Raquel Montero

Raquel Montero

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Qual o preço de uma má gestão?


Vida que acaba num buraco do asfalto, doença que se prolonga na inexistência do remédio no Posto de Saúde, criminalidade que nasce na falta de vaga em escola, aprendizado retardado na substituição do professor pelo estagiário, água vazando pelos nebulosos caminhos do desperdício que faz desviar água das mãos que dela necessitam para o mais básico.
Na ponta superior da pirâmide, que sustenta todas as engrenagens que movimenta a máquina pública, uma mulher , quando vereadora, a mais votada, quando deputada, a mais votada, quando prefeita, a primeira prefeita de Ribeirão Preto e a primeira Chefe do Executivo reeleita em Ribeirão.
Se o acúmulo de seus votos a levou para progressos de posição, sua posição elevada, todavia, não elevou, na mesma matemática, o povo de Ribeirão, mandante de seu mandato e destinatário de suas ações como mandatária popular.
O mais recente relatório divulgado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE), realizado sobre as contas de Ribeirão no ano de 2010, apontou que;
- nos últimos 4 anos a Prefeitura registrou déficit orçamentário seguido. O déficit orçamentário atual é de 8,52%;
- há incompatibilidades entre programas e ações previstas no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual;
- houve aumento de terceirização de servidores por intermédio de contratos com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (CODERP);
- não houve recolhimento de precatórios;
- despesas com publicações não licitadas;
- em contrato da Prefeitura com a CODERP a Administração passou a pagar preços muito superiores aos que vinha praticando, configurando preços superiores ao de mercado. Tal prática se deu sem cobertura contratual durante 3 meses;
- Município ainda não tem Plano Municipal de Saneamento Básico;
- alto número de comissionados que extrapolou o limite legal.
Fatos estes que somados a várias outras irregularidades, levaram o TCE a rejeitar as contas apresentadas pela Prefeitura de Ribeirão. Porém, o julgamento definitivo da contas apresentadas pelo Município é de competência da Câmara de Vereadores, onde a Prefeita também tem a maioria.
Ser um bom estrategista e conseguir maiorias, é uma arte. Quando as estratégias levam a galgar degraus mais elevados, é sucesso. Quando, porém, os degraus mais elevados que propiciam fazer mais e com mais poder, provocam prejuízos, é fracasso, que terá o tamanho da quantidade de prejudicados.
E o fracasso também tem um preço. Em Ribeirão, os fracassos do atual Governo estão custando o valor inestimável de vidas, como a que se perdeu na semana passada num buraco do asfalto e as muitas que estão se perdendo todos os dias nas aulas proferidas por estagiários que estão substituindo os professores das escolas municipais.

  Raquel Montero

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Plebiscito para reformarmos a política


Em 10 de julho de 2013 foi criado um Grupo de Trabalho (GT) na Câmara do Deputados sobre reforma política.  Esse GT nasceu após as manifestações nacionais ocorridas em junho deste ano.
O GT contou com 14 deputados federais; Ricardo Berzoini (PT), Marcelo Castro (PMDB), Marcos Pestana (PSDB), Guilherme Campos (PSD), Espiridião Amim (PP), Luciano Castro (PR), Rodrigo Maia (DEM), Julio Delgado (PSB), Miro Teixeira (PDT), Antônio Brito (PTB), Leonardo Cadilha (PSC), Manuela D´Ávila (PCdoB), Sandro Alex (PPS) e, como coordenador, Vacarezza (PT).
Após várias reuniões o GT formulou um projeto de decreto legislativo (PDL nº 1258/2013), que propõe a realização de um plebiscito sobre reforma política. O PDL recebeu a assinatura de 188 deputados federais e foi protocolado na Secretaria da Câmara pelo PT, PCdoB, PDT e PSB no dia 28 de agosto de 2013.
Em 18 anos a reforma política já foi tentada várias vezes no Congresso Nacional, mas sempre esbarra em interesses particulares que a repudiam. Neste ano, com as manifestações de junho, a proposta de reforma política ganhou mais força e a Presidente Dilma, apoiada nesta força, propôs mais uma vez ao Congresso a reforma política através de um plebiscito. Proposta que faz parte de um dos 5 pactos criados pela Presidenta com as manifestações de junho; 1. Pacto pelo combate à corrupção e reforma política; 2. Pacto pela mobilidade urbana e melhoria do transporte público e reforma urbana; 3. Pacto pela educação, com a destinação dos royalties do petróleo e parte do fundo do pré-sal para a Educação; 4. Pacto pela Saúde, principalmente com a criação do Programa Mais Médicos; 5. Pacto pela responsabilidade fiscal para viabilizar todos esses pactos.
Com a proposta de Dilma, os deputados que já eram a favor da reforma política propuseram o GT para a reforma e com ele elaboraram o PDL.
A Presidenta não tem competência constitucional para, por ela mesma, convocar plebiscito nacional. A convocação de um plebiscito é ato de competência exclusiva do Congresso Nacional, conforme estabelece nossa Constituição Federal em seu artigo 49, inciso XV. Portanto, são inverdades as críticas que dizem que o plebiscito ainda não ocorreu porque a Presidenta recuou. Quem decide sobre o plebiscito é o Congresso, em um ato conjunto da Câmara dos Deputados com o Senado Federal. À Presidenta Dilma não cabe sancionar ou vetar o plebiscito, mas tão somente acatar o que for decidido pelo Congresso.
O PDL então, propõe um plebiscito sobre reforma política para ouvir a população da seguinte forma;


