Raquel Montero

Raquel Montero

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A reeleição de Dárcy Vera


Neste domingo, 28 de outubro de 2.012, ficou definido o cenário político do governo municipal para os próximos quatro anos.
Com menos de 4% de diferença, a Prefeita Dárcy Vera (PSD) venceu a disputa do 2º turno com o candidato Nogueira (PSDB).
Mais da metade do eleitorado de Ribeirão Preto não votou na candidata reeleita.
Ribeirão tem 419.435 eleitores. A Prefeita foi reeleita com 155.265 votos. Os votos válidos, que se referem só aos destinados aos candidatos, totalizaram 298.781. Os demais votos, 120.654, se referem aos votos em branco (8.031), nulos (20.062) e abstenções (92.561).
264.070 votos, resultantes dos votos válidos dirigidos ao candidato Nogueira, e dos votos em branco, nulo e abstenções, não foram destinados para a reeleição da Prefeita, ou seja, quase 63% dos eleitores de Ribeirão, não votaram pela reeleição da Prefeita Dárcy Vera.
Mas enfim, como só se computam os votos válidos, na análise desses a Prefeita conseguiu a maioria, com uma diferença inferior a 4% do candidato Nogueira.
Repito aqui, o que eu já disse acerca da democracia nas eleições dos candidatos à vereança de Ribeirão.
Ainda não podemos dizer que o resultado de nossas eleições municipais foi democrático em razão de vários fatores que restringem ou impossibilitam a democracia. Reitero;
·        a falta de acesso a internet, a jornais, a televisão para instruir as pessoas;
·        a ausência de escola de qualidade para a educação e formatura das pessoas;
·        o desinteresse das pessoas pela vida política;
·        a barganha que se faz com o voto, seja por interesse particular egoísta de alguns, seja por necessidade financeira de muitos;  
·        a disparidade  econômica dos candidatos que concorrem às eleições. No Brasil o financiamento de campanhas políticas pode ser  de fundos públicos e de origem particular, e, dessa forma, candidatos que podem contar com particulares que queiram financiar suas campanhas políticas, tem vantagem sobre os candidatos que não podem contar com tal medida. Nesse sentido sabemos que a Prefeita reeleita teve gastos de campanha eleitoral bem maiores que a maioria dos demais candidatos ao Executivo Municipal, situação que a coloca em condição de superioridade sobre os demais candidatos e ratifica desigualdade de condições na competição eleitoral. Poder contar com mais instrumentos para a campanha traz sempre mais chances de sucesso nos resultados, isso é óbvio;
·        a enorme coligação que o partido da candidata fez, contando com 17 partidos coligados e, no segundo turno ainda contou com o apoio do PT;
·        a condição de estar a candidata no controle da máquina pública, o que a favorece na influência das decisões de votos dos servidores públicos e os familiares e amigos destes.
Todos esses fatores contribuem não só para a reeleição mas também para um voto desapegado de significado e que não representa a vontade legítima do povo, e a porcentagem de votos não destinados para a reeleição da Prefeita corrobora essa afirmação (63%).
Por derradeiro, esse é o resultado que temos e, pela lei atual que temos, democrático ou não, temos que aceitá-lo.
Além de reeleita a Prefeita quebra mais um paradigma em Ribeirão; já é a primeira mulher eleita prefeita de Ribeirão, agora é a primeira Chefe do Executivo reeleita na cidade.
Críticas, há e houveram várias, desde o financiamento da campanha da Prefeita reeleita até o resultado efetivo que ocorreu no domingo. Mais críticas ainda houveram quanto ao governo da Prefeita nesses quatro anos que nos antecedeu. Aqui mesmo eu teci várias dessas críticas.
Críticas procedentes, críticas improcedentes. São críticas que devem ser analisadas e aprofundadas, principalmente pelo autor da crítica porque é a partir disso que podemos corrigir o que, eventualmente, se considera errado.
A crítica inclusive, reforça a fiscalização que deve ser feita sob a gestão pública e os gestores públicos. Se a eleição tem que ser respeitada, a fiscalização, principalmente para aqueles que discordaram do resultado, tem que ser reforçada.
Não há tempo para lamentos, muito menos para desistências. O tempo é de trabalho, de ativismo, de militância, de identificar os erros e aprender com eles. É tempo de CIDADANIA.
Passemos a exercer nossa cidadania rumo ao que queremos de melhor para a cidade, para o país, e assim, quiçá, conseguiremos fazer também a reforma política que pode estabelecer a real democracia nas eleições futuras e assim, um resultado que agrade, senão a todos, à legítima maioria.
Raquel Bencsik Montero

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