Conforme apresentado publicamente na reunião de quinta-feira,
31/01/2.013, protocolamos no dia 01/02/2013, no Ministério Público
Estadual (MPE), a proposta acerca do Imposto Predial e Territorial
Urbano (IPTU) de 2.013, para o devido registro da proposta e prova de
sua apresentação diante da Prefeitura de Ribeirão Preto.
Formalizamos a proposta seguindo a representação que já havíamos
feito no início das tratativas a respeito do aumento do IPTU,
consoante publicação anterior deste blog
(http://raquelbencsikmontero.blogspot.com.br/2013/01/em-reuniao-sobre-iptu-ministerio.html
).
Desse modo, reiteramos pela revogação do aumento do IPTU de 2.013,
reivindicando que o aumento de 2.013 se dê tão somente com base na
inflação e, paralelamente, que se faça um novo estudo da Planta
Genérica de Valores dos Imóveis (PGV), agora com ampla discussão e
participação da sociedade em todos os seus trâmites, e após este
estudo que se verifique como ficará o valor do IPTU para 2.014,
respeitando, claro, os princípios constitucionais pertinentes.
Eu não mudei meu entendimento acerca do aumento do IPTU. Entendo que
o aumento é abusivo e inconstitucional e expressei esse entendimento
com respaldo legal, jurídico e social, como já manifestei aqui
desde o início e nos documentos protocolados no MPE.
Reforcei meu entendimento após as declarações do Secretário da
Fazenda, Sérgio Nalini, e do Vice-Presidente do Conselho Regional de
Corretores de Imóveis (CRECI), Walter Oliveira, e diante da ausência
da Prefeita no interrogatório marcado para ela dar explicações
sobre o assunto.
A valorização dos imóveis não pode ser maior que o direito à
moradia digna e a capacidade financeira do contribuinte, e aqueles
que têm mais renda não podem ser tributados de maneira igual ou
inferior àqueles que têm menos renda. Senão o que teremos é
tecnocratas e não estadistas, e especulação e não direitos.
A proposta do promotor Sebastião Sérgio da Silveira, com todo
respeito à opiniões diferentes, não atingiu a justiça social e tributária, não nos fazendo
compactuar com tal opinião, que, em resumo, conserva e contribui para as distorções sociais apontadas com a aprovação da lei que aumentou o IPTU. E já no momento da explanação do
promotor a respeito de suas propostas para o deslinde da situação,
na tarde do dia 31/01/2013, eu também explanei o que continuava a
entender sobre a ocorrência, sendo que este entendimento recebeu o
apoio das associações de moradores ali representadas e demais
populares. E assim, sob os vários testemunhos presentes, deixei
claro que havia outro entendimento e outra proposta para a pendência.
E não se trata de uma mera proposta, avessa à do promotor. Se trata
sim de algo que eu, associações de moradores e demais populares entendemos
como correção de uma injustiça, que, sendo corrigida, trará a
consagração da justiça social em nossa cidade, no aspecto
referente ao imposto.
Nesse afã de justiça social protocolamos o seguinte documento, que
formaliza e registra nossas reivindicações;
"Ribeirão Preto, 01 de fevereiro de 2.013.
Referência: Aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano
(IPTU) de Ribeirão Preto, no presente ano de 2.013 - Inquérito
relativo ao Protocolo nº 0762/13
Senhor Promotor Sebastião Sérgio da Silveira;
Conforme reunião realizada na data de 31 de janeiro de 2.013, nesta
regional do Ministério Público Estadual (MPE), às 14h30m, com
representantes de associações de moradores de Ribeirão Preto,
representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Defensoria
Pública de São Paulo, da vereadora Gláucia Berenice, do vereador
Marcos André Papa, demais munícipes da cidade e representantes da
Prefeitura de Ribeirão Preto, no intuito de tratativas acerca do
aumento do IPTU de 2.013 para vigorar em Ribeirão Preto, pelo
presente documento os signatários vêm apresentar aditivo à
proposta que será encaminhada por este Ministério Público à
Prefeitura Municipal, confirmando posição por nós manifestada na
na aludida reunião.
