Raquel Montero

Raquel Montero

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Mais médicos para o Brasil sim!



O programa federal Mais Médicos para o Brasil, criado recentemente na gestão da Presidenta Dilma, faz parte de um amplo pacto de melhoria de atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), que prevê investimentos em infraestrutura dos hospitais e unidades básicas de saúde, além de levar mais médicos para regiões onde há escassez ou não existem profissionais, como é o caso das periferias de grandes cidades e municípios do interior do país.
Como não se faz saúde apenas com profissionais, estabeleceu-se um equilíbrio nos investimentos onde o Ministério da Saúde está investindo 15 bilhões até 2014 em hospitais e unidades básicas de saúde, e mais 5,5 bilhões investidos conjuntamente pelos Ministérios da Saúde e Educação, para obras de construção e reforma de unidades de atendimento à saúde.
As vagas para os médicos serão priorizadas para médicos brasileiros interessados em atuar em regiões onde faltam médicos e as pessoas carecem do atendimento. Acaso as vagas não sejam preenchidas por médicos brasileiros, o Brasil aceitará candidatura de estrangeiros com a intenção de resolver este problema.
E o problema da escassez de médicos na regiões citadas é grave e antigo. Hoje o Brasil possui 1,8 médicos por mil habitantes. Esse índice é menor do que em outros países, como a Argentina (3,2), Uruguai (3,7), Portugal (3,9) e Espanha (4). Além da carência dos profissionais, o Brasil sofre com uma distribuição desigual de médicos nas regiões - 22 estados possuem número de médicos abaixo da média nacional. 
E o projeto de levar médicos para regiões carentes é apenas um aspecto de uma série de medidas estruturantes para aprimorar a formação médica e diminuir a carência de profissionais médicos no país.
Também foi estabelecido que a partir de 1º janeiro de 2015, os alunos que ingressarem na graduação do curso de Medicina deverão atuar por um período de dois anos em unidades básicas e na urgência e emergência do SUS.
O chamado “2º ciclo de Medicina” vai permitir ao estudante trabalhar em contato direto com a população, ideia inspirada nos modelos que já acontecem em países como Inglaterra e Suécia, onde os alunos precisam passar por um período de treinamento em serviço, com um registro provisório, para depois exercer a profissão com o registro definitivo. A medida valerá para os alunos da rede pública e privada e não dispensa o estágio obrigatório, em regime de internato, que continuará sendo desenvolvido no 1º ciclo com carga horária total de 7.200 horas.
As instituições de ensino terão que oferecer acompanhamento e supervisão na atuação do aluno. Como haverá recursos federais para garantir a supervisão, os estudantes de escolas particulares deverão estar isentos do pagamento de mensalidade. O estudante só receberá o diploma de médico após terminar os dois anos do 2º ciclo. Os profissionais receberão uma bolsa, paga pelo Ministério da Saúde, e um registro provisório para trabalhar nas atividades de atenção básica e de urgência e emergência, que depois poderá ser aproveitado como uma etapa das residências.
Serão abertas 11,5 mil vagas nos cursos de medicina no país até 2017 e 12 mil vagas para formação de especialistas até 2020. Desse total, 2.415 novas vagas de graduação já foram criadas e serão implantadas até o fim de 2014 com foco nas áreas que mais precisam de profissionais e que possuem a estrutura adequada para a formação médica.  
Outra medida importante do Programa consiste  na mudança no procedimento de abertura dos cursos de medicina de universidades privadas. Agora o Governo Federal faz um chamamento público com foco nas regiões prioritárias a serem atendidas pelo SUS e, em resposta, as universidades apresentam propostas. Se aprovadas pelo MEC, os cursos de medicina podem ser abertos. Até então, essas instituições apresentavam um projeto para o Ministério da Educação e, se aprovado, o curso era aberto.
Também é requisito para abertura de um novo curso a existência de pelo menos três programas de residência médica em especialidades consideradas prioritárias no SUS, sendo estas: Clínica Médica, Cirurgia, Ginecologia/Obstetrícia, Pediatria, e Medicina de Família e Comunidade. A intenção com essa mudança é formar mais especialistas nessas localidades, diminuindo a dificuldade na contratação de especialistas.
O sistema de saúde do Brasil não pode mais esperar. Temos sim que ter mais médicos no Brasil. É necessário, útil e benéfico.

Raquel Montero

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