Responder sim
ou não à uma situação é dever que nos compete a todo momento. É dever que nos
faz, inclusive, cidadãs e cidadãos. E quando falamos desse dever com relação
aos nossos governantes e parlamentares, falamos também de coerência e respeito
desses governantes e parlamentares com os votos que receberam do povo, para
defender os interesses deste povo.
Não há atitude na abstenção de votar. Abster-se é não assumir
posição, não afirmar ou negar, não enfrentar oposição. Disse Martin Luther King que "A covardia coloca a
questão: 'É seguro?' O comodismo coloca a questão: 'É popular?' A etiqueta coloca
a questão: 'é elegante?' Mas a consciência coloca a questão, 'É correto?' E
chega uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, não é
elegante, não é popular, mas o temos de fazer porque a nossa consciência nos
diz que é essa a atitude correta."
Diante da
indagação de se saber se algo é correto, cada um de nós tem, sempre, a
resposta. Pode não ser a melhor, a mais certa, a mais sensata, mas em cada
momento da vida, e de acordo com nossa concepção, temos, cada um de nós, as
respostas que precisamos dar diante de nossa consciência e dos desafios e
vicissitudes que surgem no caminho. Responder sim ou não, está dentro do
alvedrio de cada pessoa, que tem o direito de livre pensar e manifestar,
competindo ao outro, respeitar essa liberdade, ainda que não concorde com o
resultado dela. É legítima a liberdade de expressão, como legítimo é, a crítica
contra essa mesma expressão, no que tange principalmente às críticas sobre as
decisões de representantes da população.
Mas nada
responder, e simplesmente se abster, na qualidade inclusive de parlamentar, é,
avessamente, não adotar qualquer posição. É assistir calado e omisso. É não ter
coragem de assumir um lado da situação. É calar a voz e se anular na inação. É
vergonhoso. Um ato de covardia e não de coragem.
Lamento a
atitude de abstenção de cada um dos vereadores que na sessão de hoje da Câmara,
se abstiveram de votar o veto ao projeto de lei que estabelecia que os
contratos para a prestação de serviços relacionados à limpeza urbana e resíduos
sólidos da cidade, deviam passar pelo crivo do Legislativo municipal para serem
aprovados. Projeto que outrora foi aprovado por unanimidade pelos 21 vereadores. Porém, agora, os vereadores André Luiz da Silva (PCdoB), Bebé (PSD), Capela
Novas (PPS), Genivaldo Gomes (PSD),
Jiló (PR), Maurílio
Romano (PP), Saulo Rodrigues (PRB),
Waldyr Villela (PSD), Walter Gomes (PR), se abstiveram de votar.
E,
em mais uma sessão polêmica, o vereador Samuel Zanferdini (PMDB), não
compareceu na sessão. Por várias vezes esta situação de ausência aconteceu com
este vereador. O vereador Paulo Modas (PR), omisso, não votou. E o vereador Cícero
Gomes (PMDB), também não votou. Os demais vereadores e as vereadoras, foram os
responsáveis pelos votos contrários ao veto da Prefeita ao projeto de lei.
Com
esse placar o veto permaneceu e o projeto foi rejeitado.
Raquel
Bencsik Montero
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