Raquel Montero

Raquel Montero

domingo, 15 de julho de 2012

O novo Código Florestal


Em 1999 o deputado federal Sérgio Carvalho (PSDB/RO) apresentou o Projeto de Lei nº 1876/1999.
Citado projeto estabeleceu disciplina para áreas de preservação permanente, reserva legal, exploração florestal e outras providências. Ele, em suma, propôs a revogação do Código Florestal e a alteração da Lei nº 9.605 de 1.998.
Esse projeto de lei ficou conhecido como novo Código Florestal. Ele foi motivado pelo agronegócio e defendido no Congresso Nacional pelos parlamentares que acatam o lobby dos empresários e latifundiários que exploram o agronegócio. Esses parlamentares compõem a chamada “bancada ruralista” do Congresso Nacional, que, em síntese, representam o agronegócio e os interesses dele no Senado e na Câmara de Deputados.
O Código Florestal atual é conhecido como um dos mais evoluídos do mundo na proteção dos recursos naturais nas zonas urbanas e rurais. Ele disciplina o uso dos recursos naturais e do solo de maneira respeitosa com a natureza e inteligente com as necessidades mundanas.
As alterações propostas nesse projeto podem ser assim resumidas:
·         O projeto muda de maneira negativa a definição de “Áreas de Preservação Permanente (APP)”. Passa a considerar que os mangues e as veredas, alguns tipos de encostas e topos de morros não são mais APP´s, em outras palavras, o desmatamento foi liberado;
·         Diminui a largura das matas ciliares, que são as matas que protegem as nascentes, rios, lagos, lagoas, mangues;
·         Não exige a recuperação de APP´s e reservas legais que foram desmatadas até 2008;
·         Anistia os criminosos ambientais;
·         Propicia várias e flexíveis situações que poderão justificar novos desmatamentos de APP´s;
·         Acaba com grandes partes de áreas que eram protegidas pelo Código Florestal;
·         Reduz as áreas de reserva legal;
·         Permite que o desmatamento de um determinado lugar seja compensado em outro lugar, o que é prejudicial ao meio ambiente desmatado;

