Raquel Montero

Raquel Montero

terça-feira, 20 de maio de 2014

Educação pública, gratuita e democrática


Em 2010 o Governado Geraldo Alckmin reduziu em 55,26% o valor do investimento em educação, e em 2013 a redução foi de 37,5%.
A remuneração média dos professores estaduais de São Paulo é de R$ 2.422,58, enquanto que a remuneração média das demais profissões com nível superior é de R$ 4.247,48, razão pela qual os professores estão reivindicando aumento de 75,33% para estarem equiparados nessa média.
Dentre os estados brasileiros e abrangendo o Distrito Federal, São Paulo tem o maior orçamento para a educação, sendo este de mais de 27 bilhões para 2014, no entanto, figura no 10º lugar no ranking de investimento médio por aluno, investindo R$ 5.778,00, ficando atrás de Roraima que tem o menor orçamento em educação e ocupa o 5º lugar.
Um exemplo categórico da péssima gestão governamental paulista com relação a Educação é o bem fundamentado programa de acompanhamento da progressão escolar, desenvolvido inicialmente na Prefeitura da capital, sob orientação do educador Paulo Freire, o programa de Progressão Continuada, que transformou-se, por falta de condição de trabalho para os professores, na funesta aprovação automática, que depois acabou contaminando também outros estados.
Eu fui uma das primeiras vítimas desse "modelo" e senti no intelecto e na alma a pobreza desse ensino. Presenciei o esvaziamento das salas de aula, alunos passando de uma série para outra sem ter aprendido as lições dadas na série anterior, déficit cada vez maior na qualidade das aulas que recebemos e com isso nossa segurança cada vez menor em concorrer num vestibular para acesso em uma universidade pública, e a queda do estímulo das professoras e dos professores que tive, outrora tão mais animados em ministrar aulas. Foram violências que me recordo, sinto e sofro as consequências até hoje. E assim como eu, milhares de outras pessoas, numa sucessão que continua.
No Estado de São Paulo o investimento feito por município ou pelo Governo estadual é de 10% da renda per capita, já nos países que têm sistemas educacionais que funcionam, sejam eles economicamente desenvolvidos ou não, o percentual varia de 20% a 30% da renda per capita anual.
Nessa conjuntura as metas previstas no Plano Nacional de Educação (PNE) do período de 2001 a 2011, também não foram cumpridas. O atual governador do Estado de São Paulo soma sete anos de mandato desde a promulgação do PNE citado. No restante do período o Estado de São Paulo foi governado por membros de seu próprio partido (PSDB). Portanto, fica explícita a total falta de comprometimento do atual Governo estadual com a Educação paulista e sua enorme responsabilidade sob os nefastos resultados da Educação no Estado de São Paulo.
E tendo em vista ser o Estado de São Paulo um dos mais ricos estados da federação não há justificativa plausível para esse desastre na Educação paulista.
Assim, é urgente e impostergável mudar esse quadro e lutarmos pela efetivação do direito à educação, para que a educação seja um caminho de oportunidades iguais, de integração entre todos os brasileiros e brasileiras, de pluralismo, democracia, respeito, que contribua para superar as desigualdades sociais e de renda com a promoção de ensino de qualidade para todos.

Raquel Montero

Nenhum comentário:

Postar um comentário