Raquel Montero

Raquel Montero

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

2003... ...o início de uma outra fase




Os meus 18 anos iniciaram uma outra fase da minha vida, que me proporcionou grandes aprendizados para que eu pudesse crescer emocional, espiritual e profissionalmente. Tudo na minha vida havia se voltado para absorver ao máximo aqueles cinco anos da faculdade. Eu desejava profundamente estar ali e aprender tudo que aqueles novos livros e novos professores podiam me ensinar. E aprendi muito com eles, assim como com a convivência que tive com as novas amizades que nesse tempo fiz. A universidade mostra, na prática, como ela é muito mais que um espaço de formação técnica, ela é uma grande oportunidade de convivência com a diversidade.

Naquela fase novas decisões tiveram que ser feitas. Muito embora ter o tempo da faculdade só para estudar fosse o ideal, por necessidade, eu tinha que continuar trabalhando e não poderia só ficar estudando. Dentre as opções de emprego escolhi aquelas em que eu pudesse conciliar uma fonte de renda com meus ideais.

E assim, fui trabalhar na Procuradoria do INSS, na Defensoria Pública do Estado de São Paulo e no Ministério Público Federal. Todas essas, instituições que têm por lei a função de defender o interesse público, o interesse do povo. Não foi a escolha mais fácil porque certas opções de emprego me trariam mais dinheiro, porém, as opções mais lucrativas em termos financeiros não alimentariam meus ideais, e eu não queria deixar de alimentá-los. Na conciliação de necessidades e sonhos que fiz também fui aprovada em concurso de bolsa para iniciação científica, o que me permitiu saber mais sobre os fundamentos da sanção penal, de sociologia e da origem da criminalidade.

Nessas instituições vive experiências preciosas de aprendizado. Foi muito além da mera aplicação da lei. Cada problema que vivenciei nessas experiências me mostrou muito do que ainda tinha que ser consertado para que todos pudessem viver com dignidade, e cada momento bonito que presenciei me possibilitou alimento para a alma, me nutrindo a continuar acreditando nas mudanças.


  Raquel Montero

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Comunidade Boa Esperança

    



      Recebi hoje a tarde, no escritório, a visita das representantes da comunidade Boa Esperança. Trata-se de uma comunidade de moradores de favela, na região próxima ao Parque dos Pinos, em Ribeirão. A comunidade é formada por cerca de 150 famílias e quase 300 pessoas, entre mulheres, homens, grávidas, idosos, crianças, deficientes, adolescentes e animais. Mara e Fernanda, representantes da comunidade vieram me pedir auxílio para a situação da comunidade que hoje encontra-se sem moradia, morando nessa favela há 03 anos, e na fila da COHAB há muitos anos aguardando pelo direito de poderem pagar por uma moradia digna financiada pela COHAB. A fila da COHAB, no entanto, abriga gente há mais de 20 anos. São mais de 20 anos que muitas pessoas estão aguardando pelo direito de poder financiar uma moradia. Combinamos algumas ações para tentar garantir que o direito a moradia dessas pessoas seja respeitado. 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

1999, 2000, 2001, 2002... ...O caminho se faz ao caminhar

  

Terminei o ensino médio alimentando ainda mais os ideais que eu vinha construindo. Fui uma estudante embalada por sonhos de uma vida melhor para todos, onde todos pudessem ter as mesmas oportunidades. Sempre acreditei que é possível mudar para melhor, que é possível todos terem as mesmas oportunidades e viverem de uma forma digna, com o melhor que a vida pode nos oferecer.

  E assim, do movimento estudantil, comecei a me engajar em outros movimentos sociais. Em 2002 fui dar evangelização numa creche no Parque Ribeirão Preto, periferia de Ribeirão. Ali aprofundei a concepção sobre desigualdades sociais que havia iniciado na escola. Vi muito do pouco que muitas pessoas tinham financeiramente, e, ao mesmo tempo, como ventos de esperança, vi muito do muito que tantos podem fazer para melhorar o todo.

  Os ventos de esperança que senti nessa experiência, que me faziam voltar para casa com mais energia de fazer, contribuíram ainda para a decisão sobre o caminho a seguir para minha formação profissional.