1 – Financiamento das campanhas eleitorais:
a) Você concorda com que empresas façam doações para campanhas eleitorais?
b) Você concorda com que as pessoas físicas façam doações para campanhas eleitorais?
c) Você concorda com que o financiamento das campanhas eleitorais deve ser exclusivamente público?

2 – Você concorda com que a população participe, opinando e propondo pela internet, quanto à apresentação de proposta de emenda constitucional, projeto de lei complementar e projeto de lei ordinária?

3 – Você concorda que as eleições para Presidente, Governadores, Prefeitos, Deputados, Senadores e Vereadores devam ser realizadas no mesmo ano?

   A manifestação do eleitorado, em cada ponto consultado, após homologação pelo Tribunal Superior Eleitoral, será encaminhada ao Congresso Nacional e terá efeito vinculante em relação aos itens decididos, sobre os quais deverão os Parlamentares proceder à votação das mudanças legislativas respectivas.
O PDL está tramitando na Câmara dos Deputados e ainda não há previsão para sua votação. Após votada pela Câmara ainda deve ser votado pelo Senado. Tudo indica, no entanto, que nossos parlamentares precisarão de constante apoio e manifestação popular para conseguirem aprovar o plebiscito e superar os interesses particulares que há anos vêm impedindo a reforma política.
Aqui em Ribeirão Preto desenvolvemos também este assunto na recente vinda do deputado federal Paulo Teixeira (PT) para Ribeirão. Paulo Teixeira é um dos deputados que defendem a reforma política nos termos perscrutados pela proposta de plebiscito contida no PDL acima especificado, e portanto, é um dos parlamentares com os quais temos que nos mobilizar para que a reforma, enfim, saia da ideia e do papel e ganhe as eleições.

Raquel Montero

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Direitos humanos na comunidade


Fotos: Paulo Honório 

Domingo, 03 de novembro de 2.013, Paulo Honório e eu, como integrantes do Movimento Pró Moradia e Cidadania, visitamos uma das favelas que fica ao lado do Aeroporto Leite Lopes em Ribeirão Preto, para falarmos de direitos humanos para a comunidade.
Conversarmos sobre direitos, deveres e cidadania relacionadas à vida em favela, às remoções de pessoas das favelas para conjuntos habitacionais, à intenção de ampliar o Aeroporto Leite Lopes, à interação e responsabilidade dos órgãos e entidades públicas correlatas à essas situações.


Juntos também organizamos a comunidade para que ela elegesse seus respectivos representantes, e nessa eleição as mulheres predominaram e prevaleceram, sendo eleitas,  então, um total de cinco mulheres para representar a comunidade.
As representantes eleitas não dispensam a participação de todas as pessoas que integram as mais de 80 famílias dessa favela, ao revés, a participação de todas as famílias sempre será necessária nas ações que decidem suas vidas. As representantes são necessárias para representar a favela em reuniões, atos e reivindicações que venham a ser feitas para defender os interesses e direitos dos moradores da favela e que, ao caminharem para deliberações, exigirá a presença de todos os moradores para que se decida coletiva e democraticamente os rumos da comunidade.
A conversa continuou com o esclarecimento de algumas dúvidas e por fim sorteio de livros para todos que participaram da reunião.  

