Desde o início do governo Mário Covas, há 20 anos, até a
atual gestão de Geraldo Alckmin, o governo paulista não criou nenhuma
universidade estadual. No entanto, neste mesmo período, foram construídas 53
penitenciárias, além de outras unidades prisionais.
O estado de São Paulo conta, atualmente, com três
universidades estaduais. São elas: a Universidade de São Paulo (USP), fundada
em 1934; a Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho (Unesp), criada
em 1976; e a Universidade Estadual de Campinas, instituída em 1962.
Como um governador valoriza mais a construção de presídios
em detrimento a construção de universidades? Qual a lógica, Governador?
Em âmbito federal, numa
breve comparação, o PSDB, do professor Fernando Henrique Cardoso (FHC), não fez nenhuma universidade federal, o PT, do
torneiro mecânico Lula, fez 14 universidades federais.
Como um simples torneiro
mecânico valoriza mais a construção de universidades do que um professor?
Mas a anomalia não acaba ai.
Continuando, em âmbito estadual, o Governador Geraldo Alckmin anunciou recentemente um
estudo para o fechamento de cerca de mil escolas estaduais no estado. Em
Ribeirão Preto serão cerca de cinco escolas estaduais a serem fechadas. Fecha
escola para construir mais presídios, Governador?
Em âmbito municipal, o Plano Municipal de
Educação de Ribeirão Preto já está há 04
meses na Prefeitura aguardando avaliação do Executivo para, após, ser enviado
para a votação na Câmara de Vereadores. Só depois de aprovado pelos vereadores
é que o Plano entrará em vigor.
O Plano está audacioso. Inclui inovações
positivas para os próximos dez anos na cidade, tais como a escolha dos diretores das escolas por meio de consulta
popular, pouca quantidade de alunos por sala, questões de gênero como pauta das
aulas.
O Plano foi construído com amplo debate da
sociedade civil. Foi concluído com consenso entre Secretaria da Educação,
especialistas e entidades. Porém a prefeitura admitiu, em agosto, ter feito
modificações no documento.
Por que modificação num texto que resultou de
consenso com a própria Secretaria Municipal da Educação, Prefeita?
As dificuldades no andamento têm se dado muito
em razão de lobbys de igrejas
pentecostais contrárias às referências de gênero no Plano, como se deu na esfera
federal. Seguidores do mesmo credo que fazem parte a maior parte dos
conselheiros tutelares eleitos na última eleição do Conselho Tutelar de
Ribeirão Preto.
Parece que Educação não é prioridade para a
Prefeita de Ribeirão, nem para o Governador de São Paulo. Se fosse, qual a coerência?
Qual a lógica? Em Ribeirão a Prefeita está "analisando" o Plano de
Educação desde junho de 2.015, e o Ministério Público é que está tentando fazer
com que zere a fila de cerca de 525 crianças que aguardam vagas em creches da
cidade. No Estado de São Paulo o Governador construiu presídios e nenhuma
universidade e agora quer fechar mais de mil escolas estaduais.
Dinheiro? Não, dinheiro não é o problema. A
taxa de analfabetismo em São Paulo, em 2010, era de 4,3%, percentual duas ou
mais vezes superior à de muitos países de economia liberal e com renda per
capita equivalente à paulista, como Argentina, Chile e Uruguai (com taxas de
analfabetismo de 2,2%, 1,3% e 1,9%, respectivamente). Dentre os estados
brasileiros e abrangendo o Distrito Federal, São Paulo tem o maior orçamento para
a educação, sendo este de mais de 27 bilhões para 2014, no entanto, figura no
10º lugar no ranking de investimento médio por aluno, investindo R$ 5.778,00,
ficando atrás de Roraima que tem o menor orçamento em educação e ocupa o 5º
lugar.
Falta de vontade política e de competência? Ai
sim!
Raquel Montero
Artigo também publicado no site do PT;
http://pt-ribeirao.org.br/artigos/Raquel-Montero/raquel-montero-fechem-as-escolas-e-abram-os-presidios-
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