Já viram o céu de Ribeirão Preto hoje? Da periferia à zona sul é o
mesmo céu azul lindo! Essa é a verdadeira igualdade...
...a mesma igualdade que proporciona escolas, médicos, hospitais,
remédios, faculdades, transporte, moradia, previdência, lazer, cultura, meio
ambiente ecologicamente equilibrado, alimentação, vestuário, renda, enfim, todos
os direitos sociais existenciais há todos, com as mesmas oportunidades de
acesso.
O sucesso em uma carreira, em um trabalho pode se dar de maneiras
diferentes para cada pessoa e o dinheiro que cada um irá auferir com seu
respectivo trabalho, de acordo com esse sucesso, pode variar muito, com uns
ganhando mais e outros menos.
Isso não é indefensável desde que haja as mesmas oportunidades a todas
as pessoas. Se todas tiveram as mesmas oportunidades, porém umas se esforçaram
mais e por isso tiveram mais sucesso, não há contestação, há merecimento.
Por outro lado se não houver as mesmas oportunidades a todos, a
desigualdade de renda e condições há de ser contestada porque atesta a
existência de injustiça social e seria mais uma injustiça aceitar silente essa
injustiça.
E nesse tom oportunidades iguais significam todas as crianças terem
acesso à educação de qualidade, todos os adolescentes terem tido as mesmas
condições para prestar o mesmo vestibular para concorrer a uma vaga em
universidade pública, todos terem salários que lhe garantam poder usufruir de
todos os direitos sociais constitucionais, todos os aposentados poderem
realmente se aposentar e não ter que continuar trabalhando para sustentar suas
famílias, todos terem segurança pública e assim sucessivamente a todos os
demais acessos que caracterizam uma vida digna.
Igualdade de oportunidades deve existir em todos os lugares e para
todos, e assim, em
Ribeirão Preto também. No entanto, até hoje, 2012, não vimos
essa igualdade em
Ribeirão. Vimos sim ainda muita desigualdade numa cidade que
tem um Produto interno Bruto (PIB) enorme, sendo considerado um dos maiores do
Brasil.
Hodiernamente são recorrentes ações civis públicas pleiteando vagas em
creches e escolas municipais, ações individuais requerendo medicamentos que não
são fornecidos nos postos de saúde de Ribeirão, ações judiciais denunciando
erros e negligências médicas, denúncias de ausência de acessibilidade às
pessoas com deficiências físicas, notícias confirmadas pela realidade do
aumento no número de favelas e déficit de moradia popular conjugadas com
denúncias de desocupações forçadas de famílias que moram em favelas, sendo que
essas desocupações já ocorreram em condições que desobedeceram totalmente as
proteções que estabelece a legislação para as pessoas faveladas.
E tudo isso não precisaria existir, só existindo em razão da má
administração pública conduzida pelos anteriores e atuais gestores públicos.
Enquanto o sol nasce e brilha para todos e o céu proporciona um oceano
azul sob nossas cabeças atingindo todos sob todos os pontos cardeais, mostrando
que todas as pessoas da cidade podem ser abrangidas pelos mesmos benefícios,
não podemos aceitar as parcialidades que querem impor porque se a própria
natureza nos mostra a igualdade é porque a igualdade é mais do que possível,
ela é natural.
Raquel Bencsik Montero
Raquel Bencsik Montero
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