Raquel Montero

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Qual crime é maior; abandonar ou incendiar?



O que não é ocupado de uma forma, é ocupado de outra. Para o que não se atribui função útil, inútil ficará. O que não se faz produzir, improdutivo será.
Assim aconteceu com a Casa Amarela. Casarão pertencente à antiga área da Fazenda Baixadão, localizada na zona oeste de Ribeirão Preto, ao lado da área verde, também abandonada pela Administração Pública e que o Governo Dárcy Vera denominou de Parque Rubem Cione.
Ambas as áreas, Casa Amarela e Parque Rubem Cione, pertencentes ao mesmo complexo, poderiam estar, há tempos, proporcionando atividades culturais, esportivas e de lazer para várias comunidades de vários bairros da região oeste de Ribeirão. Seriam milhares de pessoas atendidas naquela região, e, por conseguinte, mais pontos de lazer, esporte e cultura ofertados pela cidade aos seus moradores.
Mas não, o Governo não agiu naquela área e o que ficou foi o abandono. Do abandono veio a depredação, dilapidação, negação de direitos, mais pessoas deixando de ter mais uma área na cidade para usufruir de cultura, esporte, lazer, meio ambiente.
E da persistência do abandono e da inação do Governo em dar função produtiva e social às áreas, vieram também as reivindicações. Moradores da região protocolaram diversos pedidos de providências para a Casa Amarela. Fizeram manifestações e mostraram a preocupação que o próprio Governo não demonstrou.
Este ano, fizemos também, junto com um movimento que criamos, vários protestos para reivindicar a revitalização da Casa Amarela, que estava incluída, desde 2011, no programa Governo nos Bairros, criado pelo atual Governo em 2010 (Veja alguns dos protestos: http://raquelbencsikmontero.blogspot.com.br/2013/07/governo-nos-bairros-novamente-e-o-alvo.html   http://raquelbencsikmontero.blogspot.com.br/2013/08/governo-nos-bairros-xeque-mate.html     http://raquelbencsikmontero.blogspot.com.br/2013/08/velorio-do-governo-nos-bairros.html).
A revitalização prometida dentro do programa Governo nos Bairros deveria ter sido executada em 2012, porém, até agora, não foi, e não há nenhum sinal de seu, sequer, início. Pelo Programa, um milhão deveria ter sido investido naquela região.
E a continuidade do abandono da área por parte do Governo, levou agora a um incêndio da Casa Amarela. Teto, assoalhos, portas e janelas de madeira do prédio antigo da Fazenda Baixadão, jazem como carvão. Só ficaram as paredes, agora de cor cinza, para lembrar que ali, em algum tempo, o prédio estava a disposição para ser utilizado com muitos benefícios para milhares de pessoas, servindo ainda para integrar mais um patrimônio público da cidade.




Se o incêndio foi criminoso ou não, compete à Polícia Civil agora descobrir, mas, já sabemos que, concomitantemente à natureza criminal ou não do ato, está a culpa indisfarçável do Governo municipal, que, através de sua inação em revitalizar a área,  contribuiu indubitavelmente para a o incêndio do prédio, porque se ocupado de maneira útil estivesse, estaria com pessoas o utilizando e se beneficiando das diversas atividades culturais, esportivas e de lazer que a área tem potencialidade para proporcionar. Estaria assim, com a Guarda Municipal cuidando do patrimônio público e, principalmente, com energia de vida produtiva na área, que cria outra atmosfera e atraí outras sintonias. É a energia criadora que inspira e constrói, ao contrário da energia do abandono, que destrói e perverte.
Mas, contudo, se houver vontade política, podemos dar uma guinada nessa situação. Com vontade real, tudo é possível de ser transformado. O incêndio que destruiu a estrutura material, não conseguiu destruir a causa, que, imaterializada, consegue, também por isso, ser mais forte e indestrutível.
A causa relativa a conseguir a revitalização da Casa Amarela, continua, e agora, com mais provas concretas do prejuízo que o abandono do Governo pode causar à coletividade e como se faz imprescindível combater este abandono por parte de cada um de nós.