  Do que eu já havia vivido no movimento estudantil e nos movimentos sociais que comecei a me engajar, já tinha a certeza de que eu não queria me conformar diante das desigualdades sociais e que para tanto eu queria um instrumento que me habilitasse a contribuir para as transformações necessárias para uma sociedade justa.

  Foi assim que escolhi fazer Direito, porque enxerguei no Direito um forte e poderoso instrumento para transformações, e, dessa forma, o caminho para seguir meus ideais. Através da lei vi que o operador do Direito pode fazer justiça. Ingressei então, na universidade, em 2003, e ali um novo mundo de aprendizados começou, foi como se eu estivesse juntando peças para um novo "eu", para, com mais conhecimento e experiência, continuar a trilhar o caminho que eu já acreditava tanto. Conciliei ali meus ideais com minha formação profissional.

  Raquel Montero

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Reportagem sobre o Parque Rubem Cione

Um pouco mais sobre o Parque Rubem Cione em entrevista que dei ao Jornal da Clube para reportagem sobre o abandono do Parque. Veja a reportagem no link abaixo;



quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

No Parque Rubem Cione, jaz o abandono do Governo

Abaixo, artigo que escrevi e que foi publicado no Blog do Galeno;


No Parque Rubem Cione, jaz o abandono do Governo

Por que o parque da Zona Sul, o Raya, existe, é bonito e funciona, e o Parque Rubem Cione não passa de um matagal há anos?

Parque Rubem Cioneprojeto anunciado em 2008 e que deveria ter sido concluído em 2013. Ao invés de parque o que existe no lugar dele é uma área verde abandonada pela Administração Pública.

O suposto parque fica próximo à Casa AmarelaCasarão pertencente à antiga área da Fazenda Baixadãolocalizada na zona oeste de Ribeirão Pretono bairro Mário Paiva Arantes.
Ambas as áreas, Casa Amarela e Parque Rubem Cionepertencentes ao mesmo complexo, poderiam estar, há tempos, proporcionando atividades culturais, esportivas e de lazer para várias comunidades de vários bairros da região oeste de Ribeirão. Seriam milhares de pessoas atendidas naquela região, e, por conseguinte, mais pontos de lazer, esporte e cultura ofertados pela cidade aos seus moradores. Mas não, o que impera é o abandono.

Atrás do portal imponente deveria existir um dos maiores parques de Ribeirão Preto. Mas prevaleceu o completo descaso do Poder Público, e o projeto do parque virou matagal.

O Ministério Público investiga as obras no parque. Recentemente o Ministério Público e a Cetesb fizeram uma visita técnica no local. Um termo de compromisso foi firmado com a Prefeitura. Ficou referendado o  dever da Administração Municipal finalizar as obras no lugar, transformá-lo em um parque e recuperar a área ambiental que foi degradada.

Tanto no Parque Rubem Cione quanto na Casa Amarelaobras pertencentes ao mesmo complexo, com pouco investimento financeiro,  nós, população, teríamos os benefícios que a área tem capacidade de produzir, e são muitos benefícios. Na prática, o que foi acordado pelo Governo com a comunidade, não foi executado pelo Governo. Então, de que adianta todo o projeto, toda propaganda, todas as reuniões do projeto se na prática o Município não executa o que foi acordado. Ambos são exemplos do mau funcionamento da gestão municipal.

O parque e um espaço para muitas atividades, abrangendo a de lazer, mas não só ela. É um espaço de encontro, de convivência, de cultura, de ecologia, de educação ambiental, de exposição, de articulação, de troca de idéias, notadamente quando este parque está localizado em bairros carentes das cidades. Aí, um espaço para tudo isso se faz ainda mais necessário. Extrapola a medida do conveniente para preencher o peso da necessidade.

Mas, talvez, por isso mesmo a obra esteja relegada à própria sorte. É sabido e é histórico a exclusão dos menos favorecidos financeiramente dos acessos a direitos. O Município, por vezes, exclui da cidade seus moradores através de ações mascaradas e camufladas sob o subterfúgio da ausência de possibilidades financeiras do Município. Mas se o subterfúgio não fosse verdadeiro, por que o parque da Zona Sul (Parque Raya) existe, é bonito e funciona, e o Parque Rubem Cione não passa de um matagal há anos?

