Raquel Montero

Raquel Montero

quinta-feira, 27 de abril de 2017

33 anos



O mês de abril é o mês do meu aniversário. Nasci no dia 10 do ano de 1984, ano de uma década de efervescência, que trouxe o fim de uma ditadura de mais de 20 anos no Brasil, que reivindicou pelas Diretas-Já, que criou nossa Constituição Cidadã, a melhor de todas que já tivemos e uma das melhores do mundo, que trouxe de volta ao povo o direito de eleger seus representantes nas instâncias de poder do Legislativo e do Executivo.

Agradeço à vida pelo dia do meu nascimento. Agradeço todos os dias, e como primeira coisa do dia, a oportunidade da vida. E agradeço hoje, por mais um aniversário, e por ter a oportunidade de encerrar mais um ano em minha vida para iniciar outro, cheio de novos desafios, aprendizados e experiências.

Agradeço a todos os companheiros e todas as companheiras de vida que me felicitaram em meu aniversário. Muito obrigada!

O melhor da vida é viver, me permitiu ser maior do que era antes e melhor do que era ontem, evoluindo a cada lua, a cada sol, como diz a música...

"Eu sou maior do que era antes
Estou melhor do que era ontem
Eu sou filho do mistério e do silêncio
Somente o tempo vai me revelar quem sou

As cores mudam
As mudas crescem
Quando se desnudam
Quando não se esquecem

Daquelas dores que deixamos para trás
Sem saber que aquele choro valia ouro
Estamos existindo entre mistérios e silêncios
Evoluindo a cada lua, a cada sol

Se era certo ou se errei
Se sou súdito, se sou rei


Somente atento à voz do tempo saberei"

sábado, 8 de abril de 2017

O machismo nosso de cada dia hoje é o de José Mayer

   
Foto: Reprodução

  Semana passada eu fui, como advogada, acompanhar um cliente para prestar depoimento em um inquérito policial. Na Delegacia, em seu depoimento, meu cliente fala ao escrivão de polícia do abuso praticado por policiais militares ao entrarem na casa de uma pessoa, às 21hrs, sem autorização da moradora. 


 Na sequência o escrivão começa a lamentar o fato denunciado pelo meu cliente e corroborado por depoimento de outra pessoa no mesmo inquérito, e desabafa, quando pergunto a ele, em outro momento, se ele gostava do trabalho dele; "quando entrei, há dois anos atrás, gostava mais. Agora não quero mais continuar. Tem coisas que vi aqui e não gostei."


  Foi bom ver o lamento e desabafo de um servidor público, demonstrando estar sendo sincero nessas atitudes. Ao mesmo tempo, foi ruim ver como os erros dos outros provoca tanto sofrimento.


    Da mesma forma interpretei também o machismo do ator José Mayer. 


   Ver mais um ato de machismo, e tão escancarado, foi penoso. Mas ver a reação à esse machismo, foi revigorante e fortalecedor, foi um conquista para o feminismo, uma conquista para a sociedade.


    Quando a figurinista Susllem Tonani tomou a decisão de publicar um texto acusando o ator José Mayer de assédio sexual sistemático (foram cerca de oito meses) estava sozinha e não estava. Sua decisão foi solitária, mas veio depois de anos de mobilizações feministas que buscam tirar da invisibilidade as mulheres e seus onipresentes relatos de assédios sofridos e emudecidos. E, se estava sozinha no momento da publicação, poucos dias depois se viu apoiada por uma mobilização de outras mulheres e de homens também.


   A denúncia corajosa de assédio sexual no blog #agoraequesaoelas, hospedado no site do jornal Folha de SP, levou  a retirada do conteúdo do ar, passando pela resposta inicial jocosa de José Mayer chegando ao desfecho importante: a suspensão do ator e sua carta em que reconhece o assédio.




    E ainda, como fato bom, a maior lição desse episódio: Precisamos denunciar e precisamos nos solidarizar. Susllem denunciou, superou vários obstáculos para isso. Outras mulheres publicaram a denúncia na imprensa e bancaram a publicação, uma rede poderosa de mulheres se solidarizou. A reação trouxe resultados. Essa foi a grande lição; Denunciar e solidarizar. 



