Estamos fazendo publicações específicas sobre os diferentes temas tratados na nossa plataforma de propostas da candidatura a vereadora. Agora publicamos o quinto tema, "Saúde". E assim, sucessivamente com os demais temas de competência das vereadoras, dos vereadores e do município. Torço que gostem! E qualquer sugestão ou crítica, fique a vontade para nos falar por aqui ou pelo e-mail raquelbmontero@gmail.com
Saúde
Saúde de
qualidade como realização de um direito social universal
Ribeirão Preto tem
95 unidades de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Tem 01
cardiologista, tem 233 clínicos gerais, tem 08 médicos de saúde da família, tem
01 médico de saúde do trabalho, 47 emergencialistas, 70 ginecologistas, 05
oftalmologistas, 03 otorrinolaringologista, 177 pediatras, 25 psiquiatras, 09
sanitaristas. Em relação a estrutura de 2008, último ano do Prefeito anterior à
gestão Dárcy Vera, há 24 médicos a menos. Uma incoerência já que nos 07 anos
que se passaram houve aumento da população e não diminuição.
A saúde, como a
educação, a proteção ambiental e a moradia, são direitos fundamentais que nos
comprometemos a defender sempre e com contundência e intensidade. Queremos
resgatar a saúde pública do abandono em que está em Ribeirão. E acreditamos
firmemente que é possível um novo sistema de saúde que siga os princípios
estabelecidos em nossa Constituição Federal; universalidade, uniformidade,
seletividade e distributividade, caráter democrático e descentralizado da
administração do sistema.
Ao mesmo tempo, para que isso seja possível, lutaremos contra a
privatização da saúde, que faz com que exista uma saúde para ricos diferente da
saúde dos menos favorecidos financeiramente, onde os menos favorecidos
financeiramente ficam com largas filas de espera, medicamentos caros, falta de
profissionais e má estrutura das unidades de atendimento.
Na contramão, o
município de Ribeirão Preto vem transformando os serviços em nichos de negócios
lucrativos. Para conseguir o apoio da sociedade, precarizou o trabalho público
deixando a população à mercê dos interesses privados, ou pior, à mercê da
violência generalizada que encarcerou a todos em suas vidas privadas.
Recente pesquisa do Datafolha apontou mais uma vez que o modelo privado não é a eficiência que tanto destaca para terceirizar serviços: 70% dos entrevistados usuários de convênios particulares e com renda mais alta avaliam a saúde como ruim ou péssima.
Desde 1998, com a
eleição de Covas e a edição/promulgação de um projeto de lei pelo então
presidente FHC, as Organizações Sociais (OSS) passaram a gerir uma série de
instituições hospitalares Brasil afora, mas encontraram no Estado de São Paulo
seu porto pacífico, e em Ribeirão isso acontece muito.
A partir de então, os hospitais e serviços de saúde, que vinham sendo administrados diretamente pelas autarquias municipais e estaduais tiveram seu gerenciamento progressivamente terceirizado e privatizado – sempre pelas mesmas (e poucas) empresas (OSS), e sempre sem licitação.
O esquema de contratos milionários envolve aquilo que FHC e Serra fizeram enquanto foram gestores federais: sucateamento e pauperização crescentes das estruturas públicas, principalmente as hospitalares e educacionais, e desvalorização de seus funcionários, para que o argumento privatizador pudesse encontrar respaldo junto à população em geral, com o devido apoio das corporações midiáticas. E assim foi. E assim continua sendo em São Paulo.
Com relação aos
servidores públicos da saúde, além de uma carreira de estado, com dedicação
exclusiva, tempo integral e salário compatível,
deve haver garantia de um piso salarial, condizente com o trabalho, que,
na opinião, por exemplo, da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), é de R$
9.813,00, por 20 horas semanais. Em Ribeirão a remuneração dos médicos
municipais é em média de R$ 5.000,00, podendo ser um pouco mais que isso ou um
pouco menos, já considerando benefícios. Em 2015 a Prefeita Dárcy Vera
abriu concurso para contratar médicos ofereceendo R$ 5.800,00 mais benefícios.
Teve que prorrogar a data de encerramento das inscrições porque só 17
inscrições foram feitas inicialmente.
Outro problema
que o tão aguardado plano de carreira deve solucionar são as diferenças
salariais oferecidas pelos órgãos do Executivo, Legislativo e Judiciário. Os
médicos contratados para trabalhar em instituições como, por exemplo,
Assembleia Legislativa ou tribunais de justiça têm muito mais vantagens que
aqueles que atuam na linha de frente, em hospitais, enfermarias e
prontos-socorros.
Os royalties do
petróleo e do fundo especial do Pré-Sal e o programa federal Mais Médicos proporcionarão
mais recursos para mais investimentos na saúde, com mais e melhores estruturas
de atendimento e mais médicos para atender as pessoas, principalmente nas
regiões onde faltam médicos e as pessoas carecem do atendimento, como é o caso
das periferias de grandes cidades e municípios do interior do país.
E o problema da
escassez de médicos na regiões citadas é grave e antigo. Hoje o Brasil possui
1,8 médicos por mil habitantes. Esse índice é menor do que em outros países,
como a Argentina (3,2), Uruguai (3,7), Portugal (3,9) e Espanha (4). Além
da carência dos profissionais, o Brasil sofre com uma distribuição desigual de
médicos nas regiões - 22 estados possuem número de médicos abaixo da média
nacional.
A intenção do
programa Mais Médicos de levar médicos para regiões carentes é apenas um
aspecto de uma série de medidas estruturantes para aprimorar a formação médica
e diminuir a carência de profissionais médicos no país.
Porém, para que os
recursos efetivamente cheguem para o sistema público de saúde, é necessário uma
gestão eficiente, fiscalização e planejamento, senão o que teremos, mais uma
vez, é desperdício do dinheiro público.
O sistema de saúde
do Brasil não pode mais esperar. Temos sim que ter mais médicos no Brasil, mais
investimentos, mais fiscalização e gestão planejada dos recursos.
Para tanto propomos;
-
resgate
e ampliação do setor público de saúde, buscando aumentar os recursos para a
saúde, desestimulando assim a busca e a existência por sistemas privados de
saúde;
-
ampliar
a cobertura de medicamentos disponíveis na rede pública, com prioridade aos
essenciais;
-
medidas
que valorizem os profissionais da saúde, com valorização dos salários,
incentivos à carreira e estabilidade de trabalho;
-
fortalecimento
da atenção primária;
-
fortalecimento
da vigilância sanitária para evitar doenças;
-
mais
participação da comunidade nas decisões sobre a saúde pública, discutindo e
fiscalizando junto às autoridades, principalmente através do Conselho Municipal
de Saúde;
-
teleagendamento
na rede do SUS (vide Canoas/RS que implantou o teleagendamento na Saúde em 04
anos);
-
defesa
e fiscalização do programa Mais Médicos;
-
defesa
e fiscalização para que os royalties do petróleo sejam efetivamente aplicados
na Saúde;
-
investimentos
em prevenção (vide a eficiência de Belo Horizonte/MG que implantou 445 equipes
da saúde em 04 anos);
-
informatização
de todo o SUS para acesso de todo o prontuário médico em qualquer unidade de
atendimento;
-
promover
e fortalecer o Programa Saúde da Família;
-
defesa
para execução do Programa Pró Infância no Estado de São Paulo;
-
ampliação
e capacitação de unidades de saúde (UPA, postos de saúde, hospitais, centros de
atendimento psicossocial) de acordo com a necessidade das demandas;
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