A possibilidade financeira do Município funciona melhor na zona sul ou os moradores da Zona Sul precisam mais de parques do que moradores de outras regiões da cidade?
De norte a sul, parques são sempre bem-vindos, e, mais do que isso, são necessários. O que estraga a receptividade é saber que enquanto uns comemoram na zona sul outros choram nas demais regiões da cidade.

Uma cidade para todos, ao revés, fará com que todos possam comemorar juntos, em uma festa sem exclusão. Isso é igualdade. A mesma igualdade que faz com que o céu azul de Ribeirão, brilhante e sedutor, que parece um oceano sobre nossas cabeças, exista em toda a cidade, sobre todos os moradores. Se estamos nas ruas da zona sul ou do zona norte, olhamos para o céu, e ele está lá, do mesmo jeito, proporcionando as mesmas oportunidades de beleza, luz e inspiração a todos, sem exclusão. Basta olhar para o céu ou sentir sua energia.

Leia também:
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Raquel Montero


Advogada e membro do Coletivo de Mulheres para a Moradia. Escreve no Blog do Galeno Ribeirão a cada 15 dias.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

16 anos atrás




Há dezesseis anos atrás eu queria mudar o mundo. Dezesseis anos depois eu continuo querendo.
Vou começar a fazer aqui um resgate de sensações, sentimentos e sonhos que vivi com tantas pessoas em 16 anos de militância.
Era inverno e início de mais uma greve dos professores da escola onde eu estudava. Sempre estudei em escola estadual pública, a primeira foi o Raul Peixoto, a segunda foi o Sebastião Fernandes Palma, que chamávamos de Vilão. Diante do anúncio de greve dos professores e com isso, já sabíamos, o atraso do nosso ano letivo e consequentemente do nosso aprendizado, escrevi uma carta para o Presidente da República manifestando minha indignação, na época tratava-se do Presidente Fernando Henrique Cardoso. Eu tinha 11 anos.
Mas foi com mais idade e mais consciência crítica que pude entender melhor as coisas. Estava então, no ensino médio, e, porém, muito embora alguns anos haviam passado, a escola não havia mudado em sua qualidade, ao contrário, só vinha piorando.





O governo havia anunciado que iria implantar o bem fundamentado programa de acompanhamento da progressão escolar, sob orientação do educador Paulo Freire, o programaProgressão Continuada, no entanto, na prática, o que fez foi aprovar automaticamente os alunos, implantando a funesta aprovação automática.

Eu fui uma das primeiras vítimas desse "modelo" e senti no intelecto e na alma a pobreza desse ensino. Presenciei alunos passando de uma série para outra sem ter aprendido as lições, déficit cada vez maior na qualidade das aulas, queda do estímulo dos professores, outrora tão mais animados em ministrar aulas. Foram violências que me recordo, sinto e sofro as consequências até hoje. E assim como eu, milhares de outras pessoas, numa sucessão que continua.

Foi ali, diante de tanta coisa errada, que iniciei minhas primeiras manifestações, buscando com meus colegas e professores uma educação de qualidade para todos, e ai, ora eram os professores fazendo greve e nós somávamos a eles, ora eram os alunos reivindicando melhores condições de ensino e os professores somavam com a gente.. Foi ali que comecei a tomar consciência política da necessidade de mudanças e do poder que cada um de nós carrega para influenciar nas mudanças.


