Raquel Montero

Raquel Montero

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Fechem as escolas e abram os presídios!





Desde o início do governo Mário Covas, há 20 anos, até a atual gestão de Geraldo Alckmin, o governo paulista não criou nenhuma universidade estadual. No entanto, neste mesmo período, foram construídas 53 penitenciárias, além de outras unidades prisionais.

O estado de São Paulo conta, atualmente, com três universidades estaduais. São elas: a Universidade de São Paulo (USP), fundada em 1934; a Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho (Unesp), criada em 1976; e a Universidade Estadual de Campinas, instituída em 1962.

Como um governador valoriza mais a construção de presídios em detrimento a construção de universidades? Qual a lógica, Governador?

Em âmbito federal, numa breve comparação, o PSDB, do professor Fernando Henrique Cardoso (FHC), não fez nenhuma universidade federal, o PT, do torneiro mecânico Lula, fez 14 universidades federais.

Como um simples torneiro mecânico valoriza mais a construção de universidades do que um professor?

Mas a anomalia não acaba ai. Continuando, em âmbito estadual, o Governador Geraldo Alckmin anunciou recentemente um estudo para o fechamento de cerca de mil escolas estaduais no estado. Em Ribeirão Preto serão cerca de cinco escolas estaduais a serem fechadas. Fecha escola para construir mais presídios, Governador?

Em âmbito municipal, o Plano Municipal de Educação de Ribeirão Preto já está  há 04 meses na Prefeitura aguardando avaliação do Executivo para, após, ser enviado para a votação na Câmara de Vereadores. Só depois de aprovado pelos vereadores é que o Plano entrará em vigor.

O Plano está audacioso. Inclui inovações positivas para os próximos dez anos na cidade, tais como a escolha dos diretores das escolas por meio de consulta popular, pouca quantidade de alunos por sala, questões de gênero como pauta das aulas.

O Plano foi construído com amplo debate da sociedade civil. Foi concluído com consenso entre Secretaria da Educação, especialistas e entidades. Porém a prefeitura admitiu, em agosto, ter feito modificações no documento.

Por que modificação num texto que resultou de consenso com a própria Secretaria Municipal da Educação, Prefeita?

As dificuldades no andamento têm se dado muito em razão de lobbys de igrejas pentecostais contrárias às referências de gênero no Plano, como se deu na esfera federal. Seguidores do mesmo credo que fazem parte a maior parte dos conselheiros tutelares eleitos na última eleição do Conselho Tutelar de Ribeirão Preto.

Parece que Educação não é prioridade para a Prefeita de Ribeirão, nem para o Governador de São Paulo. Se fosse, qual a coerência? Qual a lógica? Em Ribeirão a Prefeita está "analisando" o Plano de Educação desde junho de 2.015, e o Ministério Público é que está tentando fazer com que zere a fila de cerca de 525 crianças que aguardam vagas em creches da cidade. No Estado de São Paulo o Governador construiu presídios e nenhuma universidade e agora quer fechar mais de mil escolas estaduais.

Dinheiro? Não, dinheiro não é o problema. A taxa de analfabetismo em São Paulo, em 2010, era de 4,3%, percentual duas ou mais vezes superior à de muitos países de economia liberal e com renda per capita equivalente à paulista, como Argentina, Chile e Uruguai (com taxas de analfabetismo de 2,2%, 1,3% e 1,9%, respectivamente). Dentre os estados brasileiros e abrangendo o Distrito Federal, São Paulo tem o maior orçamento para a educação, sendo este de mais de 27 bilhões para 2014, no entanto, figura no 10º lugar no ranking de investimento médio por aluno, investindo R$ 5.778,00, ficando atrás de Roraima que tem o menor orçamento em educação e ocupa o 5º lugar.

Falta de vontade política e de competência? Ai sim!



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