Raquel Montero

Raquel Montero

sábado, 7 de março de 2015

08 de março




A nós mulheres muitas discriminações foram fixadas, e a história não nos deixa mentir. E muito de nossa emancipação foi provocada pelas próprias mulheres que sofreram as angústias do preconceito. Mulheres que mostraram que a capacidade não tem sexo, provém do esforço que cada pessoa, homem ou mulher, pode desenvolver.
Foram e são, mulheres nos mais variados trabalhos, deixando explícita a mensagem de como é estratégico e fundamental as cidades, os estados, e os países como um todo, terem mulheres desempenhando funções.
Temos omissões e ações discriminatórias que fazem com que desde os primórdios até hoje, sejamos consideradas menos em grau de importância nos diferentes trabalhos, e, notadamente, em cargos de direção. E com isso nossa participação nesses cargos ainda é muito pequena e muito menor que de homens, muito embora sejamos mais no total da população brasileira. A realidade comprova isso, inclusive, os mandatos eletivos; há apenas dois anos a primeira mulher ocupou espaço na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados; as mulheres são minoria exorbitante na Câmara dos Deputados, no Senado, nas Assembleias Legislativas, nas Câmaras Municipais. Dilma é a primeira Presidenta da República, a Prefeita Dárcy Vera é a primeira Prefeita de Ribeirão Preto. E a diferença não existe só na eleição, já na candidatura o número de mulheres é bem menor que o número de homens que se candidatam. Na foto acima eu estava em um debate realizado com candidatos a deputada(o) estadual, na última eleição. Eu sou a única mulher. Flagrante a desproporção.

Todavia, quando a disputa ou escolha para um cargo se dá, realmente, por critério de melhor técnica ou conhecimento, as mulheres, lideram a ocupação nos cargos de trabalho, exemplo enfático disso ocorre nos concursos públicos.

Em casa, no trabalho, nos relacionamentos, temos que ocupar o espaço que é da mulher, nem melhor, nem pior que o do homem, um espaço igual. A igualdade de fato também trará o respeito que está faltando nas relações, e assim não veremos mais a violência praticada contra a mulher. A cada 05 minutos uma mulher é espancada no Brasil. Em 70% dos casos o marido ou namorado que bateu ou matou. Quase 70% das mulheres que procuram atendimento na rede pública de saúde para curar ferimentos foram agredidas dentro de casa. Toda essa violência também é resultado da discriminação.

Somos todos partícipes da mesma sociedade, e, desse modo, todos nós colheremos os frutos produzidos socialmente, sejam eles doces ou amargos. A agressão ou discriminação à uma mulher não é só a agressão ou discriminação à uma mulher, é a agressão à todo o gênero feminino, aos filhos e às gerações futuras que geradas com violência ou discriminação terão grande probabilidade de também reproduzirem violência ou discriminação.

As discriminações que já vi, me deixaram, num primeiro momento, catatônica, após, me deixaram refletindo, depois, a reflexão me trouxe a indignação e com ela o ideal de fazer uma outra história. Uma história em que, mulher e homem, tenham sempre as mesmas chances de serem protagonistas.




Raquel Montero

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