Raquel Montero

Veja reportagem do Jornal da Clube: 


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Contrato assinado para moradia

                                  Foto: Carlos Natal do site da Prefeitura de Ribeirão Preto

Por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, da Companhia Habitacional Regional de Ribeirão Preto (COHAB) e da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), o Governo municipal de Ribeirão Preto realizou no dia 14 de outubro, na Cava do Bosque, o sorteio de endereços de 186 apartamentos do empreendimento "Ribeirão Preto J", construído no bairro Jardim Eugênio Mendes Lopes. E no dia 25 de outubro as famílias assinaram o contrato das moradias. A demanda social, que corresponde a 53 apartamentos, foi direcionada a famílias que moram na favela conhecida como João Pessoa no bairro Jardim Aeroporto, por meio de avaliação e habilitação. Os demais apartamentos atenderam a demanda aberta, por meio de sorteio realizado pela CDHU.
Nós do Movimento Pró Moradia e Cidadania, movimento social de Ribeirão Preto, também nos sentimos contemplados com essas casas, eis que participamos da luta por essas moradias junto com a comunidade João Pessoa, assessorando a comunidade de maneira a ser um grupo de apoio a ela.
Durante o tempo de existência e atuação, nosso Movimento contribuiu para muitas conquistas no tema da moradia (veja outras publicações http://raquelbencsikmontero.blogspot.com.br/2013/05/aeroporto-moradia-e-acoes-judiciais.html), e a mais recente se refere a remoção da comunidade da favela João Pessoa para o mais novo conjunto habitacional a ser entregue em Ribeirão, ato confirmado agora pela assinatura do contrato pelos futuros moradores. São 52 famílias da João Pessoa a serem contempladas com as novas moradias, a, enfim, terem uma moradia digna.
Foram diversas reuniões e intervenções que realizamos desde final de 2.011 até o presente momento, e até que chegássemos nestas moradias, onde se inclui reuniões com as comunidades, com a Defensoria Pública Estadual, Ministério Público Estadual, Governo Municipal e com o Desenvolvimento Rodoviário S/A (DERSA), empresa responsável pela anunciada ampliação do Aeroporto Leite Lopes.
Nossa atuação também contribuiu, através de denúncias e representações na Defensoria Pública e no Ministério Público, que outra comunidade fosse beneficiada, a favela Vila Brasil.Ambas próximas ao Aeroporto Leite Lopes. Juntas, essas comunidades somam cerca de duzentas e cinquenta famílias. São duzentas e cinquenta novas famílias a conseguirem concretizar o acesso à moradia digna.
Sempre houve um esforço constante e inabalável do movimento em prol da tarefa assumida; buscar moradia digna para os moradores das favelas João Pessoa Vila Brasil, e impedir a ampliação do aeroporto Leite Lopes, cujas obras estão fadadas ao desperdício de dinheiro público e a ineficiência, em razão do contexto de irregularidades em que se quer fazer essa ampliação.
 O atual Governo municipal construiu 3.800 imóveis, atendendo cerca de 12 mil pessoas, com casas e apartamentos, erradicando assim 14 favelas de Ribeirão, dentre elas, favela Monte Alegre, Adamantina, Faiane, Vila Elisa, Itápolis. Com investimento no setor de mais de R$ 127 milhões, a demanda da política habitacional mantém três frentes de atuação, sendo: parcerias com o Governo Federal, com o Governo do Estado, por intermédio da CDHU e parcerias com a iniciativa privada.
Porém esses números ainda são baixos e o trabalho deve continuar cada vez mais. Em Ribeirão o déficit habitacional, até 2.010, era de 30 mil casas.
E ainda temos que combater as expulsões truculentas das pessoas que moram em favelas, como a que ocorreu em 05/07/2011, na Favela da Família, conforme relatei neste blog (http://raquelbencsikmontero.blogspot.com.br/2012/01/retorno-favela-familias-expulsas-de.html).
Comemoremos as conquistas e nos esforcemos para que elas sejam constantes.


Raquel Montero

Veja notícias da Prefeitura de Ribeirão Preto:

