Fotos: Paulo Honório
No
lançamento do "Relatório de Direitos Humanos" (http://raquelbencsikmontero.blogspot.com.br/2013/05/lancamento-do-relatorio-de-direitos.html) do Núcleo de Assessoria
Jurídica Popular da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da Universidade de São
Paulo (NAJURP), pude renovar as energias e recarregar a esperança.
O
relatório e a explanação dos alunos, em resumo, e por unanimidade, apontam
muitos problemas e obstáculos na busca por direitos e no usufruto deles. Há uma
distância árdua entre o direito previsto em lei e a utilização dele pela pessoa.
Antes
de eu iniciar a faculdade de Direito eu já ouvia que teria muitos problemas
nessa seara. Ainda assim, iniciei a faculdade. Durante a faculdade constatei
que os problemas não só existiam como se tornaram maiores e mais complexos,
numa esdrúxula contradição diante da lei, que os prevê justamente para melhorar
a vida e não para complicá-la. Após a faculdade os problemas continuaram
existindo e se tornando cada vez mais complexos. Enfim, eles existem, mas cabe
a nós, justamente, resolvê-los. Temos instrumentos, poder e pessoas para isso.
Se
tem quem cria obstáculos, tem quem os supera e os retira. E em mais uma
oportunidade verifiquei isso, na convivência que tive com alguns alunos do
NAJURP. Por todos os momentos que convivemos juntos presenciei exatamente a
vontade deles de superar e retirar os obstáculos que inviabilizam o exercício
de direitos dos menos favorecidos economicamente.
Conhecendo os problemas, vivenciando as experiências e
sentindo a necessidade da ajuda e o poder que temos para ajudar. Foram essas as
sensações que presenciei com muita alegria nos olhos dos alunos que tive o
prazer de conhecer nestes trabalhos, que tive a honra da possibilidade de
tentar colaborar e de receber colaboração, em ações coletivas que buscamos
somar forças para fazer mais e melhor.
E destaco aqui duas passagens do relatório, em que alunas,
expressaram também com palavras, essa gana que têm de fazer mais e melhor;
"Vivemos
juntos o sentimento de dúvida, de injustiças, de necessidade, de frustração, de
conquista, entre vários outros, enfim, de compartilhar de parte de nossa história."
"Como
chama esse ímpeto que surge dentro da gente depois de um contato tão pequeno,
mas ainda assim tão intenso? Nós não sabemos, só sabemos que uma vez que se
entra no trabalho de educação popular, difícil mesmo não é achar solução para
as demandas, difícil é não sentir amor, difícil é abandoná-lo."
Quando vejo atitudes assim, eu vejo quanto terreno fértil
temos para conquistas. É só olhar e ver. No afã da vida os jovens têm todo o
poder de transformar o mundo, para o mundo ideal que queremos. Não tenho dúvida
disso, e experiências como essa só fortalecem e aumentam minha crença.
Raquel Bencsik Montero
Acesse o relatório: http://www.najurp.direitorp.usp.br/images/relatorios/relatorio_najurp_2013.pdf
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