Raquel Montero

Raquel Montero

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Da série; "Ampliação do Aeroporto Leite Lopes"... ...novos episódios...

Foto: Matéria do dia 19/11/2015 do jornal Tribuna



Em 20 de julho de 2015, integrantes de movimentos sociais de Ribeirão Preto protocolaram na Procuradoria da República do Ministério Público Federal (MPF) em Ribeirão, fato que tiveram conhecimento através de notícias divulgadas pela imprensa e por veículos de comunicação oficial do Governo Federal referentes ao projeto de ampliação do Aeroporto Leite Lopes (LL), e que, pelo conteúdo, ensejam, em tese, a intervenção do MPF, ao menos para averiguação das informações com vista na defesa do interesse público. 

O assunto passou a ser de competência federal e, assim, passível da intervenção e proteção do MPF a partir do momento que o Governo Federal anunciou que também fará investimentos no projeto, inclusive, a ele caberá, agora, a maior parte dos investimentos, conforme faz prova notícia divulgada pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) da Presidência da República. Da mesma forma notícia divulgada pela imprensa local de Ribeirão.

Contudo, o Governo Federal não tem conhecimento das irregularidades que estão sendo praticadas no projeto, e por isso denunciamos as irregularidades.

Também, protocolamos pedido de informações na SAC da Presidência da República, em 10/04/2015. E dentre as respostas que obtivemos, nos foi respondido pela SAC que "se tem conhecimento de questionamentos judiciais do Ministério Público referente à ampliação do Aeroporto Leite Lopes, questão a ser resolvida pelo Governo do Estado de São Paulo, delegatário, antes do processo de licitação das obras, tendo em vista que o Governo Federal somente fará investimentos do Programa de Aviação Regional em aeródromos livres e desembaraçados.

Dessa forma, tendo em vista a real participação do Governo Federal no projeto de ampliação do LL, a representação protocolada objetivou requerer a intervenção do MPF para investigar o referido projeto de ampliação, pelas mesmas razões que provocamos a ação do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) e fizemos com que o MPSP ajuizasse três Ações Civis decorrentes do anúncio do projeto de ampliação, e tendo em vista também que o Governo Federal já declarou que somente fará investimentos do Programa de Aviação Regional em aeródromos livres e desembaraçado, como respondeu a própria SAC, objetivando-se assim evitar prejuízos sociais, ambientais, urbanísticos e desperdício de verba pública. 

Agora, o MPF, através do Procurador da República, emitiu parecer que recomenda que não sejam feitas obras de ampliação no aeroporto LL, em Ribeirão.

O Procurador da República disse para a imprensa, que emitiu o parecer após ter recebido representação que protocolamos no MPF denunciando irregularidades no projeto de ampliação, oportunidade em que ele afirmou que com a representação passou a ter conhecimento das irregularidades.

Não há condições legais, sociais, ambientais, urbanas e técnicas que permitam a ampliação do aeroporto LL, fazendo-se necessário, então, a construção de um novo aeroporto em outra área de Ribeirão Preto ou de cidades próximas.

Estudos de impacto ambiental (EIA) e de risco de impacto ao meio ambiente (RIMA), atestariam isso, mas, exatamente por virem a atestar isso, a Prefeita Dárcy Vera, embora queira a ampliação do Leite Lopes e esteja lutando por ela, ainda assim, se recusa a fazer tais estudos. Por que será?

Em 1.997 o estudo de viabilidade dessa ampliação foi feito por uma empresa americana. O prefeito da época, Roberto Jábali, aprovou o estudo, porém, foi acusado de não observar, na aprovação desse estudo, o Plano Diretor da cidade, e de (também ele) não fazer o EIA/RIMA, e assim, os estudos não foram validados pelo MPSP.

No mesmo ano a Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto, aprovou o projeto após constituir uma Comissão Especial de Estudo para estudar a situação.

Em 2.001, foi aberta licitação para a construção de um terminal internacional de cargas.

Na sequência foi elaborado EIA/RIMA, mas os resultados desses estudos geraram polêmica, por suspeitarem que houve manipulação de dados e em razão da insuficiência de informações, tais como o risco viário, a presença de urubus na área, o risco de crianças que brincam nas proximidades.

Com isso, o Departamento Aéreo do Estado de São Paulo (DAESP), desiste do EIA/RIMA e o arquiva, e, dialogando com o MPSP faz um acordo judicial para a não ampliação do aeroporto, por se verificar irregularidades no projeto que o inviabilizam totalmente.

E sem os estudos EIA/RIMA, por determinação legal, nenhuma ampliação na estrutura atual do aeroporto LL pode ser feita, portanto, como esses estudos ainda não existem qualquer ampliação que se avise, é, além de falaciosa, proibida, impossível, inviável e contraproducente.

Se a Prefeita  defende a ampliação e acredita que assim está fazendo o melhor pela cidade, por que ela não faz o EIA/RIMA sobre o projeto de ampliação? O que ela quer esconder através da omissão em fazer esses estudos? Não será o atestado de inviabilidade da ampliação do LL?

Raquel Montero

Artigo publicado também no Blog do Galeno Ribeirão;
http://www.blogdogaleno.com.br/ribeirao/colunista/65


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