domingo, 27 de outubro de 2013

Bolsa Família e de transformações sociais




Pesquisa recente do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) atestou profundas transformações sociais provocadas pelo programa Bolsa Família.
O Programa revolucionou índices sociais e econômicos que medem a situação de vida das pessoas no Brasil. São alterações que demonstram de maneira cabal a efetividade e eficácia do Programa, e que como tal, deve continuar, senão vejamos;
O Bolsa Família;
- reduziu a extrema pobreza em 28% na última década;
- retirou 3 milhões de pessoas da extrema pobreza em 02 anos;
- em 10 anos fez a renda dos 10% mais pobres do país crescer 120,22%, enquanto para os 10% mais ricos o ganho foi de 26,4%;
- o índice de pobreza caiu em 80% dos município do Brasil;
- atualmente o Programa atende cerca de 13,8 milhões de famílias, o que totaliza 50 milhões de pessoas;
- contribui para o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), na medida em que em 2000, 41% dos municípios apresentaram IDH muito baixo e em 2010 esse número foi reduzido para 0,6%;
- fez a Organização das Nações Unidas (ONU) declarar que o Bolsa Família reduziu a mortalidade entre crianças, e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) declarou que o Brasil apresentou menor índice do mundo nesse indicador;
- melhorou o desempenho escolar;
- reduziu a evasão escolar (diminuiu em 36% com relação a crianças e adolescentes fora do programa);
- é um dos fatores determinantes para a queda da desigualdade de renda;
- foi ganhador do 1º Prêmio para Desempenho Extraordinário em Seguridade Social criado pela Associação Internacional de Seguridade Social, em reconhecimento ao sucesso do combate à pobreza e promoção dos direitos sociais da população vulnerável do Brasil, anunciado este mês em Genebra, na Suiça;
- fez com que mais de 2 milhões de famílias saíssem do programa porque melhoraram sua renda;
- faz com que cada R$ 1,00 investido no Bolsa Família retorne como R$ 1,78 para o Produto Interno Bruto (PIB).
E os dois últimos resultados citados acima comprovam exatamente o contrário de duas críticas recorrentes ao Programa, isto é, de que o Bolsa Família "só dá o peixe e não ensina a pescar" e de que só gera mais gasto público numa relação de assistencialismo. Se assim fosse, como mais de 2 milhões de famílias saíram do Programa porque melhoraram sua renda e não precisaram mais do Bolsa Família? Se assim fosse, como cada R$ 1,00 investido no Bolsa Família retorna em R$ 1,78 para o PIB brasileiro?
A experiência do Bolsa Família provou que a porta de entrada para ele leva também à porta de saída dele, com menos desigualdade de renda porque diminui a pobreza ao mesmo tempo em que gera mais evolução e independência financeira e mais educação.
E as tentativas de tirar o mérito da verdadeira autoria do Programa, tentando atribuí-la para um governo do Alaska ou para o PSDB, são equívocos ou má-fé. As informações deixam clara a autoria e estão disponíveis para quem quiser conferir.
O programa Bolsa Família, no formato que ele foi criado e existe, é brasileiro sim e de autoria do governo Lula. O programa originário do Alaska, é diferente do Bolsa Família. O programa de transferência de renda iniciado no Alaska, não tem condicionantes como tem o Bolsa Família, e por isso não são iguais. O Bolsa Família, um programa de transferência de renda com condicionantes, foi iniciado no Brasil em 1995, simultaneamente no governo do Distrito Federal e na prefeitura de Campinas. Já o programa de transferência de renda sem condicionantes iniciado numa cidade do Alaska, nos primeiros anos de 1960, foi copiado aqui no Brasil pelo senador Suplicy e transformado em lei em 2004, e se refere ao programa "Renda Básica de Cidadania", ainda não executado, apesar de já existir como lei. E o Bolsa Família no formato que ele existe desde 2004, com as condicionantes específicas, é sim de autoria do governo Lula, que deu formato diferente, com novas regras às transferências de rendas que já existiam no Brasil, ou seja, passou a ser uma espécie nova do gênero "programa transferência de renda", recebendo nome próprio de "Bolsa Família", e sendo essa nova espécie de criação do governo Lula, a autoria (da nova espécie), é, portanto, dele sim.
Informação é poder e justiça.

