Há quem pense que ter
um dia especial para a mulher, contribui para a desigualdade entre homens e
mulheres, porque os homens não têm um dia especial para eles. Eu não concordo
com esse pensamento pois entendo que o dia dedicado a homenagear as mulheres
resgata séculos de discriminação e preconceito.
A nós mulheres muitas
discriminações foram fixadas, e a história não nos deixa mentir. Essas
discriminações ocorreram com o voto, o poder familiar, o direito a trabalhar,
direito a se divorciar, a escolha de determinadas roupas, direito a estudar, a
frequentar lugares, a se expressar, e tantas outras proibições veladas que
excluíram a mulher da vida social e de viver integralmente sua própria vida.
E muito de nossa
emancipação foi provocada pelas próprias mulheres que sofreram as angústias do
preconceito. Mulheres que mostraram que a capacidade não tem sexo, provém do
esforço que cada pessoa, homem ou mulher, pode desenvolver.
Na luta pela
emancipação, muitas mulheres que nos antecederam quebraram estigmas para fazer
prevalecer sobre o preconceito, outra concepção, que demonstrou, pela própria
experiência, o quanto a mulher, assim como o homem, pode contribuir para a
evolução coletiva.
Foram e são, mulheres
nos mais variados trabalhos, deixando explícita a mensagem de como é estratégico
e fundamental as cidades, os estados, e os países como um todo, terem mulheres
desempenhando funções.
Sobre este assunto, ainda
temos muito a melhorar, em muitos sentidos. E penso que as mudanças que
esperamos virá exatamente da atuação da mulher nos cargos estratégicos, porque
quem realmente sofre as consequências é que pode melhor dizer o que deve mudar.
Temos muitos cargos a preencher, e sinto que para esse preenchimento é necessário
também que as própria mulheres se disponibilizem, acreditando que são capazes e
que podem, por elas mesmas, assumirem conduções e serem protagonistas. É necessário
que as mulheres ocupem os espaços, que se ofertem para concorrerem da mesma
forma que os homens. E para isso, que nós, mulheres, não esperemos chamados ou
convites, mas sim, que nos façamos presentes porque sabemos que podemos
contribuir.
Veja, um exemplo
eloquente da diferença, existente em nível nacional. Na Câmara dos Deputados são
513 deputados. Desse total, apenas 46 são mulheres. No Senado Federal são 81
senadores, sendo que só 08 são mulheres. Aqui em Ribeirão Preto, do total de 22
vereadores, só duas mulheres foram eleitas. E a diferença não existe só na
eleição, já na candidatura o número de mulheres é bem menor que o número de
homens que se candidatam. Na escolha dos líderes de bancada da Câmara dos
Deputados, só a deputada Manuela D´Ávila foi eleita presidente da bancada do
PCdoB para este ano.
E quando eleitas, essas
mulheres mostraram absoluta competência no trato das questões públicas. Travaram
discussões extremamente relevantes para o presente e o futuro das cidades, dos
estados e do país. O que reitera a necessidade e essencialidade de as mulheres
estarem presentes principalmente nesses espaços de condução, de gerência e de
gestão, elementares para o progresso da vida em todas as suas formas.
Assim, a mensagem que
quero deixar às minhas iguais é que nos façamos presentes em todas os espaços
de poder. Que lutemos e nos esforcemos para termos os mesmos votos e a mesma
importância, sempre. Que não esperemos deliberações, mas sim, que estejamos nós
deliberando. Nosso ação, como partícipe e protagonista, já deixou claro, por
diversas vezes, o quanto podemos fazer, para mais e melhor, e por isso insisto
para a nossa presença e nossa luta.
Raquel Bencsik Montero
O nosso dia é todo dia, no ãmbito da nossa casa, do nosso trabalho, da nossa rua, do nosso país e no âmbito internacional. Não importa onde, gestando, criando, produzindo, executando, gerenciado, dirigindo ou presidindo somos fundamentais para que a vida, em todos os seus aspectos siga seu curso, principalmente quando vamos na mesma calçada, e na mesma direção que os homens,Somos parceiras e não antagonistas, não queremos medir forças e sim somá-las.
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