Raquel Montero

Raquel Montero

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Direito à moradia é direito humano


Não falamos de direitos humanos sem abranger todas as pessoas. Não falamos de direitos humanos sem falar de todos os direitos, eis que os direitos estão interligados e um direito leva ao outro. Não falamos de uma vida digna sem direito à moradia digna.
Em uma nova turma de pessoas que chegaram para somar com o grupo já existente de autogestão habitacional de Ribeirão Preto, ressaltamos, em mais esta oportunidade, o caráter essencial e elementar do direito à moradia digna para todas as pessoas.
O direito à moradia é um direito inerente à pessoa. Não precisaria ser repetido por ninguém. Porém, reforçando o direito natural a Constituição Federal (CF) fez questão de prevê-lo expressamente em seu artigo 5º e 6º. 
E para buscar garantir também que a propriedade sirva à pessoa e não a pessoa sirva à propriedade, a CF estabeleceu que a propriedade deve cumprir sua função social. Função essa, de, como dito, servir à pessoa e não o contrário.
Porém, a função social da propriedade ainda é preterida por governos e as pessoas continuam sofrendo com a exclusão. E enquanto ainda existem pessoas sofrendo pela exclusão social nas ruas, nas filas e nas periferias distantes do centro desenvolvido e urbanizado, sentindo na alma e no corpo as feridas dilaceradas pelo abandono, pela desídia e pela negligência, ainda é tempo de lutar, de persistir, de engajar e de reivindicar.
E uma das vertentes da luta pode ser a autogestão habitacional. No parto da ideia, ela despontou como mais uma resposta ao déficit habitacional, e diante dos obstáculos que encontramos na atuação em favelas próximas ao aeroporto de Ribeirão, se propõe a ser uma resposta mais eloquente, ágil e eficaz.
E nesse momento já vislumbramos a possibilidade de concretizar o primeiro empreendimento de autogestão. Empreendimento decorrente de uma área da União destinada a habitações de interesse social, existente dentro de Ribeirão.
Nós, do Movimento Pro Moradia e Cidadania, estamos em tratativas com o Governo municipal de Ribeirão e a Caixa Econômica Federal para viabilizarmos a destinação da área através de uma permuta com o Município para a construção de moradias em Ribeirão, beneficiando assim mais pessoas que ainda fazem parte do déficit habitacional da cidade.
Já realizamos contatos e reuniões com representantes da Prefeitura e da Caixa Econômica Federal e para os próximos dias novas reuniões acontecerão para a definição da situação.
Bem-vindos, então, novos participantes. Com mais participação e união, a luta se fortalece e o direito se concretiza.

Raquel Montero 

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