Essas alterações são retrocessos na natureza, prejudicando a vida em todas as suas formas.
Por outro lado o interesse dos ruralistas é grande, o lobby dos ruralistas no Congresso Nacional é atroz, a corrupção está presente, e ai, na conjugação desses fatores tem-se espaço para os piores acontecimentos, como é a hipótese que verificamos nesse projeto de lei.
 Os ambientalistas, organizações e entidades, têm fortes e nobres argumentos, que prescindem de suborno, ganhando pela simples retórica, todavia, a fraqueza de caráter de alguns parlamentares permitem a vitória da corrupção em detrimento da ética.
Assim, o projeto de lei para alterar o Código Florestal foi votado na Câmara dos Deputados e por maioria de votos (veja aqui quem foram os deputados federais que votaram a favor do projeto de lei http://www.camara.gov.br/internet/votacao/mostraVotacao.asp?ideVotacao=4648&numLegislatura=54&codCasa=1&numSessaoLegislativa=1&indTipoSessaoLegislativa=O&numSessao=123&indTipoSessao=E&tipo=partido) foi aprovado na Câmara seguindo para o Senado.    
Quanto a essa votação e notadamente para Ribeirão Preto verifica-se que o deputado federal Duarte Nogueira (PSDB), também candidato a prefeito pelo PSDB em Ribeirão Preto, votou a favor do projeto de lei.
No Senado o projeto recebeu alterações apoiadas pelo Governo e que garantia faixas mínimas de proteção e recomposição florestal
As alterações feitas pelo Senado foram votadas na Câmara dos Deputados, sendo que nessa votação o deputado federal Paulo Piau (PMDB) fez um relatório mantendo os retrocessos ao Código Florestal, indo, dessa forma, para a votação, o relatório do Senado que recebeu o apoio do Governo e que garantia faixas mínimas de proteção e recomposição florestal e o relatório do deputado Paulo Piau que anulou essas obrigações.
Por 274 votos a favor, 189 contrários e 02 abstenções a Câmara dos Deputados aprovou o relatório do deputado Paulo Piau que modifica o Código Florestal impondo sérios retrocessos à legislação ambiental brasileira.
Por fim o projeto foi para a Presidenta Dilma vetá-lo ou sancioná-lo. A Presidenta fez vetos pífios e sancionou a quase totalidade do projeto.
Uma lástima...
A defesa do meio ambiente foi promessa de campanha da Presidenta Dilma e agora, incoerente com o que prometeu a Presidenta acata esse monstro que vai devorar o que restou das nossas florestas.
Em 1.988 o Brasil fez uma Constituição que vigora até hoje onde estabeleceu o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo ao Poder Público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações e agora, de maneira insana, os mandatários populares contrariam a mais alta lei do país, afrontando o pacto firmado e traindo seus mandantes, e tudo isso sob o enfoque de uma votação e de um procedimento democrático.
É certo que por ser antigo o Código Florestal precisava de algumas atualizações que o aprimorassem mas nada que parecesse com o que foi feito. É absolutamente possível conciliar o progresso do agronegócio com a conservação da natureza. E um dos instrumentos mais práticos para isso é o bom senso na ponderação de interesses e definição de ações.
A própria Constituição Federal preconiza o respeito a todos os direitos, sem estabelecer primazia de um sobre o outro ou prejuízo de um em razão do outro. São princípios constitucionais a “proporcionalidade” e “razoabilidade” que devem, por sua vez, estarem presentes em todos os atos e decisões dos agentes públicos.
É principio constitucional a dignidade da pessoa humana que deve, salienta-se, nortear todos os demais princípios da ordem jurídica, e a dignidade do ser humano está estreitamente ligada ao meio ambiente ecologicamente equilibrado de tal forma que o desrespeito ao meio ambiente é o desrespeito à própria dignidade da pessoa humana.
Não há proporcionalidade, razoabilidade e dignidade no projeto aprovado. Há sim, desproporcionalidade, irrazoabilidade e indignidade numa similitude de aberração.
E não precisa pensar muito para concluir a tragédia assinada. Se a lei está diminuindo a proteção à natureza é lógico que é funesta e por isso não pode ser aprovada e se aprovada é, é por outras razões que não o interesse ambiental e o interesse da coletividade.
Às vezes a verdade pode ser difícil de ser percebida de imediato e demanda certo tempo. Outras vezes ela não deixa margem a dúbias interpretações e é o que é, como é a hipótese em questão. Aqueles que não querem afirmá-la inventam argumentos, mas esses argumentos podem ser qualquer coisa, menos verdade e quem os inventa e os defende pode estar sob várias influências, menos sob a boa intenção e a honestidade.
E nesse contexto está também o deputado federal Duarte Nogueira (PSDB) a quem destaco novamente porque sou munícipe de Ribeirão Preto e ele é candidato a prefeito desta cidade. Um candidato a prefeito que compactuou com a destruição da natureza quando votou a favor do novo Código Florestal. Esse é o candidato a prefeito do PSDB em Ribeirão Preto.

Raquel Bencsik Montero 

sábado, 14 de julho de 2012

Esfirra vegana


Esfirra vegana
Ingredientes para a massa:
2 copos de leite de soja
30 gramas ou 2 colheres de sopa de fermento (o mesmo fermento que se usa para fazer pão)
1 colher de sopa de açúcar
1 colher de sopa de sal
mais da metade de um copo de óleo
farinha de trigo ou integral


