Pela libertação dos pássaros
presos em gaiolas
Pássaro voa.
Asas a natureza te deu.
E te deu para voar
e não para te engaiolar.
Pássaro voa,
que há tanta imensidão,
e privá-lo de conhecê-la,
é condenação.
Pássaro voa
e mostra toda sua exuberância.
Rodopia,
dança no vento,
toma banho na chuva,
bica a pipa,
compete com o avião,
come semente misturada com grão.
Viaja sob suas asas,
do sul até o sertão,
sem pagar frete nem poluir a nação.
Pássaro voa
e canta a alegria de viver livre,
podendo escolher onde quer dormir,
parar, observar, amar, voar.
Mostra que livre manifesta seu canto,
e na gaiola seu canto virá lamento,
grito de socorro,
choro de seu sofrimento.
Pássaro voa
e tenta escapar da gaiola que te
aprisiona,
que te mutila as asas,
que te condena à solidão,
na mais fúnebre prisão,
que nem ao menos te permite bicar o
chão.
Chão que tão longe está,
assim como longe está o céu, de sentir as batidas do seu
coração,
que na gaiola já não bate porque perdeu a emoção.
Pássaro voa
e salva seus amigos das gaiolas
que lhes roubam as almas
e as comercializam para os homens sem
compaixão,
que não enxergam o encanto de te ver
voar livre
e cantar as letras que abriga seu
coração.
Pássaro voa
e instiga os seres de bom coração,
à buscar a libertação
de todas as formas de opressão,
que dilaceram os sentimentos,
corroem os sonhos,
entristecem os pensamentos
e aniquilam com a essência da criação,
que te fez pássaro e não vegetação.
Pássaro voa
e ensina que sua vida é da natureza
que te gera, te protege e te cria
na mais sábia harmonia,
sem nunca te aprisionar nem impor carta
de alforria.
Ensina que sabe viver sem precisar do
alpiste humano
que te impede de trabalhar
no falso argumento
que faz isso por te amar.
Ensina que o humano que te ama,
abre a gaiola para você voar,
e viver a vida com a liberdade que as
asas do seu corpo
foram feitas para desfrutar.
Pássaro voa
e ensina que aquele que te mantém
preso,
preso também está,
na ilusão de que se consegue engaiolar
um coração,
quando na verdade o que se tem
é um corpo em destruição.
Ensina que para te ouvir cantar não
precisam te prender,
basta uma árvore plantar ou o céu observar,
e assim, seu canto não será lamento,
mas expressão do seu contentamento,
pela liberdade que respeitaram
que fosse vivida como anseia seu
sentimento.
Raquel Bencsik Montero
Dedicado à libertação
de todos os pássaros presos em gaiolas
Os Cardeais
ResponderExcluirCésar Passarinho
Não chora, menina, não chora por que foram-se os cardeais
Se cantavam, na prisão campo a fora cantam mais
Tanta gente, anda vagando sem saber onde pousar
Mas as aves, só voando é que podem se encontrar
(Você ainda não sabe o que cabe nesta paz
Quando a gente, abre as asas nunca mais, nunca mais) Bis
Era tão triste menina não tinha aceno este cais
Na despedida eram dois depois, depois serão mais
A gaiola abriu as asas por que até a prisão se trai
E o campo se fez casa para o canto dos cardeais
Canto Livre
ResponderExcluirPor algo sou pêlo duro
e o campo é meu elemento
na alma penas e vento
nos nervos ganas de andar
vendo os pássaros cantar
entendi meu nascimento.
há cantos que calam vozes
e há vozes que calam cantos
como calar no entanto
o claro canto dos pássaros
se para cantar nascem tantos?
meu berço ninho de rama
nas melenas de um umbú
minha mãe uma torcaz
meu pai o vento pampeiro
meu destino ser herdeiro
do descaso a minha raça.
eu canto e brota no peito
o livre canto do pago
sou pássaro procurado
não pelo encanto que tenho
mas pelo canto que trago.
quantos pássaros cativam
porque encantam ao cantar
ter penas não é ser livre
nem nos pode libertar
um par de asas apenas
se falta o céu pra voar.
Os autores são Armando Vasques, João Chagas Leite, Colmar Duarte e Valdir Santana. Essa milonga foi apresentada pelo Cesar Passarinho Scout e Grupesquisa, na 11ª Califórnia da Canção, em Uruguaiana, RS.
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