Raquel Montero

Raquel Montero

quinta-feira, 7 de março de 2013

Dia da mulher



Há quem pense que ter um dia especial para a mulher, contribui para a desigualdade entre homens e mulheres, porque os homens não têm um dia especial para eles. Eu não concordo com esse pensamento pois entendo que o dia dedicado a homenagear as mulheres resgata séculos de discriminação e preconceito.
A nós mulheres muitas discriminações foram fixadas, e a história não nos deixa mentir. Essas discriminações ocorreram com o voto, o poder familiar, o direito a trabalhar, direito a se divorciar, a escolha de determinadas roupas, direito a estudar, a frequentar lugares, a se expressar, e tantas outras proibições veladas que excluíram a mulher da vida social e de viver integralmente sua própria vida.
E muito de nossa emancipação foi provocada pelas próprias mulheres que sofreram as angústias do preconceito. Mulheres que mostraram que a capacidade não tem sexo, provém do esforço que cada pessoa, homem ou mulher, pode desenvolver.
Na luta pela emancipação, muitas mulheres que nos antecederam quebraram estigmas para fazer prevalecer sobre o preconceito, outra concepção, que demonstrou, pela própria experiência, o quanto a mulher, assim como o homem, pode contribuir para a evolução coletiva.
Foram e são, mulheres nos mais variados trabalhos, deixando explícita a mensagem de como é estratégico e fundamental as cidades, os estados, e os países como um todo, terem mulheres desempenhando funções.
Sobre este assunto, ainda temos muito a melhorar, em muitos sentidos. E penso que as mudanças que esperamos virá exatamente da atuação da mulher nos cargos estratégicos, porque quem realmente sofre as consequências é que pode melhor dizer o que deve mudar. Temos muitos cargos a preencher, e sinto que para esse preenchimento é necessário também que as própria mulheres se disponibilizem, acreditando que são capazes e que podem, por elas mesmas, assumirem conduções e serem protagonistas. É necessário que as mulheres ocupem os espaços, que se ofertem para concorrerem da mesma forma que os homens. E para isso, que nós, mulheres, não esperemos chamados ou convites, mas sim, que nos façamos presentes porque sabemos que podemos contribuir.
Veja, um exemplo eloquente da diferença, existente em nível nacional. Na Câmara dos Deputados são 513 deputados. Desse total, apenas 46 são mulheres. No Senado Federal são 81 senadores, sendo que só 08 são mulheres. Aqui em Ribeirão Preto, do total de 22 vereadores, só duas mulheres foram eleitas. E a diferença não existe só na eleição, já na candidatura o número de mulheres é bem menor que o número de homens que se candidatam. Na escolha dos líderes de bancada da Câmara dos Deputados, só a deputada Manuela D´Ávila foi eleita presidente da bancada do PCdoB para este ano.
E quando eleitas, essas mulheres mostraram absoluta competência no trato das questões públicas. Travaram discussões extremamente relevantes para o presente e o futuro das cidades, dos estados e do país. O que reitera a necessidade e essencialidade de as mulheres estarem presentes principalmente nesses espaços de condução, de gerência e de gestão, elementares para o progresso da vida em todas as suas formas.
Assim, a mensagem que quero deixar às minhas iguais é que nos façamos presentes em todas os espaços de poder. Que lutemos e nos esforcemos para termos os mesmos votos e a mesma importância, sempre. Que não esperemos deliberações, mas sim, que estejamos nós deliberando. Nosso ação, como partícipe e protagonista, já deixou claro, por diversas vezes, o quanto podemos fazer, para mais e melhor, e por isso insisto para a nossa presença e nossa luta.
Raquel Bencsik Montero   

Um comentário:

  1. O nosso dia é todo dia, no ãmbito da nossa casa, do nosso trabalho, da nossa rua, do nosso país e no âmbito internacional. Não importa onde, gestando, criando, produzindo, executando, gerenciado, dirigindo ou presidindo somos fundamentais para que a vida, em todos os seus aspectos siga seu curso, principalmente quando vamos na mesma calçada, e na mesma direção que os homens,Somos parceiras e não antagonistas, não queremos medir forças e sim somá-las.

    ResponderExcluir