Raquel Montero

Raquel Montero

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Pela primeira vez, anularei meu voto

   
Arte: Reprodução/Site "Em Ribeirão"



      Pela primeira vez eu anularei o meu voto. Faço isso com tristeza e como manifestação da minha indignação. E farei isso no 2º turno das eleições municipais de Ribeirão, nesse ano de 2016.


   Duarte Nogueira (PSDB) e Ricardo Silva (PDT) é o que temos para o 2º turno em Ribeirão.


   Em outra situação não anularia e votaria com certeza no adversário do candidato do PSDB, independente de quem fosse o adversário e de quem fosse o candidato do PSDB. 


   PSDB é um partido horrível e terrível. Pobre de história, de legado, de cultura, de conteúdo, de construções. Rico em vergonha, em retrocessos. Partido de decisões burguesas, reacionárias, elitistas. 


   Já o PDT é um bom partido. Ricardo é que não foi bom no PDT. No pior do pior que podia fazer, Ricardo Silva apoiou o golpe de Estado que tirou a Presidenta Dilma da presidência do Brasil. Fez campanha a favor do impeachment de Dilma, fez discurso populista a favor do golpe.


   Entre outras razões contra os dois candidatos, Nogueira foi citado na Operação Alba Branca, que investiga um  esquema de corrupção e superfaturamento na venda de produtos agrícolas para merenda de escolas municipais e estaduais de São Paulo, que teria atendido os interesses da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), apontada como carro-chefe da fraude.


   Cássio Chebabi, ex-presidente da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) apontou aos investigadores da Operação Alba Branca os nomes do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado estadual Fernando Capez  que também é do PSDB, e do até Secretário Estadual de Transportes de São Paulo, Duarte Nogueira, como supostos beneficiários de uma propina de 10% sobre contratos da Secretaria de Estado da Educação no governo Geraldo Alckmin  que também é do PSDB.


   Nogueira votou a favor da PEC 241 que congela por 20 anos investimentos na Educação, na Saúde e na política de valorização do salário mínimo.


   Nogueira também votou a favor do impeachment de Dilma, apoiando o golpe contra a democracia e contra o povo brasileiro.


   Nogueira também foi chamado de machista ao citar a vida amorosa da colega deputada federal Manuela D´Ávila durante trabalhos na Câmara dos Deputados. E que episódio horrível foi esse... ...como mulher, cidadã e pessoa, também me senti ofendida.


    Ricardo Silva nunca tinha aparecido em nada até ter a possibilidade de ter um programa de rádio e após isso ser eleito o vereador mais votado de Ribeirão na eleição municipal de 2012, alguns meses depois do programa de rádio ser criado. 


   É filho de um político que acumula mandatos no tempo, fazendo hereditariedade na política, o deputado estadual Rafael Silva (PDT). 


   Conversas de irmão de Ricardo, Rodrigo Silva, foram gravadas e estão sendo investigadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público na Operação Sevandija, que apura suspeitas de fraudes e corrupção em órgãos públicos de Ribeirão Preto, bem como o nome de Ricardo foi citado em conversas telefônicas interceptadas na investigação para apurar as suspeitas de fraudes e corrupção, e citadas de maneira comprometedora para Ricardo.


   Enfim, é o que temos para hoje. Uma lástima.



   Nunca votei nulo até esse 2º turno de eleições. E nunca fiz isso porque acho que anular o voto é desperdiçar uma contribuição para a democracia e prescindir de participar das escolhas e da construção do futuro das cidades, dos estados e do país, a depender da eleição de que estamos tratando (se municipal, estadual ou nacional). Mas até então sempre tinha uma opção melhor, mais qualificada, ou, menos ruim. Mas não é o caso que temos agora.


   Meu voto será nulo porque não vejo diferença entre os dois candidatos. Ambos apoiaram um golpe de Estado, uma das piores coisas que pode acontecer para um povo. Para mim, são igualmente ruins e incompetentes para governar uma cidade, seja ela qual for, e para representar um povo.


   Sei que um deles será eleito e que meu voto nulo não impedirá isso.  Sei que são as opções que temos (ou os produtos da falta de opção) e que votar nulo não escolhe entre nenhum dos dois ou entre o menos ruim deles. 


   Mas é exatamente para não escolher entre nenhum dos dois que voto nulo, e exatamente porque os dois são, em meu entendimento, iguais na incompetência e no despreparo. E se são iguais nesses aspectos, não vejo razão para escolher entre um deles para destinar meu voto. 


   Nessa situação, tanto faz como fez.


