A nós mulheres muitas discriminações foram fixadas, e a história não nos
deixa mentir. E muito de nossa emancipação foi provocada pelas próprias mulheres
que sofreram as angústias do preconceito. Mulheres que mostraram que a
capacidade não tem sexo, provém do esforço que cada pessoa, homem ou mulher,
pode desenvolver.
Foram e são, mulheres nos mais variados trabalhos, deixando explícita a
mensagem de como é estratégico e fundamental as cidades, os estados, e os
países como um todo, terem mulheres desempenhando funções.
Temos omissões e ações
discriminatórias que fazem com que desde os primórdios até hoje, sejamos
consideradas menos em grau de importância nos diferentes trabalhos, e,
notadamente, em cargos de direção. E com isso nossa participação nesses cargos
ainda é muito pequena e muito menor que de homens, muito embora sejamos mais no
total da população brasileira. A realidade comprova isso, inclusive, os
mandatos eletivos; há apenas dois anos a primeira mulher ocupou espaço na Mesa
Diretora da Câmara dos Deputados; as mulheres são minoria exorbitante na Câmara
dos Deputados, no Senado, nas Assembleias Legislativas, nas Câmaras Municipais.
Dilma é a primeira Presidenta da República, a Prefeita Dárcy Vera é a primeira
Prefeita de Ribeirão Preto. E a diferença não existe só na eleição, já na
candidatura o número de mulheres é bem menor que o número de homens que se
candidatam. Na foto acima eu estava em um debate realizado com candidatos
a deputada(o) estadual, na última eleição. Eu sou a única mulher. Flagrante a desproporção.
Todavia, quando a disputa ou escolha
para um cargo se dá, realmente, por critério de melhor técnica ou conhecimento,
as mulheres, lideram a ocupação nos cargos de trabalho, exemplo enfático disso
ocorre nos concursos públicos.
Em casa, no trabalho, nos
relacionamentos, temos que ocupar o espaço que é da mulher, nem melhor, nem
pior que o do homem, um espaço igual. A igualdade de fato também trará o
respeito que está faltando nas relações, e assim não veremos mais a violência
praticada contra a mulher. A cada 05 minutos uma mulher é espancada no Brasil.
Em 70% dos casos o marido ou namorado que bateu ou matou. Quase 70% das
mulheres que procuram atendimento na rede pública de saúde para curar
ferimentos foram agredidas dentro de casa. Toda essa violência também é
resultado da discriminação.
Somos todos partícipes da mesma
sociedade, e, desse modo, todos nós colheremos os frutos produzidos
socialmente, sejam eles doces ou amargos. A agressão ou discriminação à uma
mulher não é só a agressão ou discriminação à uma mulher, é a agressão à todo o
gênero feminino, aos filhos e às gerações futuras que geradas com violência ou
discriminação terão grande probabilidade de também reproduzirem violência ou
discriminação.
As discriminações que já vi, me
deixaram, num primeiro momento, catatônica, após, me deixaram refletindo,
depois, a reflexão me trouxe a indignação e com ela o ideal de fazer uma outra
história. Uma história em que, mulher e homem, tenham sempre as mesmas
chances de serem protagonistas.
Raquel Montero
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