Raquel Montero

Raquel Montero

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A cultura da falta de Cultura



Tem artistas querendo fazer arte, mas não tem investimento para a arte e para o artista.
Há anos Ribeirão Preto vem vivendo essa situação, que se agravou na gestão Dárcy Vera, e mais recentemente, no segundo mandato de Dárcy, com a nomeação de Alessandro Maraca para Secretário Municipal da Cultura.
O Conselho Municipal de Cultura divulgou uma carta aberta onde afirma que ao invés de políticas públicas em prol do desenvolvimento cultural, o Governo Dárcy Vera e o Secretário Alessandro Maraca têm desenvolvido e aplicado ações sistemáticas de destruição do patrimônio e dos agentes culturais que ainda resistem. E ainda, denunciaram haver autoritarismo e revanchismo desse Governo a quem se atrever a fazer qualquer movimentação que contrarie a atual gestão (veja íntegra da carta https://www.facebook.com/ConCultRP?fref=ts).
Há uma sucessão de atos negativos que extrapolam a esfera do erro para desaguar no terreno da incompetência e do dolo. Desde o mínimo a ser feito, que seria apresentar um projeto dentro do prazo para receber verbas federais de incentivo à cultura, não foi feito. E o dolo de causar prejuízo já se constatou desde a procrastinação em dar posse aos novos conselheiros eleitos para o Conselho da Cultura. A posse demorou cerca de 06 meses. Só após protesto ocorreu a nomeação. É um histórico de atos que assusta, entristece e revolta. Senão vejamos;
a Secretaria Municipal de Cultura perdeu verba no valor de R$ 3.600.000,00, que serviria para a restauração da Cianê e instalação de uma biblioteca-parque na área que, salienta-se, está abandonada;
as obras de reforma do Teatro de Arena passaram por sucessivas indefinições e os prazos de entrega foram quatro vezes prorrogados. A reforma deveria ter sido concluída em novembro de 2012, porém só ocorreu de fato em janeiro de 2014. E contudo, não há o que comemorar nessa obra eis que várias falhas já foram apontadas;
Ribeirão tem um convênio para recebimento de verbas federais para financiamento de pontos de cultura na cidade, através do programa Rede Municipal de Pontos de Cultura. No primeiro semestre de 2013 houve atraso de mais de seis meses no repasse dessa verba para os projetos e os artistas. Em novembro de 2013 o convênio com o Governo Federal terminou, e até agora o convênio não foi renovado para a continuidade dos trabalhos na cidade;
o Regimento do Centro Cultural Palace não permite que suas dependências sejam ocupadas para fins administrativos do Governo. Todavia, desrespeitando essa norma o espaço foi invadido pela Secretária Municipal de Turismo e pela Fundação Instituto do Livro. Em tratativas para resolver essa situação o Conselho Municipal de Cultura aceitou a permanência destas instâncias no espaço, com a condição de que desenvolvessem lá projetos culturais. Porém, a condição não foi cumprida espontaneamente por esses órgãos e tão somente após intervenção do Ministério Público é que houve por parte daqueles ação para realização de projetos;
conforme anúncio feito pelo Governo municipal não há verba para a realização do carnaval de rua deste ano;
o Programa de Incentivo Cultural (PIC), que há quatro anos fortalece o trabalho de artistas e agentes culturais da cidade, fortalecendo também mais iniciativas e atividades culturais para a população, também é desrespeitado pelo atual Governo que há anos insiste em atrasar os repasses de verbas para os projetos e os artistas. E para este ano talvez o PIC não ocorra, tendo em vista que até agora não foi divulgado edital sobre o programa para 2014.
É o que tem e o que não tem na Cultura de Ribeirão. Uma lástima que ocorre por pura má administração pública.

Raquel Montero  

Nenhum comentário:

Postar um comentário