Raquel Montero

Raquel Montero

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Não há perdas, há movimentos

não entendi quando aconteceu pela primeira vez
não houve pensamentos, só um choro
chorei descontroladamente
eu falei, ele me ouviu e a distância se impôs
depois, veio a mesma sensação, o mesmo entendimento... ...abri mão mais uma vez...
não pude sequer pensar mais nele
alguns desígnios são soberanos demais para tentarmos mudá-los
segui
o reencontrei
ainda estávamos
ainda éramos
vivi a alegria do reencontro, do encontro de almas
naquele momento
no exato momento de instantes, senti que não há perdas, há movimentos
e como podem ser belos os movimentos...
renovadores
inspiradores
conciliadores
desagregadores
podem tudo, podem tanto
mas talvez não possam mais do que os desígnios que a vida nos prepara
ou que nós provocamos
não sei
e na incerteza do que pensar, fomos mais uma vez
já não éramos mais
e a distância se impôs novamente
agora é o que ficou
fomos
éramos
não somos mais
e ainda não tenho a certeza do que pensar
se foi um erro, se teria dado certo continuar, não sei
agora não quero pensar
já pensei muito
só estou sentindo
sinto, de novo, agora
que abri mão, que tive que abrir mão
que não há perdas, há movimentos
que as lágrimas lavam nossos olhos para enxergamos novos horizontes
quero que ele fique bem
de muitas formas nossas vidas, minha e a dele,
como todas as vidas
estão entrelaçadas
e por muitos motivos nos entrelaçamos

que fique o aprendizado desses motivos

Raquel Montero

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