Raquel Montero

Raquel Montero

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Mulheres e trabalhadoras de todo o mundo, uni-vos contra ele! Ele não!


Foto: Reprodução


A nossa primavera de 2018 trouxe uma multidão de mulheres que tem um projeto para o Brasil, que tem um projeto para o povo brasileiro. Um projeto que liberta o povo brasileiro do fascismo, do racismo, da discriminação, do machismo. Sim, do machismo também e inclusive, porque não haverá liberdade para o povo brasileiro se não garantirmos liberdade para as mulheres.


Nós, mulheres, somos mais da metade da população brasileira e temos que ter a certeza, assim como os homens, que não existirá projeto de desenvolvimento para o Brasil sem que as mulheres estejam na parte central desse projeto.


Não existirá projeto de desenvolvimento para o Brasil e nem desenvolvimento efetivamente, sem a valorização do trabalho da mulher, acabando com a discriminação que faz com que mulheres ganhem menos do que os homens em seus salários, apesar de prestarem o mesmo trabalho e desempenharem a mesma função. Não haverá desenvolvimento para o Brasil se não acabarmos com a discriminação no mercado de trabalho que faz com que mulheres sejam discriminadas simplesmente porque podem engravidar, e que faz com que mais de 50% das mulheres que tiram licença-maternidade não consigam voltar para o mercado de trabalho porque se tornaram mães.


Não existirá projeto de desenvolvimento para o Brasil se não acabarmos com a Emenda Constitucional 95 que cortou investimentos para as áreas sociais no Brasil - Saúde, Educação e Assistência Social - congelando esses investimentos por 20 anos. Não se cortou dinheiro para o pagamento da dívida pública, para os bancos e financeiras, mas se cortou investimentos para as áreas sociais.
Foi depois desses cortes que voltamos a ter epidemia de febre amarela no Brasil. Foi depois desses cortes que a fome voltou. Nós tínhamos acabado com a fome nesse país e pessoas como Ele fizeram a fome voltar e agora as pessoas estão morrendo de fome nesse país.


Quando o Estado falta na Saúde, nos postos de saúde, nos hospitais, nas creches, são as mulheres as responsáveis por cobrirem essas ausências, porque são as mulheres que ficam nas filas dos postos de saúde para levar seus filhos, são as mulheres que largam seus trabalhos para ficarem em casa com seus filhos porque não tem vagas em creches.


Não existirá projeto de desenvolvimento para o Brasil com a reforma trabalhista que precarizou as condições de trabalho no Brasil e permitiu que trabalhadores e trabalhadoras ganhem menos que um salário mínimo (R$ 954,00). Reforma que Ele (o inominável) defendeu e votou a favor. Que trabalhadores/trabalhadoras Ele representa para votar a favor da retirada de direitos trabalhistas? Quantas vezes Ele passou fome na vida? Quantas vezes Ele teve que recorrer à Justiça do Trabalho para ter respeito seus direitos trabalhistas? Quantas vezes Ele levou marmita para o trabalho para fazer suas refeições? Quantas vezes Ele sacolejou 40, 50 minutos dentro de um transporte público para chegar ao trabalho, e depois, 40, 50 minutos para voltar para casa?


A cabeça dele é escravocrata, na mesma linha e do mesmo grupo de pessoas que nesses mais de 500 anos de Brasil vivem às custas da exploração da classe trabalhadora e da usurpação das riquezas do nosso país.


É para lutar contra tudo isso que Ele fez, que Ele defende, contra o que Ele já fez e quer fazer, que estamos a dizer Ele não! Ele nunca!
É para que mulheres, meninas, adolescentes e crianças possam andar nas ruas sem terem medo de serem violentadas, que dizemos Ele não! ´


Ele não para que nenhuma outra mulher escute o que Ele já disse para uma mulher; "que ela só não merecia ser estuprada porque era feia".


A ameaça de termos um presidente como ele nos faz viver tempos tristes. Mas revendo a história rapidamente nos lembramos que muitos momento tristes e sombrios como esse já vivemos e, com êxito, superamos. Assim foi também numa noite triste que antecedeu mais de 20 anos de ditadura no Brasil que Tancredo Neves, que hoje deve se envergonhar de sua descendência, disse alto e com firmeza; canalhas, canalhas, canalhas!


E ontem, em plena primavera, repetimos em atos lindos, pacíficos e cheios de esperança em todo o Brasil e em vários outros países; "Canalha, canalha, canalha, golpista, fascista, racista, machista, não passará! Não passará! Ele não! Ele nunca!


O Brasil é amor. O Brasil não é ódio.

Raquel Montero


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