Fotos: Thaís Ilyna
Reunião ontem com as comunidades próximas ao Aeroporto
Leite Lopes, em Ribeirão. Na pauta, direitos humanos elementares; uma vida
digna, com, necessariamente, os direitos sociais atendidos, dentre eles, o
direito a uma moradia digna.
Com esse foco traçamos estratégias para atingi-lo,
notadamente diante da ordem judicial de retirada das pessoas das áreas
abandonadas naquela região. Uma área onde, até a chegada dessas pessoas, havia
lixo que atraia urubu.
A juíza estadual que proferiu a ordem, ainda autorizou o
uso de força policial, se necessário, e a disponibilização
de caminhões ou ônibus para levar as pessoas e suas mobílias. Mas levar para
onde juíza se, por falta de justa e organizada política habitacional do
município, essas pessoas não estão incluídas em programas habitacionais e a
Assistência Social do município não dispõe de aparato suficiente para atender à
todas as pessoas que se encontram nessa situação?
É esse impasse que estamos tentando resolver, diante da ausência
do Governo municipal e do Judiciário em tentar tal resolução.
O direito à propriedade, a dignidade da pessoa, a segurança
e a moradia estão igualmente tutelados pela Constituição Federal, de tal modo que
o direito à propriedade não se sobrepõe ao direito à dignidade, e a preterição
de tais postulados conduzirá invariavelmente, não à extinção das favelas, mas
sim, à sua perpetuação e deslocamento delas de um a outro ponto da cidade.
As fotos são da Thaís Ilyna que traduziu em imagens os
vários contextos sociais da situação, em especial, o desproporcional contraste social
que existe numa cidade tão rica quanto Ribeirão.
Raquel Montero
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