   Raquel Montero


quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Cerca de 80% do eleitorado de Ribeirão não votou nos 27 vereadores eleitos

Foto: Reprodução/Site Deputado Baleia Rossi



Foto: Reprodução/Blog do Gasparini




Domingo realizamos as eleições municipais de 2016 para os cargos de vereador e vereadora, e, em muitas cidades, para o cargo de Prefeito(a).


Em Ribeirão Preto teremos segundo turno para saber quem será o próximo prefeito da cidade. A escolha será difícil eis que teremos um candidato do PDT que apoiou o golpe em Ribeirão, o candidato Ricardo Silva, filho do atual deputado estadual Rafael Silva (PDT) e um do PSDB, o deputado federal Duarte Nogueira, filho do ex-prefeito de Ribeirão, Nogueira. Um de um Partido com um histórico reacionário, conservador, elitista, o outro, um candidato que apoiou um golpe de Estado contra a Presidenta Dilma.


Ambos filhos de políticos que estão fazendo hereditariedade na política, e Rafael Silva acumulando mandatos no tempo, numa contradição com a oxigenação e a alternância que deve ter na política e em uma democracia.


Foram eleitos os seguintes novos vereadores: 


Igor Oliveira (PMDB) – 8.489 votos
Orlando Pesoti (PDT) – 6.006 votos
Lincoln Fernandes (PDT) – 3.601 votos
Otoniel Lima (PRB) – 3.506 votos
Nelson das Placas (PDT) – 3.283 votos
Mauricio Vila Abranches (
PTB) – 3.283 votos
Luciano Mega (
PDT) – 3.267 votos
Isaac Antunes (PR) – 3.111 votos
Alessandro Maraca (PMDB) – 2.898 votos
Andre Trindade (DEM) – 2.536 votos
João Batista (PP) – 2.452 votos
Marmita (PR) – 2.244 votos
Marinho Sampaio (PMDB) – 2.168 votos
Renato Zucoloto (PP) – 1.980 votos
Elizeu Rocha (PP) – 1.963 votos
Jean Corauci (PDT) – 1.906 votos
Boni (Rede) – 1.595 votos
Fabiano Guimarães (DEM) – 1.274 votos




Foram reeleitos:

Marcos Papa (Rede) – 7.124 votos
Bertinho Scandiuzzi (PSDB) – 6.546 votos
Glaucia Berenice (PSDB) – 5.548 votos
Mauricio Gasparini (PSDB) – 4.504 votos
Dr. Waldyr Villela (PSD) – 3.244 votos
Rodrigo Simões (PDT) – 3.189 votos
Paulo Modas (PROS) – 2.576 votos
Dr. Jorge Parada (PT) – 1.844 votos
Capela Novas (PPS) – 1.188 votos




Não foram reeleitos os nove vereadores investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público na Operação Sevandija, sendo eles; Cicero Gomes, Walter Gomes, Giló, Samuel Zanferdini, Bebé, Maurilio Romano, Genivaldo Silva.



Depois de 40 anos como vereador, Cícero Gomes (PMDB) não foi reeleito. Cícero teve 2.000 votos em 2016, já em 2012, teve 4.141 votos.


Já o presidente da Câmara, Walter Gomes (PTB), recebeu 1.312 votos,  e na eleição anterior ele teve 5.575 votos. O genro da prefeita Dárcy Vera (PSD), Evaldo Mendonça (PTB), o Giló, teve 960 votos, em 2012 foram 6.050 votos.

Outro investigado na Sevandija, Samuel Zanferdini (PSD) recebeu apenas 833 votos,  já em 2012 foram 8.101 votos.  José Carlos de Oliveira (PSD), o Bebé teve 1.158 votos, em 2012 foram 4.331.

Maurílio Romano (PP), teve 1.241 votos, em 2012 ele tinha recebido 6.361 votos. E Genivaldo Silva (PSD), líder do governo municipal na Câmara, recebeu 1.023 votos, já em 2012 ele teve 3.446 pessoas.

Saulo Rodrigues (PRB) também é investigado na Operação Sevandija, mas não concorreu à essa eleição.


Também não foram reeleitos Viviane Alexandre (PSC), André Luiz (PTN) e Beto Cangussu (PT).


Coraucci Netto (PSD) não concorreu à essa eleição, mas no lugar dele foi eleito seu filho, Jean Coraucci (PDT).


Além de Jean Coraucci na linha da eleição hereditária, veio Igor Oliveira (PMDB), que é filho de Léo Oliveira (PMDB), ex-vereador e agora deputado estadual, e Mauricio Gasparini (PSDB), filho do ex-prefeito de Ribeirão e agora deputado estadual, Welson Gasparini.