Preparando a massa:
Aquecer o leite de soja até ficar morno, quando ficar morno dissolver nele o fermento. Dissolvido o fermento no leite joga-se esse líquido em uma tigela grande para colocar os demais ingredientes. Dai acrescenta o sal, o açúcar, o óleo e a farinha até dar o ponto (eu sempre misturo as duas farinhas, de trigo e integral).
A quantidade de farinha é aproximadamente 1k, e estará no ponto quando não estiver mais colando na mão. Quando chegar nesse ponto retira-se um pedacinho da massa, faz-se uma bolinha dela e coloca num copo com água. Cubra o recipiente onde esta a massa com um pano e quando a bolinha que estiver no copo com água subir, a massa está pronta para ir para o forno.
A massa rende 3 formas redondas padrão, de esfirra coberta e o dobro de formas se a esfirra for aberta.
Recheio:
Duas sugestões veganas de recheio;
  1. tofu com tomate seco;
  2. palmito.
    Na preparação do recheio de palmito, colocar numa panela 02 tomates picados, umas 15 azeitonas picadas, um vidro de palmito cortado em rodelas, uma lata de ervilha, salsinha picada, cebolinha picada, manjericão, pimenta e sal. Estando todos esses ingredientes na panela leve a panela ao fogo e vá mexendo, acrescente um copo de água com amido de milho dissolvido nesse água para enrijecer o recheio e dar “a liga”. Vá mexendo o recheio no fogo e acrescentando mais água com amido de milho dissolvido tanto para enrijecer o recheio como para aumentar o recheio. Essa quantidade de copos de água é de aproximadamente 02 copos de água.
Quando a bolinha da massa que estiver no copo subir abra a massa, coloque o recheio e coloque no forno para assar.
Uma delícia de opção alimentar e totalmente vegana, ou seja, sem produtos de origem animal.
O vegetarianismo e o veganismo não são só uma opção alimentar, mas, principalmente, são decisões éticas e filosóficas diante da vida.
Saiba mais sobre o assunto no eloquente documentário, “A carne é fraca” http://youtu.be/IKIBmppiIvM. Documentário de autoria de Nina Rosa, uma nobre ativista na defesa dos direitos dos animais.
O documentário tem informações científicas, filosóficas e sociológicas sobre o uso de animais e de alimentos derivados de animais na alimentação humana, mostrando o que a mídia convencional manipulada e manipuladora escondem das pessoas para favorecer a exploração maléfica dos animais para o consumo humano.
Essa exploração engendra verdadeiro holocausto dos animais não-humanos.
Assista e tire suas próprias conclusões, só não fique omisso diante dessa conjuntura, porque a omissão também contribui para a conservação do status quo perverso que permeia o assunto. A pessoa que mata o boi e aprisiona a galinha, não faz isso sozinha, mas sim com o apoio de todos os consumidores que adquirem o produto que eles estão vendendo. Se não tiver consumidor não haverá mais a crueldade que existe na comercialização de animais e seus derivados. Portanto, cada um de nós pode contribuir para destruir esse mal e, inclusive, com um simples e fácil instrumento: escolha.
Raquel Bencsik Montero 

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Felicidade


FELICIDADE

As coisas não nasceram para dar certo, somos nós é que fazemos as coisas acontecerem ou não.
Acredito que a gente tem que ter um foco a seguir, traçar metas, viver por elas ou morrer tentando. Jamais queimar etapas e saber reconhecer quando é sua hora.
O Acaso é uma grande armadilha e destrói os sonhos fracos de pessoas que se acham fortes.
Não passar do tempo nem chegar antes. Preparar o corpo, o espírito, estudar o tempo, o espaço. Não ser escravo de nenhum dos dois.
Observar as coisas que interferem no seu dia e na sua noite. E saber entender que há aqueles dias sem sol e sem estrelas e que a vida não deve parar só por isso.
Ser gentil com as pessoas e consigo mesmo. E gentileza não tem nada a ver com fraqueza, pois, assim como um bom espadachim, é preciso ter elegância para ferir seus adversários.
O que adianta uma boca grande e um coração pequeno? Nunca diz que faz, se não o faz.
Ame o teu ofício como uma religião, respeite suas convicções e as pratique de verdade, mesmo quando não tiver ninguém olhando. Milagres acontecem quando a gente vai à luta.
Pratique esportes como arremesso de olhar, beijo na boca, poema no ouvido dos outros, andar de mãos dadas com a pessoa amada, respirar o espaço alheio, abraçar sonhos impossíveis e elogios à distância. E, em hipótese alguma, tente chegar em primeiro. Chegar junto é melhor, até porque o universo não distribui medalhas nem troféus.
Respeite as crianças, todas, inclusive aquela esquecida na sua memória. Sem crianças não há razão alguma para se acreditar num mundo melhor.
As crianças não são o futuro, elas são o presente, e se ainda não aprendemos com isso, somos nós, os adultos, é que tiramos zero na escola.
Ser feliz não quer dizer que não devemos estar revoltados com as coisas injustas que estão ao nosso redor, muito pelo contrário, ter uma causa verdadeira é uma alegria que poucos podem ter.
Por isso, sorrir enquanto luta, é uma forma de confundir os inimigos. Principalmente os que habitam nossos corações. E jamais se sujeite a ser carcereiro do sorriso alheio. Não deixem que outras pessoas digam o que você deve ter, ou usar. Ter coisas é tão importante como não tê-las, mas é você quem deve decidir. Ter cartão de crédito é bom, porém, ter crédito nele tem um preço.
Esteja sempre disposto ao aprendizado, e não se esqueça que, quem já sabe tudo é porque não aprendeu nada. As ruas são excelentes professoras de filosofia, pratique andar sobre elas.
Tenha amigos. Se não tem, seja. Eles virão.
E não acreditem em poetas. São pessoas tristes que vendem alegria.