Nos valemos da recepção do MPE para o protocolo deste documento
tendo em vista a representação feita anteriormente no MPE,
registrada sob o número 0762/13, e da qual, juntamente com demais
representações, resultou na instauração de um inquérito civil
para investigar o aumento do IPTU de 2.013, bem como, tendo em vista
que, em decorrência da reunião realizada no dia 31/01/2013, mesma
data em que ficou marcado o interrogatório da Prefeita Dárcy Vera,
o senhor ficou responsável pela recepção de propostas acerca da
resolução concernente ao aumento do IPTU de 2.013, e posterior
encaminhamento dessas propostas ao Poder Executivo Municipal. Desse
modo, por tais razões nos valemos do presente protocolo.
Assim, como forma de resolver a pendência e reclamações que se
instalaram em razão do aumento do IPTU de 2.013, solicitamos a
inclusão, no documento que este Ministério fará à Prefeitura
Municipal, das seguintes propostas:
- Que a Prefeitura de Ribeirão Preto, em diálogo com o Legislativo Municipal, revogue o reajuste aplicado ao IPTU de 2.013 e, em substituição, aplique novo reajuste ao IPTU de 2.013 baseado este tão somente na inflação hodierna, para o presente ano;
- Que a Prefeitura realize um novo estudo da Planta Genérica de Valores dos Imóveis (PGV) de Ribeirão Preto, atualizando-a com as valorizações e desvalorizações que se sucederam a partir de 2.009, bem como com aquelas provocadas pela revisão da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, através da promulgação da Lei Complementar nº 2.505/12;
- Que, no novo estudo, sejam também considerados e inclusos na Lei Complementar de aplicação do IPTU, os instrumentos da Política Urbana previstos no Estatuto da Cidade, em especial o IPTU progressivo no tempo.
- Que o novo estudo seja realizado com ampla discussão e participação da sociedade em todos os seus trâmites, e de acordo com os princípios constitucionais que permeiam a situação;
Entendemos que essa proposta, juntamente com as demais já
formuladas, atenderá à justiça tributária e social pertinente ao
assunto e corrigirá a injustiça social que se entende ter ocorrido
com o reajuste aplicado nos termos da representação já protocolada
no MPE, nº 0762/13. Entendimento este reforçado diante das
explicações dadas pelo Secretário Municipal da Fazenda, Sérgio
Nalini e pelo Vice-Presidente do Conselho Regional de Corretores de
Imóveis (CRECI), Senhor Walter Oliveira, em interrogatório
realizado pelo Promotor de Justiça Sebastião Sérgio da Silveira no
dia 29/01/2013 na sede regional do MPE em Ribeirão Preto.
Concomitantemente estamos receptivos ao diálogo que privilegia a
democracia. E nesse sentido, estamos receptivos a dialogar com a
Prefeitura dentro dessa e demais propostas que a Prefeitura
porventura tenha a apresentar como forma de atender aos anseios
populares que criticam o aumento do IPTU e o entendem equivocado,
notadamente, injusto e inconstitucional.
Para tanto, e para otimizarmos o tempo diante de um assunto que pede
uma resposta rápida, seja em benefício da população, seja em
benefício da Prefeitura, conforme deliberado na reunião de dia
31/01, reafirmamos o prazo para uma resposta do Executivo Municipal
até o dia 08 de fevereiro de 2.013, o qual entendemos como
suficiente para as tratativas necessárias ao desfecho deste assunto.
Sendo o que tínhamos a expressar, agradecemos a atenção e
aguardamos o retorno da Prefeitura, reiterando, por oportuno, nossa
disposição acerca do assunto."
Como colocado no documento supra, aguardaremos até o dia 08/02/2013
a resposta da Prefeitura sobre o conteúdo apresentado.
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