Estamos fazendo publicações específicas sobre os diferentes temas tratados na nossa plataforma de propostas da candidatura a vereadora. Agora publicamos o sexto tema, "Segurança Pública". E assim, sucessivamente com os demais temas de competência das vereadoras, dos vereadores e do município. Torço que gostem! E qualquer sugestão ou crítica, fique a vontade para nos falar por aqui ou pelo e-mail raquelbmontero@gmail.com
Embora o tema "Segurança Pública" seja de competência do governo estadual, é sabido que tudo que pudermos reivindicar do governo estadual para melhorar a Segurança Pública em nossas cidades, será pertinente e conveniente.
Embora o tema "Segurança Pública" seja de competência do governo estadual, é sabido que tudo que pudermos reivindicar do governo estadual para melhorar a Segurança Pública em nossas cidades, será pertinente e conveniente.
Segurança
Pública
Segurança
Pública com a garantia dos direitos humanos deve ser a meta
Na avaliação de
especialistas uma segurança pública efetiva com a garantia de direitos humanos
deve ser a meta. É importante o amadurecimento do Estado Democrático de
Direito, de maneira que se supere o modelo de organização fundamentado em
práticas autoritárias.
Responder à criminalidade com encarceramento em massa não é solução.
Enquanto faltar qualidade na educação e oportunidade de trabalho, sempre haverá
saída para a criminalidade e qualquer outra medida será mero paliativo.
É fundamental oferecer serviços públicos básicos que evitem que as
pessoas recorram à criminalidade. Havendo essa oferta, ainda é necessário
investimentos para que tenhamos uma segurança pública que tenha condições de
prevenir o crime. Porém, na prática, não é nada disso que verificamos em
Ribeirão.
A Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas
recomendou que o Brasil deveria trabalhar para extinguir a Polícia Militar. A
instituição internacional ligou a PM a práticas de tortura e reconheceu que a
forma como atua é propícia para a criação de “esquadrões da morte”.
Paralelo ao debate sobre a extinção da Polícia
Militar está o debate sobre a desmilitarização da mesma.
A formação
militar é bastante rígida e o policial vai para a rua com essa cultura rígida,
tratando a sociedade às vezes de forma igualmente dura. O modelo de
militarização trabalha para tornar o policial, ou o militar, um objeto na mão
do seu comandante. Então, o militarismo foca em uma dessubjetivação do militar.
É a obediência máxima. A polícia não pode ser assim, é um trabalho como outro
qualquer. O sujeito volta para a casa depois do expediente, tem sua vida normal
dentro do país dele. Nós não podemos transportar o ponto de vista militar e sua
hierarquia para dentro da polícia.
E
com relação à desmilitarização deve ser analisado também o papel desempenhado
pela Justiça Militar, a qual cabe processar e julgar policiais militares em
crimes militares tipificados em lei. Embora em crimes não militares, como os
dolosos contra a vida, por exemplo, o agente possa ser julgado na Justiça
comum, o papel desempenhado por esse ramo militar tem ignorado fatos relevantes
e focado mais em questões relativas à manutenção da hierarquia, penalizando
quem está na base.
O número de oficiais condenados é muito pequeno. Mas a mesma Justiça é rigorosa com os praças, e não necessariamente por crimes de corrupção por exemplo, às vezes por questões bobas, como o sujeito não estar uniformizado ou ter xingado o oficial. Há uma espécie de mistificação em torno de hierarquias e regramentos inflexíveis, como se a rigidez fosse um fator impeditivo de desvios de conduta ou corrupção. Hierarquia não acaba e nem diminui corrupção. Na verdade, muitas vezes ela concentra a corrupção em oficiais. Esse argumento é muito ingênuo, se a hierarquia militar resolvesse o problema da corrupção, nossa polícia seria a polícia da Suíça.
Para
se efetivar a desmilitarização, não há como pressuposto básico a unificação das
duas polícias. Não há necessidade da unificação. São organizações que têm
atribuições diferentes, cada uma com a sua organização, sua própria hierarquia,
mas ambas definidas, reconhecidas e tratadas como organizações civis, não
militares.
Os
efeitos de uma polícia militarizada para a sociedade são inúmeros. A
inadequação de uma corporação formada para combater inimigos reflete no
tratamento dado aos cidadãos em geral. Essa agressividade vai ser transposta,
em última análise, para o suspeito. Na hierarquia militar, não é o soldado que
é a base da hierarquia, é o civil e, principalmente, o que é suspeito da
prática de crimes.
O
debate da desmilitarização é importante porque tem relação com a formação.
Quando se tem uma formação em que o foco é a militarização para enfrentar a
violência e todo esse contexto de crimes, é óbvio que vai deixar de se
considerar outros elementos que poderiam ser parte desse enfrentamento, não
apenas o enfrentamento bélico. Você deixa de trazer outras questões e, com
isso, acaba caracterizando a polícia apenas de um jeito. Na missão da PM está
prevista a prevenção do crime, só que a gente não vê a polícia agindo na
prevenção, mas enfrentando situações muitas vezes de forma violenta, situações
que mereceriam abordagem e conduta completamente diferentes do profissional de
segurança. Essa resposta também tem relação com a lógica militar que rege essa
polícia.
