Raquel Montero

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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Mais repercussão da denúncia sobre conduta eleitoral


Quinta, 04 de Outubro de 2012 - 23h35

Grupo vai ao Ministério Público contra Cícero Gomes

Centro do Professorado enviou correspondência aos seus 700 associados pedindo voto

Marcelo Fontes e Monize Zampieri
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O movimento popular intitulado "Panelaço" protocolou na tarde desta quinta-feira (4), na promotoria eleitoral, pedido de investigação contra Cícero Gomes (PMDB), atual presidente da Câmara de Ribeirão Preto e candidato à reeleição.
O Centro do Professorado Municipal (CPM) encaminhou, durante o mês de setembro para seus 700 associados, uma carta pedindo voto para Cícero Gomes. Porém, o parlamentar é presidente do Conselho Deliberativo do CPM.
"Queremos que o caso seja investigado. Sabemos que o Centro do Professorado não é ligado ao poder público, mas utilizar a instituição é, no mínimo, imoral e antiético", explicou Jonas Paschoalick, membro do "Panelaço". "Ele usou dinheiro dos associados para fazer campanha", acrescentou.
O caso será investigado pelo promotor Carlos Alberto Ferreira Goulart.
Especialista
Para Jorge Donizeti Sanchez, presidente da Amarribo, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), que combate a corrupção, a atitude do CPM fere a lei eleitoral. "É abuso do poder econômico", analisou Sanchez.
"Cícero Gomes está sujeito a ter seu registro de candidatura cassado", acrescentou. Segundo Sanchez, mesmo que a irregularidade seja comprovada após a eleição, o candidato pode ser punido. "Ele pode ser eleito e não diplomado em 2013", informou.
Outro lado
O presidente da CPM, Antonino Ferretti Sobrinho, foi procurado pelo A Cidade, mas não atendeu nem retornou as ligações.
Já Cícero Gomes, que foi um dos fundadores do CPM, alegou que não sabia que a entidade enviou as correspondências. "Estão querendo criar fato. A entidade não cometeu crime eleitoral porque não recebe verba pública", frisou. "Uma professora me disse que não foi utilizado dinheiro da associação com as correspondências, alguém teria pagado", acrescentou.
Denúncia
A propaganda no horário eleitoral gratuito do vereador André Luiz da Silva (PCdoB), candidato à reeleição, é alvo de uma representação no TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Nas imagens veiculadas nesta quinta, André aparece conversando com um funcionário da Liquigás. Ao final, o homem vai embora com um adesivo do candidato em sua moto.
A Liquigás é uma empresa pública pertencente à Petrobras e, por isso, não pode ter a marca exposta em propaganda eleitoral.
Uma munícipe que assistiu ao horário eleitoral resolveu comunicar o caso ao TRE pelo Disque Denúncia (4003-0278). A ocorrência será encaminhada ao Ministério Público para averiguação. "Ele (André) infringiu o artigo 40 da Lei Eleitoral", explicou Guilherme Corrêa da Silva, especialista em lei eleitoral.
A violação é punível com multa de R$ 10 mil. André disse nesta quinta desconhecer a ilegalidade.

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