico rememorando o discurso de Michel Temer. Cada vez que lembro, o fato fica pior por todos os ângulos, em todos os aspectos. Não consigo imaginar como ele conseguiu ser tão horrível. Foi de uma pobreza de espírito enorme.
    Relembrando; “Tenho absoluta convicção, até por formação familiar e por estar ao lado da Marcela, do quanto a mulher faz pela casa, pelo lar. Do que faz pelos filhos. E, se a sociedade de alguma maneira vai bem e os filhos crescem, é porque tiveram uma adequada formação em suas casas e, seguramente, isso quem faz não é o homem, é a mulher […] ela é capaz de indicar os desajustes de preços em supermercados e identificar flutuações econômicas no orçamento doméstico”.
   Em suma, para Temer, mulher entende de lar, família e supermercado, e não é papel do homem cuidar da família e dos filhos, mas sim e tão somente, da mulher.
   E o espanto não ficou só para nós. Os principais veículos de comunicação da mídia internacional criticaram a fala do atual ilegítimo presidente brasileiro.
   Para a CNN, Michel Temer foi merecidamente criticado por “elogiar as habilidades das mulheres no supermercado” em um dia que se celebra a luta histórica das mulheres por direitos.
    A rede de televisão americana também disse que o presidente foi acusado de ser machista por milhões de brasileiros nas redes sociais. A reportagem afirma ainda que o governo Temer tem recebido críticas mais amplas da população e que tem tido níveis de aprovação muito baixos desde que ele assumiu o cargo no lugar de Dilma Rousseff.
   O El País falou sobre o discurso de Temer em reportagem intitulada “O presidente do Brasil reduz o papel da mulher à casa e ao supermercado“.
   O “The New York Times” também repercutiu o assunto, com um texto chamado “Brasileiro Temer irrita mulheres com elogio às suas habilidades no supermercado”. O texto lembra que Temer assumiu em maio com uma equipe toda masculina. “Agora, seu gabinete de 28 membros tem duas mulheres”, diz.
   O jornal britânico Telegraph lembra que Temer já é impopular entre as mulheres por seu papel no impeachment da primeira presidente mulher do Brasil, por ter abolido o Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos e por ter assumido o poder com um gabinete inteiramente masculino.
   O também britânico The Independent disse que a fala de Temer foi ‘sexista’ ao lembrar que “o presidente brasileiro parabenizou as mulheres por ‘tomarem conta da casa, educarem as crianças e checarem preços no supermercado'”.
  “Especialistas em trabalho doméstico, crianças, compras: Michel Temer quis fazer um cumprimento às brasileiras no Dia das Mulheres. Mas a tentativa do presidente brasileiro saiu pela culatra”, apontou o jornal alemão “Frankfurter Allgemeine“.
  O que era para ser uma homenagem, enalteceu o papel machista, e ainda mostrou claramente a concepção que o presidente (ilegítimo e com "p" minúsculo mesmo) tem das mulheres e do papel de mulheres e homens na sociedade.
   Pensar na mulher apenas vinculada ao papel do lar é retroceder a história. O discurso de Temer foi um insulto às mulheres, às lutas e conquistas das mulheres e dos movimentos que buscam igualdade de gênero na sociedade.
   Concluo esse texto parafraseando a senadora Gleisi Hoffmann do PT, que disse; "...não é demérito nenhum o trabalho de dona de casa e o trabalho do lar, como é chamado vulgarmente na nossa sociedade, o que é demérito é a sociedade não reconhecer esse trabalho como essencial ao desenvolvimento humano, aliás, a organização da própria sociedade não reconhecer esse trabalho financeiramente, economicamente...."
  Foi Gleisi a autora de várias emendas e medidas provisórias para regulamentar a aposentadoria das donas de casa. Tais projetos da senadora resultaram em 2005 em alteração da Constituição Federal para estabelecer o direito à essa aposentadoria. O primeiro reconhecimento econômico-financeiro de um trabalho que dá sustentação à sociedade como nós a conhecemos.
    Por outro lado, foi Temer o responsável por tirar da Presidência da República a primeira mulher presidenta.
   Raquel Montero 

quarta-feira, 8 de março de 2017

Feliz dia da mulher

Para felicitar minhas iguais pelo dia da mulher, uma poesia que escrevi para defender que parem de se referir às mulheres quando estão se referindo aos homens, como se se referir aos homens já abrangesse se referir às mulheres;



Igualdade de gênero na palavra também





A gente fala
pede
reivindica
igualdade de gênero
nas relações
no trabalho
no salário
em que tudo que se pratica


mas já na escrita
no texto
no manifesto
em toda grafia
permanece o erro
a desigualdade
o equivoco ou a maldade na travessia


continuam a se referir ao "o" ou ao "os"
para falar também do "a" ou "as"
Assim é em todas as referências
precedências


Ordem dos Advogados
Sindicato dos Trabalhadores
Associação dos Magistrados
Sala dos Professores


os alunos
os estudantes
os filhos
os palestrantes
os os os os
nada de as as as


ta na placa
no documento
no informe
no estabelecimento


é nacional, internacional
no jornal
na revista
na propaganda oficial
no convite informal
na certidão notarial
está tudo à vista


é tudo "o"
é tudo "dos"
eles, pra eles, é deles


colocam o "o" como se abrangesse o "a"
e o plural "dos" pra todas as "das"


Se a igualdade já não está na grafia
na menção
na descrição da escrita do escriba
na ideia que nasce
do conjunto de palavras
que faz o texto
o documento
o pretexto
já faz desigualdade então
e enfraquece a transformação que se busca na revolução
ou faz pior


faz dissolver, esvair
o conteúdo da ação que se está a imbuir


Se a ideia que precede a ação, a intenção
tá no texto
que formula o manifesto da revolução
a notícia que forma a opinião
que resume os fins do movimento
da organização
nesse texto também já deve estar
a igualdade que se quer realizar


"o" não é "a"
o plural de "as" não é "os"
e o "a" ainda precede o "o"
assim como o "das" o "dos"


já está errado na grafia
e mais ainda na ideologia


então para agir certo
escrever o correto
sem desafeto com a gramática
o gênero
a biologia
e transformar sem desigualar
deve ser "Ordem das Advogadas e dos Advogados,
Sindicato das Trabalhadoras e dos Trabalhadores,
Associação das Magistradas e dos Magistrados,
Sala das Professoras e dos Professores,
as alunas e os alunos,
as estudantes e os estudantes,
as filhas e os filhos
as palestrantes e os palestrantes"


Não se trata de uma letra apenas
a modificar
mas de tudo que ela quer significar
e quem escreve também contribui para o que se quer transformar.


Raquel Montero