Sérgio Vaz (poeta e fundador da Cooperifa) 

sábado, 7 de julho de 2012

Protesto na Prefeitura consegue seu objetivo


Vídeo do "Jornal da Clube" em 07/07/2012:

http://www.jornaldaclube.com.br/videos/6263/associaÇÕes-e-entidades-de-classe-protestaram-na-prefeitura

Fotos do "G1" em 06/07/2012:



06/07/2012 foi dia de protesto na Prefeitura de Ribeirão Preto.
O motivo: reivindicação por respeito à natureza, à reciclagem, aos coletores de material reciclável, ao erário, ao interesse público, e a todas as questões sociais que permeiam a lei de resíduos sólidos e limpeza urbana de Ribeirão Preto, Lei Complementar nº 223/2012, recentemente aprovada pelo Município.
Da maneira como foi aprovada a lei padece de falhas técnicas, legislativas e sociais, que redundam na inconstitucionalidade da lei e sua ineficácia social.
Notadamente ressalta-se os seguintes aspectos tacanhos da lei:
·         prevê a manutenção dos aterros sanitários sem o uso de tecnologias avançadas já existente sobre o assunto;
·          não disciplina a questão da propriedade dos resíduos e as suas possibilidades econômicas e sociais;
·          restringe a participação popular nas deliberações sobre os resíduos;
·          não contempla o aval da Câmara de Vereadores nas deliberações acerca da política de resíduos sólidos, inclusive na contratação de empresas que prestarão o serviço;
·          não privilegia a inclusão social dos catadores de material reciclável.

Perceba que são questões graves e de profundo impacto no meio ambiente. Algo que não pode passar incólume pela sociedade.
Procurei saber se o Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMDEMA) de Ribeirão Preto concordou com essa lei e descobri mais uma tragédia da Administração Municipal, isto é, sobre o assunto o COMDEMA não foi ouvido uma única vez.
Uma Administração Municipal respeitosa deixa de ouvir seus Conselhos Municipais?
Inclusive participa do COMDEMA a Cooperativa Mãos Dadas de Ribeirão Preto. Importante cooperativa que realiza o nobre trabalho da reciclagem em Ribeirão Preto, através de seus vários cooperados. Por sua vez, então, essa cooperativa e os coletores de material reciclável não foram ouvidos também.
Analisou-se se foram feitas audiências públicas para ouvir a sociedade acerca da questão e descobriu-se que praticamente não foram feitas audiências públicas tendo em vista o horário indecente em que elas se realizaram: no meio da tarde... Como que o trabalhador vai em uma audiência assim ou será que uma audiência assim não é feita para o trabalhador?
Já foi mencionada em outra postagem deste blog http://raquelbencsikmontero.blogspot.com.br/2012/06/vamos-protestar-hoje-pelas-emendas-ao.html as emendas ao projeto dessa lei que a Câmara Municipal aprovou por unanimidade, fazendo corrigir as falhas apontadas acima. Contudo, como já explicado neste blog http://raquelbencsikmontero.blogspot.com.br/2012/06/nada-de-politicas-publicas-para-os.html a Prefeita vetou 13 das 18 emendas feitas pelo Legislativo e, após, na apreciação dos vetos feitos pela Prefeita os vereadores aliados à Prefeita, num enorme paradoxo, acataram os vetos. Quanta coerência e sensatez!
Dessa forma incongruente a lei foi aprovada.
Mas não agradou, ao contrário, indignou.
E a indignação é um forte combustível para as revoluções, que ocorrem de maneira poderosa e contagiante. Ah se os mandatários populares soubessem o quanto é melhor não instigar a indignação, ainda mais em ano eleitoral...
E assim a sociedade civil se organizou, com entidades, associações, coletivos, COMDEMA, e foram protestar pela melhora da lei.
Antes, a a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACIRP), Centro das Indústrias de São Paulo (CIESP), e 12º Subseção da Seccional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)  já haviam protocolado documento na Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto questionando o acolhimento aos vetos da Prefeita pelo Legislativo.
O protesto da sociedade civil se deu ontem, 06/07/2012, às 16hrs na Prefeitura de Ribeirão Preto. Veja notícias acima e abaixo.
Cartazes, apitos, faixas, traje de lixo, expressaram a indignação e megafones a amplificaram.
Na tentativa de cessar o protesto representantes do Executivo Municipal procuraram por mim e outras integrantes do protesto para que fossemos a uma reunião dentro do Palácio do Rio Branco (Prefeitura).
Nenhum de nós foi de imediato. O momento era de protestar e o protesto tinha que acontecer para publicizar as falhas da Administração Municipal que deram ensejo ao próprio protesto. Ademais quem tinha que ter sido ouvido rápida e tempestivamente era o COMDEMA, porém, como dito, o COMDEMA não foi ouvido nenhuma vez para a elaboração da lei.
Após algum tempo de protesto subimos, todos os manifestantes e a imprensa, para dentro da Prefeitura.
Nossa proposta era clara: queremos que a sociedade seja ouvida numa audiência pública onde tenha voz e vez para deliberar sobre a política de resíduos sólidos e limpeza urbana de Ribeirão Preto de maneira a que as falhas, omissões e inconstitucionalidades da lei aprovada sejam corrigidas e sanadas positivamente de acordo com o consenso a que se chegar na audiência a ser realizada e que o edital de licitação para contratar a empresa que irá prestar o serviço concernente aos resíduos sólidos e limpeza urbana de Ribeirão Preto somente se produza após e de acordo com o consenso da audiência.
Os representantes da Prefeita Darcy Vera, no entanto, precisaram da própria Prefeita para resolver a situação, e ela foi até lá.
Com a chegada da Prefeita apresentamos a ela nossa proposta, que ela acatou, naquele momento e perante toda a imprensa, sem delongas. Proto, o protesto cumpriu seu objetivo. Atingimos mais uma vitória!
Agora os coletivos, as entidades, incluindo ai o Ministério Público de São Paulo, irão organizar uma data para a audiência o mais breve possível, informando o Executivo, para sua presença, dessa data.
Esse fato revela duas verdades, ou seja, além da conquista que obtivemos, o poder da cidadania e de como cada um de nós enquanto partícipes da sociedade podemos contribuir para o presente e futuro dessa mesma sociedade, sobretudo, alterando o processo.
Viva a cidadania! Viva ao exercício da cidadania que ensina não só os próprio cidadãos mas os poderes constituídos também.
Raquel Bencsik Montero





