Raquel Montero

Raquel Montero

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Políticas equilibradas


                

Em artigo anterior falei sobre a lei de cotas em entidades educacionais federais. Falei que a lei de cotas vem para corrigir injustiças históricas em nosso país. E ao mesmo tempo em que o Governo federal e o Congresso manifestaram vontade de fazer essas correções, sob pessoas que já sofreram as injustiças, ambos os Poderes também demonstraram idônea vontade de ir até o cerne do problema, através de investimentos na Educação, indo além da universitária, e tratando-a desde a raiz, isto é, no ensino básico, fundamental e médio.
Esses investimentos são reflexos das atuais políticas discutidas e aprovadas na esfera federal. Inicia-se com a discussão do segundo Plano Nacional de Educação, onde a Câmara dos Deputados acordou aumentar o percentual de transferência do Produto Interno Bruto (PIB) destinado para a Educação. Dos quase 5% atuais a Câmara o elevou para 10%. Agora a proposta segue para o Senado, para votação.
Paralelamente e já visando a verba para esse investimento a Presidenta Dilma editou recentemente uma medida provisória (MP) para que todo o percentual dos royalties do Fundo Social do Pré-Sal, ou seja, 100%, seja destinado para a Educação. Isso significa um imenso investimento para a Educação. Essa MP, já aprovada pela Presidenta, estará em votação na próxima semana, no Congresso Nacional.
Também através do "Programa Brasil Carinhoso" a Presidenta Dilma garantiu a criação de mais de 6 (seis) mil creches em todo o Brasil. Foi outro considerável investimento na Educação.
Ou seja, a lei de cotas não é um paliativo do Governo, é uma medida concomitante a demais outras medidas. Se uma almeja as consequências de erros passados, as outras almejam a raiz das consequências, visando tratá-las. Há um equilíbrio harmonioso nessas medidas. E agindo assim se está demonstrando que a Educação está sendo mais valorizada, numa consciência de que ela é de extrema importância para um país que quer se desenvolver e progredir cada vez mais.
A verba está sendo viabilizada e na sua aplicação prática ainda dependerá da administração organizada dos estados e municípios, através de seus governadores e prefeitos, para bem aplicar a verba, na construção e melhoria de creches e escolas, já que essas funções são de competências destes entes. Todavia, o mais difícil já está sendo viabilizado, no que se refere à verba pública.
Na prática se verifica que os estados e municípios ainda falham muito nesse tema. Veja, em Ribeirão Preto há dez anos a Prefeitura não cria concurso público para a contratação de professores efetivos para educação municipal. Por todo esse tempo o que ocorreram foram concursos para a contratação de professores temporários que ficam por no máximo 3 (três) anos na escola para o qual foram direcionados. E nessa situação os professores ainda tem seus direitos trabalhistas muito prejudicados e sua condição ainda mais desvalorizada.
E isso tudo sendo extremamente desnecessário, já que a Prefeitura poderia ter feito o concurso para a contratação efetiva há tempos, e com isso estabelecer quadros de carreira para professores, vínculos de convivência entre professores, alunos e pais, que em muito contribui para a relação escolar, entre outras circunstâncias que não são possíveis numa sistemática temporária de relação.
Há ainda em Ribeirão a questão do Plano Municipal da Educação, discutido coletivamente entre a sociedade e que a Prefeitura teima em não efetivá-lo, numa conduta de total desrespeito à Educação e aos munícipes.
Sem o efetivo trabalho das prefeituras não há verba que seja suficiente para uma educação de qualidade. É preciso que as prefeituras e os governos estaduais assumam sua importante missão na Educação, e assim pactuem efetivamente seus compromissos federativos com o Governo federal, para que dessa forma os apertos de mãos não sejam só para receber a verba federal, mas também para alicerçar compromissos de qualidade com a Educação em todos os seus níveis (básico, fundamental, médio e superior).
Raquel Bencsik Montero 

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