Raquel Montero

Raquel Montero

sexta-feira, 20 de abril de 2012

E o povo está vencendo!


19/04/2012 22h33 - Atualizado em 19/04/2012 23h05

Vereadora pede redução salarial e é 




chamada de traidora em Ribeirão


Silvana Resende entregou resolução revogando aumento nos ordenados.
Coautor, vereador Gilberto Abreu retirou sua assinatura do projeto.

Leandro MataDo G1 Ribeirão e Franca
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Vereadores Gilberto Abreu e Silvana Resende en sessão na Câmara de Ribeirão Preto. (Foto: Leandro Mata/G1)Vereadores Gilberto Abreu e Silvana Resende na
Câmara de Ribeirão Preto. (Foto: Leandro Mata/G1)
A vereadora Silvana Resende (PSDB) protocolou nesta quinta-feira (19) um projeto de resolução para revogar o aumento salarial de quase 40% para a próxima legislatura emRibeirão Preto(SP) e causou a ira dos colegas. O presidente da Câmara, Cícero Gomes (PMDB), chamou a parlamentar de traidora e disse que Silvana seria capaz de matar por voto.
“Ela é uma traidora, passa por cima de qualquer pessoa para se reeleger. Ela é capaz de matar por voto. Eu nunca vi isso, você fala com alguém uma coisa e faz outra. Isso é traição, na política é o fim do mundo”, afirmou.
Cícero foi seguido pelos vereadores Samuel Zanferdini (PMDB), Maurílio Romano (PP), Bebé (PSD) e Jorge Parada (PT), que subiram à tribuna e rotularam a atitude de Silvana de eleitoreira.
Presidente da Câmara de Ribeirão Preto , Cícero Gomes. (Foto: Leandro Mata/G1)Cícero Gomes chama Silvana de traidora durante
sessão em Ribeirão  (Foto: Leandro Mata/G1)
Eles afirmaram que todos os parlamentares se reuniram na semana passada para reavaliar o aumento salarial, após os sucessivos protestos da população. “Todos estavam conversando para rever o reajuste. Até um mês antes da reeleição é possível revogar o aumento. Isto é excesso de oportunismo político”, afirmou Zanferdini.
Silvana Resende e o vereador Gilberto Abreu (PV) haviam escrito o projeto de resolução juntos e assinado no dia 3 de abril. O documento mantém o salário atual de R$ 9,2 mil para a legislatura que começa em 2013 e revoga o reajuste aprovado no dia 23 de março, no qual os salários passariam a ser de R$ 12,9 mil.
Abreu negou ter conhecimento de que a vereadora entregaria o documento na sessão desta quinta-feira e retirou a sua assinatura do projeto, deixando Silvana como única autora. Segundo o parlamentar eles ainda estavam conversando em busca de apoio dos demais colegas.
“Nós estávamos em busca de um consenso. Eu iria propor a revisão (dos salários) de acordo com a inflação do período, em torno de 24%”, disse Abreu.
Apesar disso ele afirmou não se sentir traído. “Não (me senti traído) porque a posição da vereadora sempre foi esta que ela apresentou aqui em plenário. O desentendimento foi meu, porque eu achei que ela fosse falar com o presidente Cícero antes e ela só apresentou (o projeto) sem falar nada”, disse.
Vereadora apresentou resolução que revoga aumento salarial (Foto: Leandro Mata/G1)Vereadora apresentou resolução que revoga
aumento salarial (Foto: Leandro Mata/G1)
Silvana espera retaliações
Após as acusações dos vereadores, Silvana Resende subiu a tribuna e disse estar preparada para receber retaliações. Ela disse ter informado Abreu de que iria entregar a resolução.
“Eu estou nessa Câmara por 15 anos e meio, são quatro mandatos. Eu nunca fiz parte da mesa da Câmara. Nunca tive voto suficiente. Eu falo que tenho voto lá fora. Estou sozinha agora. Estou preparada para represálias, para calunias. Eu sou a favor do salário continuar o mesmo de hoje, que é o que a população de Ribeirão Preto quer”, afirmou Silvana.
O projeto
Após entregue, o projeto passará palas comissões da Casa antes de ir para votação. A vereadora não descarta pedir urgência para a resolução. “Eu vou esperar a tramitação e ela não sendo ágil eu vou pedir urgência”, disse.

20/04/2012 - 09:34:59

Vereadores atacam colega tucana

Silvana Resende protocolou um projeto para revogar o aumento dos edis e por isso recebeu o rótulo de ‘‘traidora’’

Texto: Marcelo Fontes / Foto: Guilherme Piga/Tribuna


A vereadora Silvana Resende (PSDB) provocou ira nos seus colegas de Câmara na sessão desta quinta-feira, 19 de abril, ao protocolar um projeto para revogar o aumento de 39,8% no salário dos edis. De acordo com o presidente Cícero Gomes da Silva (PMDB), a situação do reajuste estava sendo revista de maneira coletiva e a atitude da vereadora ‘‘foi uma traição’’.

