Raquel Montero

Raquel Montero

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Qual o preço de uma má gestão?


Vida que acaba num buraco do asfalto, doença que se prolonga na inexistência do remédio no Posto de Saúde, criminalidade que nasce na falta de vaga em escola, aprendizado retardado na substituição do professor pelo estagiário, água vazando pelos nebulosos caminhos do desperdício que faz desviar água das mãos que dela necessitam para o mais básico.
Na ponta superior da pirâmide, que sustenta todas as engrenagens que movimenta a máquina pública, uma mulher , quando vereadora, a mais votada, quando deputada, a mais votada, quando prefeita, a primeira prefeita de Ribeirão Preto e a primeira Chefe do Executivo reeleita em Ribeirão.
Se o acúmulo de seus votos a levou para progressos de posição, sua posição elevada, todavia, não elevou, na mesma matemática, o povo de Ribeirão, mandante de seu mandato e destinatário de suas ações como mandatária popular.
O mais recente relatório divulgado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE), realizado sobre as contas de Ribeirão no ano de 2010, apontou que;
- nos últimos 4 anos a Prefeitura registrou déficit orçamentário seguido. O déficit orçamentário atual é de 8,52%;
- há incompatibilidades entre programas e ações previstas no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual;
- houve aumento de terceirização de servidores por intermédio de contratos com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (CODERP);
- não houve recolhimento de precatórios;
- despesas com publicações não licitadas;
- em contrato da Prefeitura com a CODERP a Administração passou a pagar preços muito superiores aos que vinha praticando, configurando preços superiores ao de mercado. Tal prática se deu sem cobertura contratual durante 3 meses;
- Município ainda não tem Plano Municipal de Saneamento Básico;
- alto número de comissionados que extrapolou o limite legal.
Fatos estes que somados a várias outras irregularidades, levaram o TCE a rejeitar as contas apresentadas pela Prefeitura de Ribeirão. Porém, o julgamento definitivo da contas apresentadas pelo Município é de competência da Câmara de Vereadores, onde a Prefeita também tem a maioria.
Ser um bom estrategista e conseguir maiorias, é uma arte. Quando as estratégias levam a galgar degraus mais elevados, é sucesso. Quando, porém, os degraus mais elevados que propiciam fazer mais e com mais poder, provocam prejuízos, é fracasso, que terá o tamanho da quantidade de prejudicados.
E o fracasso também tem um preço. Em Ribeirão, os fracassos do atual Governo estão custando o valor inestimável de vidas, como a que se perdeu na semana passada num buraco do asfalto e as muitas que estão se perdendo todos os dias nas aulas proferidas por estagiários que estão substituindo os professores das escolas municipais.

  Raquel Montero

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