Parque Rubem Cione, projeto
anunciado em 2008 e que deveria ter sido concluído em 2013. Ao invés de parque
o que existe no lugar dele é uma área verde abandonada pela Administração
Pública.
O suposto parque fica
próximo a Casa Amarela. Casarão pertencente à antiga área
da Fazenda Baixadão, localizada na zona oeste de
Ribeirão Preto, no bairro
Mário Paiva Arantes.
Ambas as áreas, Casa Amarela e Parque Rubem Cione, pertencentes ao mesmo complexo,
poderiam estar, há tempos, proporcionando atividades culturais, esportivas e de
lazer para várias comunidades de vários bairros da região oeste de Ribeirão.
Seriam milhares de pessoas atendidas naquela região, e, por conseguinte, mais
pontos de lazer, esporte e cultura ofertados pela cidade aos seus moradores. Mas
não, o que impera é o abandono.
Atrás do portal imponente
deveria existir um dos maiores parques de Ribeirão Preto. Mas prevaleceu o
completo descaso do Poder Público, e o projeto do parque virou matagal.
O Ministério Público
investiga as obras no parque. Recentemente o Ministério Público e a Cetesb
fizeram uma visita técnica no local. Um termo de compromisso foi firmado com a
Prefeitura. Ficou referendado o dever da
Administração Municipal finalizar as obras no lugar, transformá-lo em um parque
e recuperar a área ambiental que foi degradada.
Tanto no Parque Rubem Cione quanto na Casa Amarela, obras pertencentes ao
mesmo complexo, com pouco investimento financeiro, nós, população, teríamos os benefícios que a
área tem capacidade de produzir, e são muitos benefícios. Na prática, o que foi
acordado pelo Governo com a comunidade, não foi executado pelo Governo. Então,
de que adianta todo o projeto, toda propaganda, todas as reuniões do projeto se
na prática o Município não executa o que foi acordado. Ambos são exemplos do
mau funcionamento da gestão municipal.
O parque e um espaço para
muitas atividades, abrangendo a de lazer, mas não só ela. É um espaço de
encontro, de convivência, de cultura, de ecologia, de educação ambiental, de
exposição, de articulação, de troca de idéias, notadamente quando este parque
está localizado em bairros carentes das cidades. Ai, um espaço para tudo isso
se faz ainda mais necessário. Extrapola a medida do conveniente para preencher
o peso da necessidade.
Mas, talvez, por isso mesmo
a obra esteja relegada à própria sorte. É sabido e é histórico a exclusão dos
menos favorecidos financeiramente dos acessos a direitos. O Município, por
vezes, exclui da cidade seus moradores através de ações mascaradas e camufladas
sob o subterfúgio da ausência de possibilidades financeiras do Município. Mas
se o subterfúgio não fosse verdadeiro por que o parque da zona sul (Parque Raya) existe, é bonito e funciona,
e o Parque Rubem Cione não passa de
um matagal há anos?
A possibilidade financeira do
Município funciona melhor na zona sul ou os moradores da zona sul precisam mais
de parques do que moradores de outras regiões da cidade?
De norte a sul, parques são
sempre bem-vindos, e, mais do que isso, são necessários. O que estraga a
receptividade é saber que enquanto uns comemoram na zona sul outros choram nas
demais regiões da cidade. Uma cidade para todos, ao revés, fará com que todos
possam comemorar juntos, em uma festa sem exclusão. Isso é igualdade. A mesma
igualdade que faz com que o céu azul de Ribeirão, brilhante e sedutor, que
parece um oceano sobre nossas cabeças, exista em toda a cidade, sobre todos os
moradores. Se estamos nas ruas da zona sul ou do zona norte, olhamos para o
céu, e ele está lá, do mesmo jeito, proporcionando as mesmas oportunidades de
beleza, luz e inspiração a todos, sem exclusão. Basta olhar para o céu ou
sentir sua energia.
Raquel Montero
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