‘‘A Silvana (Resende) passa por cima de qualquer pessoa para ganhar votos. Ela é capaz de matar para se reeleger, não tem escrúpulos’’, disparou Cícero Gomes, ao ficar sabendo que o projeto que revoga o reajuste estava protocolado. ‘‘Esse é o pensamento de todos os 19 vereadores’’, acrescentou.

Depois do presidente, foi a vez do também peemedebista Samuel Zanferdini atacar a tucana. ‘‘No dia que a câmara aprovou o aumento eu optei pela abstenção. Por isso, assinaria um projeto como esse, revogando o reajuste. Mas vereadora nem me procurou’’, falou Zanferdini. ‘‘Ela (Silvana Resende) traiu todo mundo’’, completou.

Marcelo Palinkas (PSD) foi na mesma linha. ‘‘Eu tinha dito uma vez que a política tem muita coisa podre. Essa atitude da vereadora é um exemplo disso’’, disparou. Já Maurílio Romano (PP) afirmou que Silvana Resende tentou se fazer de santa. ‘‘Se ela pisa na cabeça dos colegas de Casa, vai fazer o mesmo com a população. Tentou se fazer de santa’’, falou.

Gilberto Abreu (PV), único parlamentar que assinou junto com a tucana o projeto de revogação do aumento, retirou seu apoio. ‘‘Entendi que ela conversaria primeiro com os colegas e com o presidente para informar o que estava acontecendo. Como isso não aconteceu, retirei a minha assinatura’’, justificou.

Resposta – Após as acusações, a vereadora ocupou a tribuna para dar sua versão da história. ‘‘Estou na Câmara há 15 anos e nunca fiz acordo para ter voto. Tenho minha posição e não mudo’’, respondeu. ‘‘Por isso nunca ocupei uma cadeira na Mesa Diretora’’, lembrou.

A tucana garantiu que todos os colegas já sabiam da intenção dela. ‘‘Já tinha comunicado meu grupo político que não estava me sentindo bem com o aumento. Entendo que traidor é quem procura o povo na eleição e depois se esquece. A população é visivelmente contra o reajuste. Nada mais justo que revogá-lo’’, justificou.

Já em relação à retirada da assinatura de Gilberto Abreu, Resende alegou que houve problema de comunicação. ‘‘É um direito que ele tem (retirar o apoio). Mas eu liguei para o presidente assim que protocolei o projeto e tinha comunicado a intenção de revogar o aumento em uma reunião realizada na semana passada’’, finalizou.


19/04/2012 - 21h20

Agora, Câmara de Ribeirão Preto (SP) admite rever aumento salarial de 40%

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GABRIELA YAMADA
DE RIBEIRÃO PRETO
O presidente da Câmara de Ribeirão Preto, Cícero Gomes da Silva (PMDB), admitiu pela primeira vez na noite desta quinta-feira que a Casa discute rever o reajuste de 40% nos salários dos vereadores.
O Legislativo local vem sofrendo pressão popular desde o final de março, quando aprovou o aumento.
Se a proposta for levada adiante pelos parlamentares, a atualização será baseada na correção inflacionária dos últimos cinco anos, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
O reajuste, então, seria de 24% sobre os atuais R$ 9.288, passando para R$ 11.517 --e não de R$ 12,9 mil, como já está aprovado.
BATE-BOCA ENTRE VEREADORES
Esse recuo só veio à tona após a vereadora Silvana Resende (PSDB) ter protocolado na tarde de ontem um projeto de lei que prevê a revogação dos 40% e manutenção do subsídio atual recebido pelos 20 vereadores.
Silva Júnior/Folhapress
A vereadora Silvana Resende (à esq.) e o presidente da Câmara, Cícero Gomes, durante bate-boca
A vereadora Silvana Resende (à esq.) e o presidente da Câmara, Cícero Gomes, durante bate-boca
A atitude da tucana gerou uma crise entre os parlamentares, que já vinham sendo pressionados pelo Movimento Panelaço --grupo criado na cidade para lutar contra a aplicação do aumento.
O movimento vem fazendo manifestações na Câmara desde 27 de março. Em algumas ocasiões, os protestos paralisaram as sessões.
A tucana foi chamada de "traidora" por colegas durante a sessão tumultuada desta quinta-feira. Segundo os vereadores, entre eles o próprio Cícero, Silvana protocolou o novo projeto sem a anuência dos colegas.
Em resposta às críticas, Silvana também subiu à tribuna da Câmara e disse que sempre se posicionou contra o reajuste. "Em várias reuniões sobre isso deixei claro que não me sentiria à vontade para votar o aumento", afirmou.
Na sessão, a tucana acabou aplaudida pelos integrantes do Panelaço.
Gilberto Abreu (PV), que havia assinado o projeto de lei entregue por Silvana, decidiu retirar a assinatura ontem. Segundo ele, a decisão foi tomada por causa da conversa entre os parlamentares.



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