Em 2010 o Governado Geraldo Alckmin reduziu em 55,26% o
valor do investimento em educação, e em 2013 a redução foi de 37,5%.
A remuneração média dos professores estaduais de São Paulo
é de R$ 2.422,58, enquanto que a remuneração média das demais profissões com
nível superior é de R$ 4.247,48, razão pela qual os professores estão
reivindicando aumento de 75,33% para estarem equiparados nessa média.
Dentre os estados brasileiros e abrangendo o Distrito
Federal, São Paulo tem o maior orçamento para a educação, sendo este de mais de
27 bilhões para 2014, no entanto, figura no 10º lugar no ranking de
investimento médio por aluno, investindo R$ 5.778,00, ficando atrás de Roraima
que tem o menor orçamento em educação e ocupa o 5º lugar.
Um exemplo categórico da péssima gestão governamental
paulista com relação a Educação é o bem fundamentado programa de acompanhamento
da progressão escolar, desenvolvido inicialmente na Prefeitura da capital, sob
orientação do educador Paulo Freire, o programa de Progressão
Continuada, que transformou-se, por falta de condição de trabalho para
os professores, na funesta aprovação automática, que depois acabou
contaminando também outros estados.
Eu fui uma das primeiras vítimas desse "modelo" e
senti no intelecto e na alma a pobreza desse ensino. Presenciei o esvaziamento
das salas de aula, alunos passando de uma série para outra sem ter aprendido as
lições dadas na série anterior, déficit cada vez maior na qualidade das aulas
que recebemos e com isso nossa segurança cada vez menor em concorrer num
vestibular para acesso em uma universidade pública, e a queda do estímulo das
professoras e dos professores que tive, outrora tão mais animados em ministrar
aulas. Foram violências que me recordo, sinto e sofro as consequências até
hoje. E assim como eu, milhares de outras pessoas, numa sucessão que continua.
No Estado de São Paulo o investimento feito por município
ou pelo Governo estadual é de 10% da renda per capita, já nos países que têm
sistemas educacionais que funcionam, sejam eles economicamente desenvolvidos ou
não, o percentual varia de 20% a 30% da renda per capita anual.
Nessa conjuntura as metas previstas no Plano Nacional de
Educação (PNE) do período de 2001 a 2011, também não foram cumpridas. O
atual governador do Estado de São Paulo soma sete anos de mandato desde a
promulgação do PNE citado. No restante do período o Estado de São Paulo foi
governado por membros de seu próprio partido (PSDB). Portanto, fica explícita a
total falta de comprometimento do atual Governo estadual com a Educação
paulista e sua enorme responsabilidade sob os nefastos resultados da Educação
no Estado de São Paulo.
E tendo em vista ser o Estado de São Paulo um dos mais
ricos estados da federação não há justificativa plausível para esse desastre na
Educação paulista.
Assim, é urgente e impostergável mudar esse quadro e
lutarmos pela efetivação do direito à educação, para que a educação seja um
caminho de oportunidades iguais, de integração entre todos os brasileiros e
brasileiras, de pluralismo, democracia, respeito, que contribua para superar as
desigualdades sociais e de renda com a promoção de ensino de qualidade para
todos.
Raquel Montero
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