Jornal "Tribuna" em 07/07/2012:










Jornal "Gazeta de Ribeirão" em 07/07/2012:






Jornal "A Cidade" em 07/07/2012;












06/07/2012 21h46 - Atualizado em 06/07/2012 21h46

Grupos protestam por revisão na lei de 




resíduos sólidos em Ribeirão, SP


Restrições a catadores de lixo e a uso de tecnologias foram questionadas.
Dárcy Vera (PSD) confirmou audiência pública, mas não definiu data.

Rodolfo TiengoDo G1 Ribeirão e Franca
Comente agora
O manifestante Reinaldo Romero foi um dos 50 participantes de um protesto em frente à Prefeitura contra a lei de resíduos sólidos em Ribeirão Preto (Foto: Rodolfo Tiengo/ G1)O ambientalista Reinaldo Romero criticou atual lei de resíduos sólidos em Ribeirão (Foto: Rodolfo Tiengo/ G1)
Integrantes de diferentes entidades civis de Ribeirão Preto (SP) protestaram, na tarde desta sexta-feira (6), contra os vetos da prefeita Dárcy Vera (PSD) ao Plano Municipal de Resíduos Sólidos, lei aprovada este ano que estabelece as diretrizes para a destinação do lixo na cidade. Diante do protesto pela revisão do texto sancionado, a chefe do Executivo confirmou uma audiência pública para discutir o assunto, mas não marcou a data.