Raquel Montero  



terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

PT dá o pontapé inicial na eleição de 2016


NOTÍCIAS
MODO PETISTA

OFICINA DO PGP DÁ O PONTAPÉ INICIAL DO PT NA ELEIÇÃO DE 2016

 / Por Agência Rede PT Ribeirão
fotos: Paulo Honório
Oficina do PGP dá o pontapé inicial do PT na eleição de 2016
“Essa oficina foi muito boa e necessária neste momento rumo às eleições municipais”, disse Parada. “Os debates foram esclarecedores para encontrarmos as melhores alternativas diante dos problemas que enfrentamos”
O Diretório Municipal do PT de Ribeirão Preto já começou a se movimentar em 2016, visando à eleição de outubro. Em 30 de janeiro, na série Dialoga Ribeirão, cerca de 50 pessoas (filiados, militantes, dirigentes e simpatizantes) participaram da Oficina do PGP (Programa de Governo Participativo), já abordando o planejamento estratégico para as eleições deste ano. O evento teve a abertura do presidente do DM, o vereador Jorge Parada.

“Essa oficina foi muito boa e necessária neste momento rumo às eleições municipais”, disse Parada. “Os debates foram esclarecedores para encontrarmos as melhores alternativas diante dos problemas que enfrentamos”, acrescentou ele.

O evento foi organizado pelo Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do Partido e teve o tema “Construindo um projeto de cidade para Ribeirão Preto”. Galeno Amorim, que coordena o PGP do PT-RP, foi um dos participantes, explicando como será o desenrolar das atividades partidárias nos próximos meses. Primeiro, o PGP foi criado e foram constituídos 13 Grupos de Trabalho (GTs), com áreas específicas e seus coordenadores.

Galeno destacou que o cronograma do PGP é dividido em etapas e, até agora, todos foram seguidos integralmente, nos prazo: foi criado o PGP, depois os seus GTs e a oficina. O próximo passo é elaborar os diagnósticos de cada GT até 15 de março, para que, em 15 de abril, seja concluída a primeira versão do PGP. Depois, até 15 de maio devem ocorrer plenárias temáticas e até em 15 de junho outras plenárias em cinco regiões da cidade. Finalmente, no aniversário de Ribeirão Preto, em 19 de junho, será lançado o PGP do PT.

Os 13 GTs do PGP foram divididos assim: educação; saúde; gestão inovadora e participativa; cultura; promoção da igualdade racial; juventude, trabalho e empreendedorismo; mulheres; direitos humanos, cidadania e segurança; meio ambiente; desenvolvimento urbano, rural e habitacional; mobilidade, logística e infraestrutura; ciências, tecnologia e inovações; e esportes e lazer.

“O Partido dos Trabalhadores vai oferecer para a população um novo projeto de cidade, mais justa e sustentável, mais desenvolvida, solidária e inclusiva, que se contrapõe à visão conservadora de sociedade onde os mais pobres ficam sempre para o fim de uma fila que nunca anda”, resumiu Galeno, sobre o papel do PGP do PT.

Na oficina, Humberto Tobé, publicitário e especialista em mídias sociais, destacou alguns pontos importantes para o pleito deste ano. “O PT dará todo o apoio jurídico aos seus candidatos, além de auxiliar nas prestações de contas, de acordo com o novo sistema eleitoral”, comentou ele. “Será preciso estar mais atento ao jogo que se desenhará em 2016”, alertou Tobé. Ele acrescentou que também foi criada uma plataforma, PT em Ação, para divulgar os investimentos feitos pelo governo federal nos municípios, já que muitas obras são inauguradas por prefeitos de outros partidos e o apoio federal na maioria das vezes nem é citado. Por isso, o PT criou o Bem-vindo Ministro, que terá visitas constantes de ministros aos municípios paulistas durante o ano.

Eduardo Tadeu Pereira, presidente da Associação Brasileira de Municípios e professor da Escola Nacional de Formação do PT, foi o facilitador da oficina e destacou importantes diretrizes e eixos do Modo Petista de Governar, como desenvolvimento local sustentável, participação popular e cidadã e controle social, políticas sociais e a realização de direitos, e gestão ética, democrática e eficiente, temas que devem constar nas discussões políticas durante a campanha eleitoral. Ele destacou ainda que será necessário que o candidato e filiados e militantes petistas participem de debates com os eleitores nos bairros, nos territórios sociais e até nas igrejas. Pereira também lembrou que é fundamental ter um planejamento, além de articulação entre ações imediatas e estratégicas, e o combate ao patrimonialismo e ao clientelismo.
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Rede PT Ribeirão