Raquel Montero

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Votos e ações

                                            Foto: site http://ograndecidadao.org.br/


Fui incluída, sem ter pedido ou ter sido consultada, num grupo da rede social Facebook, chamado "Ribeirão Preto quer um bom deputado", disponível em https://www.facebook.com/groups/343458452423546/
Analisando esse grupo verifiquei que a maioria das manifestações constantes nele, quase a totalidade, são de uma organização não governamental (ong), denominada "O Grande Cidadão". E as manifestações dessa ong nesse grupo, na quase totalidade, são referentes a ações do vereador de Ribeirão Preto, Samuel Zanferdini, do PMDB. As referências ao vereador são sempre para elogiar um suposto trabalho de cidadania do vereador.
Verifiquei também que o grupo virtual tem como um dos administradores, a aludida ong, e o vereador, por sua vez, participa da ong "O Grande Cidadão".
Com relação ao tema do grupo, "Ribeirão quer um bom deputado", o vereador Samuel Zanferdini já manifestou ter interesse em uma cadeira na Assembléia Legislativa de São Paulo, e, recentemente, o PMDB declarou que dois dos vereadores que fazem parte do partido, serão candidatos à Assembléia, dentre eles, Samuel Zanferdini.
Eleições, candidaturas, ong´s, assistencialismo através de ong´s e com isso currais eleitorais, clientelismo, campanha eleitoral, sistema político, enfim, todos estes assuntos devem nos levar a refletir sempre sobre nossos representantes em nossos cargos políticos e como podemos contribuir para aperfeiçoar nossas instituições. E nesse sentido, já que fui convidada a participar do grupo em que tanto se falou do vereador Samuel Zanferdini, analiso os recentes votos e manifestações deste vereador em nossa Câmara Municipal. Vejamos;

- votou contra a proibição de sessões extraordinárias marcadas entre o Natal e o Ano Novo (24 a 31 de dezembro), como a que ocorreu na votação que resultou no aumento do IPTU, em 28/12/2012, às 14hrs de uma sexta-feira (25/04), época em que as pessoas estão viajando, de férias, etc;

- foi autor de requerimento para que a Câmara fizesse uma moção de apoio à Proposta de Emenda à Constituição Federal (PEC), de nº 37 de 2.011, a “PEC 37”. Essa PEC tinha o objetivo de tirar o poder de investigação de várias entidades e instituições, tais como Ministério Público, Tribunal de Contas, Comissões Parlamentares de Inquérito, Receita Federal. Ficou conhecida popularmente como “PEC da impunidade”, porém, após protestos contra ela, que ocorreram por todo o Brasil, ela foi arquivada;

- não assinou requerimento para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades e crimes no transporte coletivo de Ribeirão Preto;

- votou a favor do aumento do número de vereadores, de 20 para 27 e depois de 20 para 22;

- se manifestou contrário à instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para apurar suposta fraude no esquema de sorteio de casas da Companhia Habitacional de Ribeirão Preto (COHAB);


- estava presente na sessão mas não votou sobre o projeto para instalar uma Comissão Especial de Estudos (CEE) sobre a COHAB. Entre votar “sim” e “não” o vereador simplesmente não votou;


- foi relator da CPI da COHAB, e no relatório concluiu que não houve crime por parte da Prefeita Dárcy Vera no suposto esquema de fraude no sorteio de casas da COHAB;


- foi membro da CPI da COHAB, CPI que deixou de praticar providências importantes para apuração das denúncias sobre suposta fraude no sorteio de casas da COHAB, tais como determinar a quebra do sigilo de dados telefônicos, ouvir pessoas apontadas por vereadores, fazer acareações, recorrer de decisão judicial que negou quebra de sigilo bancário;


- estava presente na sessão que votou e decidiu por aumentar o subsídios dos vereadores e das vereadoras em 39,8%, mas não votou. Entre votar “sim” e “não”, o vereador simplesmente não votou;


- votou contra o projeto de lei denominado "IPTU Ecológico", que estabelecia descontos no valor do IPTU para contribuintes que adotassem práticas sustentáveis em seu imóvel;


- votou contra uma CEE para analisar a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (CODERP);


- nas duas sessões em que o projeto de lei para o revogar o IPTU estava na pauta, ele não estava presente;


- não foi a favor de uma CEE para o Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (DAERP);


- votou a favor de conceder título de cidadania para Ivan Sartori, pessoa denunciada à Corte Interamericana de Direitos Humanos sob acusações de ter desrespeitado a lei e direitos humanos;


- votou contra o projeto de lei que estabelecia a transparência e publicidade dos gastos com campanha publicitária contratadas pela Prefeitura.

Repito que o voto dos vereadores diz muito sobre o caráter e a atuação deles. Cuidado. Analise atentamente o comportamento dos vereadores e das vereadoras. Verifique se a campanha, as promessas e os discursos estão coerentes com os atos da(o) parlamentar. O voto das(os) parlamentares esclarece se eles estão do lado do povo ou de interesses espúrios. Faça você, eleitor e eleitora, com que seu voto seja dado sempre a quem está do lado do povo. Não compactue com interesses espúrios.


Raquel Montero