Durante todo o século XX e início do século XXI as lutas pela igualdade
de gênero, étnico-racial e pelo respeito à diversidade têm sido constantes.
Todavia, o predomínio de atitudes discriminatórias, em todas as sociedades,
ainda é uma realidade tão persistente quanto naturalizada.
O Brasil tem conquistado importantes resultados nesses temas. No
entanto, há ainda muito a ser conquistado e melhorado. As discriminações de
gênero, étnico-racial e por orientação sexual, são produzidas e reproduzidas em
todos os espaços da vida social brasileira.
Só leis não bastam para transformar mentalidades e aperfeiçoar culturas,
é preciso ações que promovam a discussão desses temas, motivem a reflexão
individual e coletiva e contribuam para a superação e eliminação de qualquer
tratamento preconceituoso. Intervenções que propiciem debates que, por sua vez,
promovam reflexão são fundamentais para ampliar a compreensão e fortalecer a
ação de combate à discriminação e ao preconceito.
Se a realidade mostra que ainda existem discriminações que desrespeitam
as diferenças, mais ainda devemos estar encorajados a lutar por mudanças, para
que a realidade seja transformada e assim possamos de fato viver com respeito a
todos.
Estou certa de que esse debate e a defesa da diversidade é o caminho
mais consistente e promissor para um mundo sem intolerância, mais plural e
democrático.
Ao discutir tais questões com a sociedade, busca-se contribuir com uma
sociedade mais respeitosa, amorosa, fraterna, formadora de pessoas dotadas de
espírito crítico e de instrumentos conceituais para se posicionarem com
equilíbrio em um mundo de diferenças e de infinitas variações. Pessoas que
possam refletir sobre o acesso de todos à cidadania e compreender que as diferenças devem ser
respeitadas e promovidas e não utilizadas como critérios de exclusão social e
política.
Precisamos, portanto, ir além da promoção de uma atitude apenas
tolerante para com a diferença. Precisamos fazer com que as pessoas entendam o
caráter vital da diferença. È com as diferenças que nos completamos, assim como
um grande quebra-cabeça, onde cada peça complementa outra e todas juntas formam
um todo harmônico. Temos que buscar a formação de uma
geração que não só respeite as diferenças, mas, principalmente, que entenda o
caráter vital da diferença.
Raquel Montero
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