E ontem a Prefeitura de Ribeirão Preto recebeu mais uma protesto, agora
sobre a cultura de Ribeirão, que como foi manifestado na Carta feita pelos
movimentos sociais e divulgada para convidar a população para o protesto (http://raquelbencsikmontero.blogspot.com.br/2012/07/ato-publico-em-defesa-do-programa-de.html
), está desamparada em meio a tantos entraves e demoras.
O alvo foi o Programa de Incentivo à Cultura (PIC) de Ribeirão Preto
mas, paralelamente, também se falou do Conselho Municipal da Cultura de
Ribeirão Preto.
Artistas, movimentos sociais e coletivos compareceram para, cada um,
dar sua contribuição à causa que é coletiva. A contribuição de cada um gera a
união que promove mais força.
O protesto nem havia começado oficialmente e representantes do Governo
já haviam se manifestado para chamar os manifestantes para uma reunião dentro
do Palácio do Rio Branco. Tanto atraso para ouvir os artistas e dar posse ao
Conselho da Cultura e agora, diante do protesto, a vontade pelo diálogo se
estabelece tão rápido por parte da Prefeitura. Contraditório né?
Mas aquele era o momento de protestar, mais uma vez, protestar. E após
algum tempo de manifestação em frente à Prefeitura, subimos para o Palácio e lá
formos recebidos por representantes do Governo, sendo estes, o Secretário de
Governo Jamil Lopes de Albuquerque, o Chefe da Casa Civil Lair Luchesi, a
Secretária Substituta da Cultura Érica Amendola, e demais integrantes do
Governo e da Secretaria da Cultura.
Os desabafos expressos na Carta, que se traduzem também como
reivindicações, críticas e requerimentos, foram reiteradas na conversa com o
Governo. E ai o que se viu foi algo muito triste.
Sentimos resistência no comprometimento com definições, resoluções e
acordos. Muitas vezes essa resistência manifestada com ironia e desrespeito aos
manifestantes que tiveram que intervir pedindo respeito, seriedade e
comprometimento. Veja, chegamos ao absurdo de ter que pedir respeito.
O Conselho da Cultura foi colocado em discussão também já que era
impossível não manifestar a indignação relacionada ao disparate que afeta o
Conselho Municipal da Cultura de Ribeirão. Há sete meses os novos conselheiros
esperam tomar posse dos respectivos mandatos de conselheiros do Conselho
Municipal da Cultura. Quanta atenção à cultura de Ribeirão...
E a pendência do Conselho de Cultura é algo simples que pode ser
resolvido, está dependendo tão somente de vontade política. Simples assim. Mas
veja que isso demonstra mais uma vez como anda a vontade política em Ribeirão,
bem como a atenção à cultura de Ribeirão.
Mas apesar dos obstáculos o momento foi proveitoso e assim como tudo na
vida, deixou ganho positivo. O protesto reuniu pessoas que foram buscar algo
positivo para a coletividade e mostrou, para as próprias pessoas e para o
Governo, que se para alguns a cultura não é valorizada, para outros ela é mais
que valorizada, ela é defendida.
Também, o protesto denunciou e através da mídia deu ampla publicidade,
as incoerências e falhas da Administração Pública, mostrando o que vêm sendo
feito da cultura em Ribeirão para todos que tenham interesse em saber.
Por fim, a pauta de reivindicações foi feita: pagamento em dia da
primeira e segunda parcela do PIC para não prejudicar os trabalhos e os
artistas; início de um grupo de discussão para transformar o PIC em lei com
dotação orçamentária própria e uma reunia específica para, enfim, dar posse aos
conselheiros do Conselho da Cultura.
Assim a próxima reunião for marcada para o dia 31/07/2012, às 14hrs na
Casa da Cultura.
Se você se preocupa com a cultura da sua cidade, deve comparecer e dar
sua contribuição. Esse é um grande momento inclusive porque pudemos ver que,
sozinhos, os administradores públicos atuais não estão conseguindo organizar a
cultura em Ribeirão, e a “Virada Cultural” é uma constatação dessa assertiva, e
a sociedade civil, por sua vez, mostrou, ao contrário, que está sabendo fazer
isso muito bem, a exemplo do “Se Vira Ribeirão”.
O problema é que os agentes públicos recebem dinheiro para fazerem seus
trabalhos, já os munícipes que colaboram voluntariamente, não recebem dinheiro
por isso, o que demonstra uma grande desproporção. Mas isso é também um outro
aspecto a se pensar conjugadamente à toda essa conjuntura, ou seja, talvez seja
o momento de substituirmos os atuais agentes públicos por outros que consigam
fazer o que estes não estão conseguindo ou não querem fazer.
Jornal "Tribuna" em 27/07/2012:
Raquel Bencsik Montero
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