Os meus 18 anos
iniciaram uma outra fase da minha vida, que me proporcionou grandes
aprendizados para que eu pudesse crescer emocional, espiritual e
profissionalmente. Tudo na minha
vida havia se voltado para absorver ao máximo aqueles cinco anos da faculdade. Eu
desejava profundamente estar ali e aprender tudo que aqueles novos livros e
novos professores podiam me ensinar. E aprendi muito com eles, assim como com a
convivência que tive com as novas amizades que nesse tempo fiz. A universidade
mostra, na prática, como ela é muito mais que um espaço de formação técnica,
ela é uma grande oportunidade de convivência com a diversidade.
Naquela fase
novas decisões tiveram que ser feitas. Muito embora ter o tempo da faculdade só
para estudar fosse o ideal, por necessidade, eu tinha que continuar trabalhando
e não poderia só ficar estudando. Dentre as opções de emprego escolhi aquelas
em que eu pudesse conciliar uma fonte de renda com meus ideais.
E assim, fui
trabalhar na Procuradoria do INSS, na Defensoria Pública do Estado de São Paulo
e no Ministério Público Federal. Todas essas, instituições que têm por lei a
função de defender o interesse público, o interesse do povo. Não foi a escolha
mais fácil porque certas opções de emprego me trariam mais dinheiro, porém, as
opções mais lucrativas em termos financeiros não alimentariam meus ideais, e eu
não queria deixar de alimentá-los. Na conciliação de necessidades e sonhos que
fiz também fui aprovada em concurso de bolsa para iniciação científica, o que
me permitiu saber mais sobre os fundamentos da sanção penal, de sociologia e da
origem da criminalidade.
Nessas
instituições vive experiências preciosas de aprendizado. Foi muito além da mera
aplicação da lei. Cada problema que vivenciei nessas experiências me mostrou
muito do que ainda tinha que ser consertado para que todos pudessem viver com
dignidade, e cada momento bonito que presenciei me possibilitou alimento para a
alma, me nutrindo a continuar acreditando nas mudanças.
Raquel Montero
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