"As audiências públicas que foram realizadas antes foram uma enganação. Eu participei delas. A Prefeitura dispõe de um corpo técnico e já sabe do destino que deve ser dado a Ribeirão. A cidade libera 600 toneladas de lixo por dia e dispõe de apenas um caminhão de lixo para 14 bairros", disse Reinaldo Romero, 45, ambientalista da ONG Pau-Brasil, criticando a falta de coleta seletiva.
A realização de um novo debate sobre o plano de resíduos foi a principal reivindicação dos manifestantes, que se colocaram contra as restrições da prefeita a emendas apresentadas pelos vereadores à lei 223/12, que obrigavam o município a integrar catadores de lixo e a buscar novas tecnologias para reduzir o impacto ambiental dos resíduos.
Ele foi um dos 50 manifestantes que, após levantarem cartazes e reclamarem dos vetos na Praça Barão do Rio Branco, foram convidados por secretários municipais para discutir a questão no salão nobre da Prefeitura.
Manifestantes foram vestidas com sacos plásticos para pedir mudanças na gestão do lixo na cidade (Foto: Rodolfo Tiengo/ G1)Manifestantes vestiram sacos plásticos para pedir
revisão em lei (Foto: Rodolfo Tiengo/ G1)
A prefeita Dárcy Vera chegou durante a reunião e garantiu que uma audiência pública sobre os problemas ambientais no município será realizada antes da publicação do edital de contratação da empresa que ficará responsável pela limpeza urbana no ano que vem.
"A Prefeitura é obrigada a acatar o que vier da audiência pública", disse Dárcy, que colocou como condições a participação do Ministério Público, da Câmara, do Executivo e das entidades manifestantes.
Vetos do Executivo
Os 18 vetos da prefeita à lei 223/12 foram aprovados pelos vereadores no dia 21 de junho e se referem a emendas enviadas pelos próprios parlamentares ao Plano Municipal de Resíduos Sólidos, aprovado em maio deste ano.
As restrições do Executivo também permitem a contratação de serviços relacionados à limpeza pública pela Prefeitura sem aval da Câmara e limitam a participação de catadores de lixo reciclável informais no plano municipal.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Prefeitura terá protesto amanhã

Jornal "Tribuna de Ribeirão" em 05/07/2012:




Vídeo do "Jornal da Clube" em 06/07/2012:

http://www.jornaldaclube.com.br/videos/6241/novo-panelaÇo-em-ribeirÃo-preto



quarta-feira, 4 de julho de 2012

MOBILIZAÇÃO PARA REIVINDICAR PROVIDÊNCIAS SUSTENTÁVEIS PARA OS RESÍDUOS SÓLIDOS DE RIBEIRÃO PRETO


Nesta sexta-feira, dia 06/07,  às 16h, em frente a Prefeitura - Palácio Rio Branco

Pessoas e coletivos como a Associação Cultural e Ecológica Pau-Brasil, Coletivo Educador Ipê Roxo, Coletivo Óbvios Mexidos, Rejuma - Ribeirão Preto, Movimento Panelaço, irão à Prefeitura de Ribeirão Preto exigir alterações na lei de resíduos sólidos e limpeza urbana de Ribeirão Preto e convocação de uma Audiência Pública objetivando consulta popular para a construção conjunta entre sociedade civil e Poder Público do edital que contemplará o certame de licitação acerca da coleta de resíduos sólidos em Ribeirão Preto. 
Recentemente a Prefeitura de Ribeirão Preto encaminhou ao Poder Legislativo um projeto de lei para os próximos 24 anos, referente à coleta de resíduos sólidos e limpeza urbana de Ribeirão Preto. Por muito anos Ribeirão Preto vem adotando o sistema de aterros sanitários para o despejo do lixo produzido pela cidade. O projeto é muito falho, notadamente quando prevê a manutenção dos aterros sanitários, prescinde de novas tecnologias para a destinação do lixo, não disciplina a questão da propriedade dos resíduos e as suas possibilidades econômicas e sociais, restringe a participação popular nas deliberações sobre os resíduos, não contempla o aval da Câmara de Vereadores na contratação de empresas que prestarão o serviço, não privilegia a inclusão social dos catadores de material reciclável.

   No Legislativo foram feitas algumas emendas positivas ao projeto passando a serem contempladas as questões acima citadas. Depois de serem aprovadas por unanimidade na Câmara Municipal, a Prefeitura vetou 13 das 18 emendas feitas no Legislativo, descaracterizando assim os aspectos positivos que a lei passou a ter, e, após, de maneira contraditória, esses vetos foram acatados pelo Legislativo.
Mas essa situação não pode permanecer assim. É necessário um destino mais adequado, respeitoso e sustentável para os resíduos sólidos de Ribeirão.

   Por isso protestaremos. Basta de aterros sanitários, do desperdício de material reciclável e da exclusão das pessoas que verdadeiramente trabalham o lixo da cidade.

    Participem! A natureza precisa da sua participação!

     Até lá!

