Segunda-feira, 06/05/2013,
estivemos presentes em mais uma reunião no Ministério Público de São Paulo
(MPSP), para tratar de moradias para a comunidade do núcleo de favela conhecido
como "João Pessoa", adjacente ao aeroporto Leite Lopes.
O promotor responsável pelo
caso, Antônio Alberto Machado iniciou a reunião afirmando que estaria tudo
pronto para abertura de Ação Civil Público (ACP), mas que antes, promoveu
aquela reunião por solicitação do Defensor Público Paulo Giostri, que por sua
vez, também convidou representantes do Poder Público envolvidos com o tema,
para participarem da reunião.
A
reunião ficou limitada no diálogo acerca da definição de como a ampliação do
aeroporto Leite Lopes atingirá a comunidade da "João Pessoa". A reunião
durou cerca de 2 horas e não avançamos para definições, principalmente porque
nenhum dos representantes dos órgãos públicos responsáveis pelo assunto
souberam responder como a ampliação do aeroporto Leite Lopes atingirá a citada
comunidade, muito embora estivesse presente um representante do DERSA, e a
Assistente Social Carla Roma, também presente na reunião, disse que apesar de
trabalhar pelo DERSA, conhecer o mapa do empreendimento e fazer o levantamento das famílias
afetadas, todas as informações foram repassadas para o DERSA e caberia somente
a ele informar a respeito, pois como não guardou a documentação respectiva não
saberia informar com segurança.
Na imprecisão das
autoridades públicas, representantes da comunidade, também presentes, deram o
tom de definições de uma maneira muita clara e objetiva. Disse um deles, o Sérgio,
que enquanto eles não sabem repassar informações e informar onde estão
documentos, as pessoas da favela estão sendo ameaçadas constantemente para saírem
da área por pressão do proprietário, enquanto que o que eles querem nada mais é
do que um direito que já é deles; o direito a moradia digna.
Perguntei aos
representantes da Prefeitura, se, diante de todo o impasse, havia, após todo o
tempo já transcorrido na história de vida de todas os moradores da favela,
alguma proposta para a resolução do problema. Silvio Martins me respondeu com
um mero não.
E assim nova reunião foi
marcada, em mais uma tentativa de definições.
De tudo, vejo grandes
conquistas, e essas se referem ao fortalecimento da comunidade. Os
representantes da comunidade estão cada vez mais unidos, articulados, fortes na
fala e na posição. Não estão mais ouvindo calado. Estão cada vez mais ouvindo,
falando, contestando e indagando. E essa conquista não tem chance de retroceder
porque uma vez que a mente se amplia ela não diminui a percepção que aumentou
em sua vida.
Raquel Bencsik Montero
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