Infelizmente essa é nossa triste realidade. A sociedade desconfia dos
nosso policiais, nossos policiais estão despreparados, mal remunerados, mal
assistidos e tratam o cidadão de forma desrespeitosa.
Nesse tom há 1,5 mil empresas de segurança privada no país, com 540 mil
vigilantes particulares legalizados trabalhando. Desde 2009 o número é superior
ao de policiais militares, com efetivo aproximado de 411 mil.
As pessoas querem ter seu segurança particular porque não confiam na
Segurança Pública. Mas isso é um grande erro. Adianta pouco. Falta treinamento
e capacitação aos vigilantes.
É o Estado quem deve prover segurança pois no setor privado as pessoas
estão trabalhando não necessariamente pelo interesse público.
A Polícia Militar do estado de
São Paulo é a terceira pior remunerada, com um vencimento de pouco mais R$
2.400,00.
Os baixos salários, a
precariedade das instalações e das condições de trabalho deixam as Polícias
Militar e Civil do Estado de São Paulo desassistidas em um momento em que as
duas forças são peças fundamentais na luta contra o aumento dos índices de
criminalidade.
Viaturas quebradas, coletes à prova de balas vencidos e armamento defasado, muitas vezes em situação de inferioridade ao utilizado pelos bandidos, são alguns dos pontos citados por policiais militares.
Na Polícia Civil, que passa por uma grave crise em sua estrutura em Campinas, os salários considerados baixos para delegados iniciantes levaram a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp) a iniciar uma campanha para incentivar delegados da ativa a fazerem concurso para trabalhar em outros estados, onde remunera muito mais do que em São Paulo. No último concurso aberto para novos delegados a remuneração apresentada foi de um pouco mais de R$ 8 mil.
Segundo informações da ADPESP, a cada dez dias um delegado desiste do cargo. Em
O que vemos são profissionais
que trabalham, mas o empenho poderia ser outro e, com isso, a agilidade e o
resultado da investigação seriam totalmente melhores. A grande maioria não está
feliz e muitos pensam em deixar a carreira porque não vale a pena. E não é só a
vida do profissional que está em risco, e sim, de toda sua família, que acaba
sofrendo ameaças e vinganças de criminosos.
Acaso
os policiais que têm direito a se aposentarem, venham a exercer esse direito, a
estrutura do órgão encurtaria em quase dois terços. A Polícia Civil tem
atualmente 27 mil policiais e, destes, pelo menos 17 mil poderiam, pela lei,
requerer a aposentadoria. A Polícia Civil fecharia as portas. Há duas décadas
nenhuma vaga é aberta ou preenchida.
Segundo as entidades, o nível
salarial da Polícia Civil paulista está classificado em 26º lugar entre os
estados brasileiros. O empobrecimento da corporação tem provocado uma enorme
debandada de policiais, que optam por trabalhar em outros Estados ou
simplesmente mudam de profissão.
O piso salarial do policial
civil do Estado de São Paulo é de R$ 1.476,00. No último concurso realizado
para vagas para Polícia Civil o vencimento divulgado foi de um pouco mais de R$
3 mil.
O vencimento médio de um
Bombeiro no Estado de São Paulo é de R$ 2.000,00. Está em 8º lugar dentre os
vencimentos de Bombeiros com relação aos demais estados e o Distrito Federal,
sendo que o mais alto valor é pago pelo Distrito Federal, R$ 3.453,70.
Somos o estado mais rico da
federação, mas, no entanto, o que nosso estado paga para profissionais que têm
a função de salvar vidas, uma função altamente nobre portanto, é vergonhoso, e
está atrás de vários outros estados que, por sua vez, tem menos condições
financeiras que o Estado de São Paulo.
Embora o tema "Segurança Pública" seja de competência do governo estadual, é sabido que tudo que pudermos
reivindicar do governo estadual para melhorar a Segurança Pública em nossas cidades,
será pertinente e conveniente.
Assim, propomos;
-
aproveitar
as câmeras que já existem para a fiscalização do trânsito para também fazerem a
segurança;
-
buscar
verbas do Governo federal disponibilizadas para Prefeituras e Governos
estaduais que apresentem bons projetos para Segurança Pública;
-
instalar
câmeras pelas cidades aproveitando dos postes de iluminação pública;
-
iluminação
em ruas, praças e parques;
-
guarda
municipal em escolas;
-
investimentos
que tragam valorização e otimização dos recursos humanos e materiais da Polícia Civil, Polícia Militar e
dos Bombeiros;
-
investimentos
em tecnologia, informatização e inteligência das Polícias e do Corpo de
Bombeiros;
-
consolidar
e capacitar centros de prevenção e proteção de vítimas de violência doméstica e
familiar;
-
consolidar
e capacitar delegacias de polícia especializadas em assuntos específicos como o
da criança e do adolescente, LGBTT;
-
capacitar
as Polícias em direitos humanos, mediação de conflitos e solução pacífica dos
conflitos;
-
fazer o
debate sobre a desmilitarização da Polícia Militar;
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