      Raquel Bencsik Montero

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Ensina a teu filho


ENSINA A TEU FILHO - Frei Betto

Ensina a teu filho que o Brasil tem jeito e que ele deve crescer feliz por ser brasileiro. Há neste país juízes justos, ainda que esta verdade soe como cacófato. Juízes que, como meu pai, nunca empregaram familiares, embora tivessem filhos advogados, jamais fizeram da função um meio de angariar mordomias e, isentos, deram ganho de causa também a pobres, contrariando patrões gananciosos ou empresas que se viram obrigadas a aprender que, para certos homens, a honra é inegociável. 
Ensina a teu filho que neste país há políticos íntegros, administradores competentes, autoridades honradas, que não se deixam corromper, não varrem as mazelas para debaixo do tapete, não temem desagradar amigos e desapontar poderosos, ousam pensar com a própria cabeça e preservar mais a honra que a vida.
Ensina a teu filho que não ter talento esportivo ou rosto e corpo de modelo, e sentir-se feio diante dos padrões vigentes de beleza, não é motivo para ele perder a auto-estima. A felicidade não se compra nem é um troféu que se ganha vencendo a concorrência. Tece-se de valores e virtudes, e desenha, em nossa existência, um sentido pelo qual vale a pena viver e morrer.

Ensina a teu filho que o Brasil possui dimensões continentais e as mais fertéis terras do planeta. Não se justifica, pois, tanta terra sem gente e tanta gente sem terra. Assim como a libertação dos escravos tardou mas chegou, a reforma agrária haverá de se implantar. Tomara que regada com muito pouco sangue.
Saiba o teu filho que os sem-terra que ocupam áreas ociosas, griladas ou devolutas são, hoje, chamados de "bandidos", como outrora a pecha caiu sobre Gandhi sentado nos trilhos das ferrovias inglesas e Luther King ocupando escolas vetadas aos negros.
Ensina a teu filho que pioneiros e profetas, de Jesus a Tiradentes, de Francisco de Assis a Nelson Mandela, são invariavelmente tratados, pela elite de seu tempo, como subversivos, malfeitores, visionários.

Ensina a teu filho que o Brasil é uma nação trabalhadora e criativa. Milhões de brasileiros levantam cedo todos os dias, comem aquém de suas necessidades e consomem a maior parcela de suas vidas no trabalho, em troca de um salário que não lhes assegura sequer o acesso à casa própria. No entanto, essa gente é incapaz de furtar um lápis do escritório, um tijolo da obra, uma ferramenta da fábrica. Sente-se honrada por não descer ao ralo que nivela bandidos de colarinho branco com os pés-de-chinelo. É gente feita daquela matéria-prima dos lixeiros de Vitória, que entregaram à polícia sacolas recheadas de dinheiro que assaltantes de banco haviam escondido numa caçamba.
Ensina a teu filho evitar a via preferencial dessa sociedade neoliberal que tenta nos incutir que ser consumidor é mais importante que ser cidadão, incensa quem esbanja fortuna e realça mais a estética que a ética. Convence-o de que a felicidade não resulta da soma de prazeres e a via espiritual é um tesouro guardado no fundo do coração – quem consegue abri-lo desfruta de alegrias inefáveis.
Saiba o teu filho que o Brasil é a terra de índios que não se curvaram ao jugo português e de Zumbi, de Angelim e Frei Caneca, de madre Joana Angélica e Anita Garibaldi, dom Helder Camara e Chico Mendes.
Ensina a teu filho que ele não precisa concordar com a desordem estabelecida e que será feliz ao unir-se àqueles que lutam por transformações sociais que tornem este país livre e justo. Então, ele transmitirá a teu neto o legado de tua sabedoria.
Ensina a teu filho a votar com consciência e jamais ter nojo de política, pois quem age assim é governado por quem não tem, e se a maioria o tiver será o fim da democracia. Que o teu voto e o dele sejam em prol da justiça social e dos direitos dos brasileiros imerecidamente tão pobres e excluídos, por razões políticas, dos dons da vida.
Ensina a teu filho que a uma pessoa bastam o pão, o vinho e um grande amor. Cultiva nele os desejos do espírito, a reverência pelos mais velhos, o cuidado da natureza, a proteção dos mais frágeis. .
Saiba o teu filho escutar o silêncio, reverenciar as expressões de vida e deixar-se amar por Deus que o habita.
Frei Betto é escritor, autor de "Alfabetto – autobiografia escolar" (Ática), entre outros livros.