O que não é ocupado de uma forma, é ocupado de outra. Para
o que não se atribui função útil, inútil ficará. O que não se faz produzir,
improdutivo será.
Assim aconteceu com a Casa
Amarela. Casarão pertencente
à antiga área da Fazenda
Baixadão, localizada na zona
oeste de Ribeirão Preto, ao lado da área verde, também abandonada pela
Administração Pública e que o Governo Dárcy Vera denominou de Parque Rubem Cione, no bairro Mário Paiva Arantes.
Ambas as áreas, Casa
Amarela e Parque Rubem Cione, pertencentes
ao mesmo complexo, poderiam estar, há tempos, proporcionando atividades
culturais, esportivas e de lazer para várias comunidades de vários bairros da
região oeste de Ribeirão. Seriam milhares de pessoas atendidas naquela região,
e, por conseguinte, mais pontos de lazer, esporte e cultura ofertados pela
cidade aos seus moradores.
Mas não, o Governo não agiu naquela área e o que ficou foi
o abandono. Do abandono veio a depredação, dilapidação, negação de direitos,
mais pessoas deixando de ter mais uma área na cidade para usufruir de cultura,
esporte, lazer, meio ambiente.
E da persistência do abandono e da inação do Governo em dar
função produtiva e social às áreas, vieram também as reivindicações. Moradores
da região protocolaram diversos pedidos de providências para a Casa Amarela. Fizeram manifestações e mostraram
a preocupação que o próprio Governo não demonstrou.
Foram feitas várias reivindicações e vários protestos para
reivindicar a revitalização da Casa
Amarela, que estava incluída,
desde 2011, no programa Governo nos Bairros, criado pelo atual Governo
em 2010.
A revitalização prometida dentro do programa Governo nos Bairros deveria ter sido executada em 2012,
porém, até agora, não foi, e não há nenhum sinal de seu, sequer, início. Pelo
Programa, um milhão deveria ter sido investido naquela região.
E a continuidade do abandono da área por parte do Governo,
levou também a um incêndio da Casa
Amarela. Teto, assoalhos,
portas e janelas de madeira do prédio antigo da Fazenda Baixadão, jazem como
carvão. Só ficaram as paredes, agora de cor cinza, para lembrar que ali, em
algum tempo, o prédio estava a disposição para ser utilizado com muitos
benefícios para milhares de pessoas, servindo ainda para integrar mais um
patrimônio público da cidade.
Qual crime é maior; abandonar ou incendiar? Se o incêndio
foi criminoso ou não, compete à Polícia Civil descobrir, mas, já sabemos que,
concomitantemente à natureza criminal ou não do ato, está a culpa indisfarçável
do Governo municipal, que, através de sua inação em revitalizar a área,
contribuiu indubitavelmente para a o incêndio do prédio, porque se
ocupado de maneira útil estivesse, estaria com pessoas o utilizando e se
beneficiando das diversas atividades culturais, esportivas e de lazer que a
área tem potencialidade para proporcionar. Estaria assim, com a Guarda
Municipal cuidando do patrimônio público e, principalmente, com energia de vida
produtiva na área, que cria outra atmosfera e atraí outras sintonias. É a
energia criadora que inspira e constrói, ao contrário da energia do abandono,
que destrói e perverte.
Mas, contudo, se houver vontade política, podemos dar uma
guinada nessa situação. Com vontade real, tudo é possível de ser transformado.
O incêndio que destruiu a estrutura material, não conseguiu destruir a causa,
que, imaterializada, consegue, também por isso, ser mais forte e indestrutível.
A causa relativa a conseguir a revitalização da Casa Amarela, continua, e agora, com mais provas
concretas do prejuízo que o abandono do Governo pode causar à coletividade e
como se faz imprescindível combater este abandono por parte de cada um de nós.
Raquel Montero
Artigo publicado na edição de hoje, 28/04/15, no jornal Tribuna;
http://www.tribunaribeirao.com.br/aplicativo/no-mario-paiva-arantes-uma-casa-muito-engracada-nao-tinha-teto-nao-tinha-nada/
Artigo publicado na edição de hoje, 28/04/15, no jornal Tribuna;
http://www.tribunaribeirao.com.br/aplicativo/no-mario-paiva-arantes-uma-casa-muito-engracada-nao-tinha-teto-nao-tinha-nada/
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