Raquel Montero

Raquel Montero

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Recesso forense e algumas reflexões




 Está acabando o recesso forense. Neste espaço de tempo, além de poder descansar, fiquei pensando como está a prestação da jurisdição em nossa cidade.
Claro que relembrei problemas que teimam em persistir nessa seara. Não existem só na realidade, se tornaram latentes em nossa mente. E a culpa das mazelas jurisdicionais, penso, é da cidade e da estrutura do Poder Judiciário e dos investimentos que lhe são concedidos pelos Governos, estadual e federal, nas respectivas esferas. São conjuntamente responsáveis.
Problemas existem e são fáceis de serem apontados na maioria das situações, principalmente pelas advogadas, pelos advogados e pelos servidores públicos que diuturnamente estão atrelados ao Judiciário.
E o cidadão, a pessoa da sociedade, a quem a jurisdição é destinada, também padece dos males jurisdicionais, e muitas vezes sem entender a razão de tanta demora na apreciação de seu direito. Desentendimento totalmente plausível diante das verdadeiras razões de tanta demora no Judiciário.
Mas para cada problema existente, existe uma solução eficaz. Não tenho qualquer dúvida disso. Basta vontade para solucionar problemas.
Assim, quero expressar algumas das medidas que entendo eficazes para solucionarem problemas existentes no Judiciário de nossa cidade. Lembrando que a prestação jurisdicional é mais eficaz e efetivamente presta a tutela jurisdicional ao jurisdicionado com um conjunto de medidas que busquem equanimizar toda a complexidade das circunstâncias que envolvem os direitos das pessoas, sempre buscando aprimorá-las de acordo com o momento. Então, vejamos;

1. fortalecimento das instituições, com respeito à sua autonomia administrativa e orçamentária e valorização de seus funcionários. Assim deve ser a OAB, Defensoria Pública, Ministério Público, Assistência Judiciária, Polícia, Judiciário, Conselhos Municipais, Sindicatos;

2. fortalecimento dos Conselhos Municipais, respeitando sua autonomia e a representação democrática que deve haver entre os membros que os integram. Os Conselhos são importantes meios de comunicação entre o Poder Público e a sociedade, podendo, se forem fortes, contribuir na resolução dos problemas que afligem os direitos das pessoas e do meio ambiente como um todo. E para agilizar as comunicações, os Conselhos poderiam funcionar, todos, num complexo próximo aos foruns ou num complexo próximo à Prefeitura;

3. transporte prático, ágil e de tarifas módicas ou isento de tarifa, para levar as pessoas aos centros de atendimento jurídico. Dificuldades de condução importam em dificuldades da prestação jurisdicional;

4. onde já estão estabelecidos os foruns devem haver representantes de todas as instituições, além das que já existem - Polícia, com suas delegacias especializadas, Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal, etc;

5. núcleos especializados de atendimento a pessoas - idosos, crianças, mulheres, homossexuais, transexuais, travestis – e animais, tais como as delegacias especializadas, devem existir, ser valorizados e fortalecidos;

  1. Diálogo com as universidades para verificar a possibilidade de se levar os núcleos de assistência jurídica das universidades para regiões periféricas da cidade.

Ainda assim os problemas que obstam uma prestação jurisdicional ágil e de qualidade continuarão a existir, porém, em menor número a cada medida positiva efetivada. Isso é certo. Mas é certo também que esses óbices só continuarão a existir por falta de vontade em retirá-los, assim como as medidas que citei acima só não são implantadas por ausência de vontade de nossos gestores públicos.

Raquel Bencsik Montero

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