Léo Oliveira e Welson Gasparini, assim como Rafael Silva e Nogueira, fazendo hereditariedade na política e acumulando mandatos no tempo,  numa ofensa à alternância que deve haver em uma democracia.


Capela Novas (PPS), embora investigado na Operação Sevandija, foi o único reeleito dentre os nove vereadores investigados e proibidos de exercerem seus mandatos de vereador desde a deflagração da investigação no dia 01 de setembro de 2.106.


Nenhuma nova mulher eleita. A única mulher presente dentre 27 vereadores é a reeleita Gláucia Berenice.


Nenhum(a) jovem eleito(a).


Pela totalidade dos votos de cada candidato eleito, verificamos que se não fosse pelas coligações e pela regra do coeficiente eleitoral, eles não teriam sido reeleitos e eleitos, por não representarem a vontade da maioria, senão vejamos;


Ribeirão tem um eleitorado de  435.381 pessoas. Nessa eleição tivemos uma abstenção de  109.709  (25,20% do total do eleitorado de Ribeirão).


Sendo assim tivemos em Ribeirão um comparecimento de 325.672 (74,80% do eleitorado de Ribeirão).


Além da abstenção tivemos votos brancos num total de 21.042 (6,46% do eleitorado) e votos nulos num total de 49,023 (15,05% do eleitorado).


O total de votos que todos os 27 eleitos receberam foi de 91.325. E ai, considerando que Ribeirão tem um eleitorado de 435.381, abstraindo 91.325 de 435.381, verificamos o resultado de 344.056 eleitores que não votaram nos candidatos eleitos em Ribeirão.

Ou seja, 344.056 eleitores e eleitoras não votaram nos 27 eleitos em Ribeirão, seja porque destinaram seu voto à outros(as) candidatos(as), porque anularam seus votos, porque votaram em branco ou porque não foram votar.  


Em resumo cerca de 80% dos eleitores e eleitoras de Ribeirão não votaram nos 27 vereadores eleitos. E se em uma democracia a maioria é que decide, a democracia em Ribeirão não foi respeitada.


 Outros argumentos atestam a assertiva de que não houve efetiva democracia nessas eleições e para que houvesse, efetivamente, vários requisitos teriam que ter sido respeitados, mas, ao revés, não foram, a ver;


·         a falta de acesso à internet, à jornais, à televisão, à escola de qualidade e o desinteresse das pessoas pela vida política, prejudicam muito um voto responsável, bem como a barganha que se faz com o voto, seja por interesse particular egoísta de alguns, seja por necessidade financeira de muitos;



·         a disparidade  econômica dos candidatos que concorrem às eleições. No Brasil o financiamento de campanhas políticas pode ser  de fundos públicos e de origem particular, e, dessa forma, candidatos(as) que podem contar com particulares que queiram financiar suas campanhas políticas, além de poderem contar com seus próprios recursos financeiros, têm vantagem sobre os(as) candidatos(as) que não podem contar com tal medida;



·         candidato(a) filho(a) de quem já foi ou é político tem vantagem sobre aqueles(as) candidatos(as) que não são filhos de políticos;


·         candidato(a) que já tem mandato e utiliza da estrutura do mandato para se beneficiar na campanha em detrimento dos(as) candidatos(as) que não têm;


·         candidato(a) que não pode deixar de trabalhar em seu respectivo trabalho em comparação com aqueles(as) candidatos(as) que podem deixar de trabalhar ou tem licença remunerada para poder fazer campanha.


      
Se cerca de 80% do eleitores não votaram nos eleitos não se pode dizer que o resultado da eleição foi a vontade do povo. A vontade da grande maioria dos eleitores do povo, cerca de 80%, não foi destinada aos eleitos, e a eleição dos eleitos só ocorreu por determinação legal do coeficiente eleitoral,  que, em suas regras permite que vereadores com pífia quantidade de votos sejam eleitos desde que seu partido ou coligação tenham atingido o número mínimo de votos para conquistar cadeira  na Câmara de Vereadores.


De tudo ficam duas conclusões claras; a vontade da grande maioria do povo não foi pela eleição dos 27, e, talvez, se tivéssemos realmente igualdade de condições na disputa eleitoral o resultado teria sido diferente, e para todo(as) os(as) candidatos(as).



Raquel Montero




segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Valeu!



Valeu!

Peço licença para falar novamente com você. Neste momento quero agradecer cada um dos votos que recebi, o apoio e a confiança demonstrados em cada voto.  Quero agradecer a todos aqueles que não deixaram de participar do processo eleitoral indo votar, destinando seu voto para o candidato ou a candidata que entenderam ser o melhor ou a melhor opção. O processo eleitoral é a festa da democracia. Fico muito feliz e me emociono todas as vezes que vivencio este momento e vejo as pessoas aproveitando dessa festa com a responsabilidade e o respeito que o momento pede.


