Raquel Montero

Raquel Montero

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Palestra sobre Segurança Pública









Ontem fui convidada para palestrar no encontro sobre Segurança Pública, convocado pela Associação de Moradores do Complexo do Mirante, composta pelos bairros Portal do Alto, Arlindo Laguna, Jamil Seme Cury e Lacerda Chaves. O encontro reuniu a Polícia Civil através de uma delegada, a Polícia Militar, através de seu Capitão e um soldado e moradores.

Em minha fala manifestei que enquanto faltar qualidade na educação e oportunidade de trabalho, sempre haverá saída para a criminalidade e qualquer outra medida será mero paliativo.

É fundamental oferecer serviços públicos básicos que evitem que as pessoas recorram à criminalidade. Havendo essa oferta, ainda é necessário investimentos para que tenhamos uma segurança pública que tenha condições de prevenir o crime. Porém, na prática, não é nada disso que verificamos em São Paulo.

A Polícia Militar do estado de São Paulo é a terceira pior remunerada. Os baixos salários, a precariedade das instalações e das condições deixam as Polícias Militar e Civil do Estado de São Paulo desassistidas em um momento em que as duas forças são peças fundamentais na luta contra o aumento dos índices de criminalidade.

Viaturas quebradas, coletes à prova de balas vencidos e armamento defasado, muitas vezes em situação de inferioridade ao utilizado pelos bandidos, são alguns dos pontos citados por policiais militares de São Paulo.

Na Polícia Civil, os salários considerados baixos para delegados iniciantes (R$ 5,4 mil) levaram a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp) a iniciar uma campanha para incentivar delegados da ativa a fazerem concurso para trabalhar no Paraná, onde o salário inicial é de R$ 13 mil.

Segundo informações da ADPESP, a cada dez dias um delegado desiste do cargo.

O que vemos são profissionais que trabalham, mas o empenho poderia ser outro e, com isso, a agilidade e o resultado da investigação seriam totalmente melhores. A grande maioria não está feliz e muitos pensam em deixar a carreira porque não vale a pena. E não é só a vida do profissional que está em risco e, sim, de toda sua família, que acaba sofrendo ameaças e vinganças de criminosos.

Segundo as entidades, o nível salarial da polícia civil paulista está classificado em 26º lugar entre os 27 Estados brasileiros. O empobrecimento da corporação tem provocado uma enorme debandada de policiais, que optam por trabalhar em outros Estados ou simplesmente mudam de profissão.

O vencimento médio de um Bombeiro no Estado de São Paulo é de R$ 2.000,00. Esta em 8º lugar dentre os vencimentos de Bombeiros com relação aos demais estados e o Distrito Federal, sendo que o mais alto valor é pago pelo Distrito Federal, R$ 3.453,70.

Somos o estado mais rico da federação, mas, no entanto, o que nosso estado paga para profissionais que têm a função de salvar vidas, uma função altamente nobre portanto, é vergonhoso, e está atrás de vários outros estados que, por sua vez, tem menos condições financeiras que o Estado de São Paulo.


As fotos são da querida fotógrafa, Thaís Ilyna, que fez o registro do evento.

Raquel Montero

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