Continuando os fatos
sobre o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de Ribeirão
Preto, hoje foram interrogados no Ministério Público Estadual, o Secretário
Municipal da Fazenda, Sérgio Nalini, e o Vice-Presidente do Conselho Regional
de Corretores de Imóveis (CRECI), Walter Oliveira.
O interrogatório durou
mais de 3h30m. Primeiro perguntou o promotor, após os munícipes presentes,
contando o ato com a presença da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
Defensoria Pública de São Paulo, e com os vereadores Bertinho Scandiuzzi e
Marcos Papa.
Diante das perguntas
feitas tivemos conhecimento de mais injustiças sociais além das já conhecidas e divulgadas. Foi explicado pelo
Secretário da Fazenda que o estudo da Planta Genérica de Valores dos Imóveis
(PGV) foi feito em 2.009. De lá para cá qualquer desvalorização ou valorização
que ocorreu nos imóveis não foi considerada na PGV, bem como as alterações
produzidas na lei de uso e ocupação do solo, no ano de 2.011, e que alterou
profundamente a ocupação de bairros na cidade, que em consequência repercutem
na valorização dos imóveis, também não foi considerada na alteração do valor do
IPTU de 2.013.
A discrepância de
valores do metro quadrado em bairros da periferia comparados com bairros da
zona sul, onde o metro quadrado da zona sul ficou com valor inferior ao da
periferia, foi explicada como proposital pelo Secretário da Fazenda, e não como
um erro. Isso porque, na concepção da Prefeitura, o metro quadrado de bairros
da zona sul são, realmente, menos valorizados que o metro quadrado da
periferia.
E eu pergunto: Há algum
equilíbrio nisso? O equilíbrio não estaria em se tributar com valores mais altos os que têm mais condições financeiras e se tributar com valores mais baixos os que têm menos condições financeiras?
E diante de valores distorcidos
ou abusivos a resposta dada foi que o contribuinte deveria registrar uma
impugnação na Prefeitura.
Ou seja, fica assim, se
o contribuinte não reclamar, está tudo certo. Certo? Está certo mesmo? É certo
atribuir o ônus dos erros do Poder Público para o contribuinte? E contribuinte
esse que muitas vezes nem tem conhecimento ou condições físicas de fazer essa
impugnação, inclusive porque agora a tarifa do transporte público também sofreu
um reajuste abusivo, indo de R$ 2,60 para R$ 2,90.
Na hipótese de IPTU
acima do valor, o contribuinte está sendo prejudicado em seu direito de pagar
por um valor correto de imposto. Na hipótese de IPTU abaixo da valor, toda a
população está sendo prejudicada, porque ai o Município está deixando de
receber dinheiro e assim de gerar receita para os serviços públicos que atendem
toda a cidade. Ainda está certo isso?
Não, claro que não.
Tudo isso é um absurdo. Um grande absurdo em detrimento de toda população de
Ribeirão.
E ainda tivemos
impasses. O Secretário da Fazenda disse que convidou o CRECI para opinar sobre
o estudo da PGV, por outro lado, Walter Oliveira disse que ele foi até a
Prefeitura se oferecer para ajudá-la no entendimento da PGV. E isso não é um
detalhe bobo. Lembre-se que os detalhes é que fazem a diferença no entendimento
dos fatos.
Com as explicações
dadas continuamos a entender e, depois das explicações, a reforçar o que desde
o início afirmamos, isto é, o aumento do IPTU, da maneira e com o reajuste que
ocorreu, é inconstitucional e provoca injustiça social onde ela não existe e a
aumenta onde ela já existe, no que se refere aos aspectos sociais que permeiam
esta questão.
Dessa forma, ao dirigir
uma pergunta ao Secretário da Fazenda, eu, enquanto munícipe desta cidade,
cidadã e contribuinte, perguntei a ele; "Secretário, do que ouvimos aqui,
percebemos que injustiças sociais foram praticadas e princípios
constitucionais, do qual é principal o princípio da capacidade financeira do
contribuinte, não foram respeitados no aumento do IPTU, notadamente para aqueles
que tem como parâmetro de renda o salário mínimo e a aposentadoria do regime geral
de previdência. Assim, não pergunto mas sim reivindico a revogação do reajuste do
IPTU de 2.013, de maneira que, para 2.013 ele só receba reajuste conforme a inflação
e, a partir dos próximos anos seja reajustado com base em uma PGV amplamente discutida
e estudada entre o Poder Público e a sociedade".
Eis que o Secretário da
Fazenda responde, tentando justificar a injustiça social que por várias vezes reafirmamos;
eu não tenho competência para dar resposta à essa reivindicação.
Pois bem, na quinta-feira
falaremos então com a Prefeita, a qual não poderá alegar qualquer outra autoridade
acima dela para se esquivar de responder à mesma alegação, eis que estaremos falando
com a Chefe do Executivo.
Raquel Bencsik Montero
http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/jornal-regional/videos/t/edicoes/v/mp-ouve-representantes-da-prefeitura-e-do-creci-sobre-o-aumento-do-iptu/2374469/
http://www.jornalacidade.com.br/editorias/politica/2013/01/30/ministerio-publico-defende-nova-revisao-do-iptu.html
http://www.jornalacidade.com.br/editorias/politica/2013/01/30/ministerio-publico-defende-nova-revisao-do-iptu.html
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