Pela primeira vez vivi este momento de eleição municipal como candidata, com a vontade de representar o meu povo, o povo da cidade em que cresci e que vivo.


Foi uma experiência enriquecedora. Vivenciei por mais este caminho a oportunidade de falar de sonhos, de projetos, de ideais. E como podem ser nobres os projetos e os sonhos que nos são apresentados! E que honra senti ao receber cada apoio, cada abraço, cada aperto de mão que simbolizavam a confiança em mim depositada. Vivenciei momentos que mostraram o melhor do ser humano, que me mostraram como podemos ser melhores em tantos aspectos.


Tive a oportunidade de conhecer novas pessoas que carregam em si tanta vontade de contribuir para um mundo melhor, e com elas aprendi mais, fortalecendo em mim meus próprios sonhos. Fiz amizades que quero levar por toda a vida. Amigos e amigas que me proporcionaram também neste momento os prazeres do companheirismo, da lealdade e da cumplicidade. E os amigos que eu já tinha, por mais esta oportunidade, reforçaram nossa amizade e o valor da amizade, me dando o apoio tão necessário num momento tão precioso. Agradeço a ajuda de cada pessoa que contribuiu para este projeto. E foram tantas pessoas! Cada um a sua maneira e de tão diferentes formas dando a ajuda necessária e tão valiosa para que o projeto fosse viabilizado, e tenho consciência que sem a ajuda dessas pessoas não teríamos viabilizado. Me lembro de cada gesto, cada atitude que tanto me ajudou. Agradeço ao meu partido, PT, por me possibilitar a honra de ser candidata a vereadora através deste partido que tanto acredito, respeito a história e quero contribuir com seu fortalecimento e crescimento. Obrigada aos companheiros dirigentes e a todos os companheiros militantes que fazem a história de lutas do PT continuar.


Agradeço a vida pela oportunidade de galgar os degraus que me fizeram chegar até aqui e vivenciar todos estes momentos, experiências e aprendizados. Agradeço cada apoio, cada voto de confiança. Agradeço a todos que tenham votado com critério para o candidato e a candidata que escolheram. O voto responsável de cada um é que faz nossas vidas mudar para melhor. Acredito em meu povo e sei que se não recebi mais votos é porque entenderam melhor assim, da mesma forma como acredito que quando Lula e Dilma foram eleitos o povo julgou melhor assim. Sempre acreditei no povo brasileiro e tenho a certeza de que estamos caminhando para frente por mais obstáculos e deslizes que tenhamos. Todas as experiências nos fazem aprender e com o aprendizado progredimos.



Saio fortalecida dessa experiência que tanto me ensinou e possibilitou. Concluo a caminhada da campanha com a certeza de ter dado o melhor de mim, com a certeza de que a caminhada para uma cidade mais justa continua e que a minha vontade de justiça social aumentou ainda mais diante de tudo que vivi numa caminhada que me mostrou o melhor do ser humano e também como seus atos podem ser ruins e causar tantos prejuízos.


Talvez, com menos adversidade e mais igualdade na disputa eleitoral, o resultado da eleição teria sido diferente, e para todos(as). Sou advogada, profissional liberal autônoma com meu próprio escritório e não pude deixar meu trabalho para me dedicar inteiramente à campanha, como muitos puderam, tendo, inclusive, licença remunerada para isso. Não tenho mandato e portanto não tive a estrutura que um mandato possibilita para contribuir numa eleição. Não sou filha de políticos, não tenho programa de televisão ou rádio, como muitos eleitos(as) têm ou já tiveram. Não recebi dinheiro para a campanha da candidatura que representei. Fiz a campanha da candidatura que representei fundamentada naquilo que deve ser uma campanha, isto é, na disputa de ideias e projetos, e não na disputa de quem tem mais dinheiro para investir nela. 


Infelizmente muitos(as) candidatos(as) não seguem o certo, inclusive os(as) que são eleitos(as), e a realidade nos comprova isso. E as consequências destes seguirem o caminho mais fácil, para o qual suas fraquezas o empurram, estão nas mazelas sociais com que nos deparamos todos os dias. Mazelas que nos chocam e que ao mesmo tempo nos mostram que, em razão delas mesmas, a luta deve continuar. 


Um grande abraço e boa luta!

Raquel

Que aconteça o que for melhor para Ribeirão

    Que aconteça o melhor para o povo da nossa cidade, para a nossa cidade e para todas as cidades do Brasil.