Em 2007, quando
eu terminei a faculdade de Direito, o sentimento de uma missão cumprida veio, e
com ele os músculos do corpo descansaram. Foram anos em que o tempo nunca
parecia ser suficiente, sempre faltava mais tempo para comer, dormir,
trabalhar, estudar, se divertir. Os dias do último ano também se tornaram
momentos para recapitular o que até ali havia sido vivido e construído e reflexão
em como dar continuidade coerente à construção feita.
Dentre as
opções que a carreira jurídica oferece a certeza pela escolha por uma das opções
não tardou, veio a galope. Eu continuava querendo ser uma contribuição para
transformações sociais e continuava enxergando no Direito um forte instrumento
para isso. Assim, com a última prova da faculdade fiz a primeira fase do Exame
da OAB, e, em 2008, com o resultado da segunda fase do Exame, me tornei
advogada e comecei a executar por mim mesma o tão forte instrumento que almejei
há anos atrás.
Foi um momento
de reencontro com muito outros momentos que eu já havia vivido. Foi o momento
de executar a lição dada de tantas formas pelo passado. Com 23 anos senti uma
responsabilidade que trouxe muitas alegrias. Mas, assim como as ondas do mar,
os momentos de pico cedem espaço para momentos baixos, que trazem também novos
momentos difíceis. A vida sempre traz provas para testar nossa sabedoria, e,
sobretudo, em que acreditamos. Assim, eu também fui testada. E o que ficou
destes testes foi mais fortalecimento no que eu já acreditava e mais sonhos. De
um sonho concretizado eu idealizei outros sonhos na defesa da justiça a que me
comprometi no caminho que escolhi, e que é o objetivo do Direito, exatamente
como disse Pablo Neruda; "a cada manhã da minha vida trago do sonho outro
sonho".
Raquel Montero
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