A saúde é direito de todos e dever do
Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução
do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Assim
estabelece a Constituição Federal, nossa lei maior, em seu artigo 196.
O que nos leva
a resumir que toda pessoa tem direito a tratar de sua saúde e o Estado tem o dever de garantir esse tratamento.
Não vou ser
redundante e dizer como essa norma é desrespeitada de diversas formas e por
diversas vezes. Mas quero aqui ser redundante não para falar de como essa norma
foi desrespeitada mais uma vez no caso concreto, mas sim, para difundir uma
situação e mostrar como o desrespeito pode ser ainda cada vez maior e ter mais
faces que muitas vezes ignoramos.
Em Ribeirão
Preto, transexuais que fizeram a cirurgia para mudança de sexo, procuram pela
rede pública de saúde para receber o tratamento destinado após a cirurgia
feita. É um tratamento hormonal, necessário para as pessoas que fizeram citada
cirurgia.
No entanto, ao
procurar pelo tratamento na rede pública de saúde, através do Sistema Único de
Saúde (SUS), essas pessoas não encontram o tratamento. Em Ribeirão não há
tratamento hormonal para as pessoas que passaram por cirurgia para mudança de
sexo.
O que faz, então,
essas pessoas? Se automedicam.
É assim que vêm
fazendo as transexuais e os transexuais em Ribeirão. Tal circunstância,
contudo, pode levar a morte fácil e rapidamente, ou, acaso sobrevivam, podem
passar a viver com complicações.
Diante do
quadro fui procurada pelo movimento dessas vítimas para assessorá-las jurídica
e voluntariamente na defesa de seus direitos. Ato contínuo, solicitei uma reunião
na Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão para expor o problema pessoalmente
e protocolá-lo através de um documento, onde também fiz a exposição da denúncia.
A reunião foi
marcada através da funcionária Ilka, da Secretaria da Saúde, e a realizamos em
julho de 2014 com a funcionária Maria Alice, que naquela reunião representou a
Secretaria da Saúde.
A reunião foi
feita e o documento com a denúncia foi protocolado. O problema foi reconhecido
pelos funcionários e a vontade de resolvê-lo foi manifestada, inclusive através
de programas específicos em convênio com faculdades de medicina da cidade para
agilizar o trâmite. Contudo, até o presente momento o problema persiste da
mesma forma, o que nos faz retomar a reivindicação.
Essa semana,
novamente fiz contato na Secretaria da Saúde e uma nova reunião será marcada
para semana que vem.
O fato é que,
enquanto reuniões são marcadas, realizadas, documentos protocolados, enfim, essas
pessoas continuam se automedicando, e, muitas delas, morrendo, por não receber atendimento a um direito que lhe é garantido pela lei.
Raquel Montero
Artigo publicado no jornal Tribuna, em 17/04/2015;
http://www.tribunaribeirao.com.br/aplicativo/transexuais-de-ribeirao-e-o-direito-a-saude/
Artigo publicado no jornal Tribuna, em 17/04/2015;
http://www.tribunaribeirao.com.br/aplicativo/transexuais-de-ribeirao-e-o-direito-a-saude/
sou T e quero dignidade e respeito
ResponderExcluiria de redesignação sexual e minha cidade natal RIBEIRÃO PRETO nao quem me ajudar, nao sei mais o que fazer, detalhe somos em muitas
me emdico a 4 anos,. pois passei por cirurg