Raquel Montero

Raquel Montero

terça-feira, 11 de junho de 2013

Comunidade "João Pessoa"; a caminhada continua


                                         Fotos: Paulo Honório





Sábado, 08/06/2013, foi dia de reunião e confraternização com a comunidade que vive na favela João Pessoa, localizada às margens do Aeroporto Leite Lopes (LL), em Ribeirão Preto.
Fomos fazer um balanço dos últimos acontecimentos que envolvem esta comunidade.  E agora estes acontecimentos se tratam de duas grandes conquistas que encerram duas grandes etapas complexas, ou seja, as duas ações civis públicas ajuizadas pelo Ministério Público de São Paulo, sendo uma para impedir a ampliação do aeroporto LL, dentro do contexto de irregularidades em que os Governos municipal e estadual querem ampliá-lo, outra para assegurar moradia digna para as quase três centenas de famílias que vivem nas comunidades de favelas João Pessoa e Vila Brasil, buscando também assegurar que nenhuma reintegração de posse ocorra no lugar ocupado por essas famílias enquanto não houver outro lugar, com moradia digna e todos os demais direitos sociais, para levá-las (veja mais http://raquelbencsikmontero.blogspot.com.br/2013/05/aeroporto-moradia-e-acoes-judiciais.html).
E assim estamos trabalhando o sonho de moradia digna para todas as pessoas, para que moradia não seja privilégio de alguns. Para alguns esse sonho é utopia, para nós é absolutamente realizável. E na caminhada em busca desse sonho, que muitos consideram utopia, alcançamos muitas conquistas concretas, entre as quais, as já citadas acima, mas existe ainda uma outra conquista, que se refere a algo que nenhum juiz poderá tirar e que a ação do tempo poderá destruir. Trata-se do fortalecimento da comunidade, notadamente dos representantes eleitos pela comunidade para representá-la neste movimento perante as reuniões e audiências públicas que tivemos com o Governo e entidades públicas.
Essas mesmas pessoas (cinco), outrora tão inseguras e inibidas, agora requisitam o microfone nas audiências públicas para contestar fatos e reivindicar direitos com a segurança daquele que sabe que o quer e tem a certeza do direito que tem e da absoluta possibilidade de ter acesso a ele. Isso é a própria colheita do fruto doce que tem origem em raízes amargas e duras.
E diante de todas essas conquistas, todas as pedras e obstáculos que encontramos no caminho, que não foram poucos, transformaram-se em instrumentos de lapidação para nosso próprio fortalecimento.
A caminhada continua, e agora, com mais força, seja porque estamos mais fortalecidos, seja porque conhecemos melhor o caminho. Vamo que vamo!

Raquel Montero

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