    E precisamos, sem violência, com sabedoria, mostrar para o agressor o seu erro, de maneira a verdadeiramente fazer com que ele se corrija. 


   José Mayer, depois de ser jocoso, se retratou e reconheceu o assédio e seu erro. Há serenidade no perdão ao anunciar-se fruto da geração patriarcal. Há ai confortos e vantagens.


   Pedir desculpas é importante. Escrevê-las é um ato de coragem. No entanto, só o tempo dirá se a pessoa que assim agiu, foi sincera e mudou, e será mesmo alguém melhor para promover a igualdade entre homens e mulheres na sociedade brasileira.

  No caso de José Mayer, com mais de 60 anos, ele também pode ser um porta-voz de como o assédio masculino é prática maléfica para a civilização. 

     Raquel Montero

domingo, 2 de abril de 2017

Vereador Lincoln Fernandes e a exclusão como solução

   
Foto: Reprodução/Matheus Urenha/A Cidade ON


    Lincoln Fernandes (PDT), foi eleito vereador em Ribeirão Preto nas eleições de 2.016, com 3.601 votos. Ele também foi alvo de uma representação do Ministério Público Eleitoral (MPE) na Procuradoria-Geral de Justiça do Estado de São Paulo, por suspeita de improbidade administrativa.

   Consta na denúncia que Fernandes trabalhava como radialista e apresentador de TV em Ribeirão no mesmo período em que ocupava cargo de assessor parlamentar do deputado Rafael Silva (PDT) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Por esse motivo, deixou de cumprir a jornada exigida como servidor. 

   Então, esse mesmo vereador foi protagonista de mais um fato deplorável. 
  Agora ele criou um projeto de lei que proíbe a prática de atos e atividades, pedido de dinheiro e venda de mercadorias nas ruas, nos semáforos e cruzamentos de Ribeirão Preto, sob pena de a pessoa que descumprir tal proibição sofrer sanções. 
   Apresentou como justificativa do projeto, segundo termos utilizados no próprio texto de seu projeto de lei, de número 55/2017, a finalidade "de regulamentar a permanência de pessoas nos cruzamentos da vias urbanas, sinalizadas com semáforos, de enfrentar o problema das pessoas que ficam nas ruas praticando atividades ilegais e de impedir exploração comercial ou arrecadação de dinheiro sem a devida contribuição para o município."
  Nos termos do projeto do vereador, então, um artista, por exemplo, não pode mais apresentar sua arte nas ruas. Arte na rua, não. Só no palco, no cinema, só depois da bilheteria. No entendimento do vereador, rua não é lugar para arte.
  Nos termos do projeto do vereador, rua tem a função de fazer o trânsito de veículos e pedestres. Qualquer outra função que se queira dar às ruas constitui perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos e pedestres. Nesse sentido uma panfletagem para um protesto, uma campanha sobre determinados temas, também estariam proibidas porque atrapalhariam o trânsito de pedestres e veículos. 
   Como atividades ilegais que o vereador visou também erradicar estaria o tráfico de drogas e a exploração infantil. Mas o seu projeto só propôs tirar das ruas as pessoas que estariam praticando essas atividades ilegais, e retirar aquelas que estariam sendo vítimas dessas atividades, como as crianças, porém, o mesmo projeto não trouxe nenhuma alternativa ou proposta do que fazer com essas pessoas. 
   O vereador propõe tirar das ruas trabalhadores informais, mendigos e pedintes, adultos ou crianças que estejam pedindo dinheiro nos cruzamentos de ruas e em semáforos. Mas o que fazer com elas ou para resolver o problema delas de falta de dinheiro, falta de emprego, falta de renda, de vícios e dependência química? 
   Proposta ou alternativa para essa pergunta ou problema o vereador, porém, não apresentou.
   Só tirar essas pessoas das ruas resolve os problemas que a levam para as ruas, vereador? Só tirar essas pessoas das ruas vai acabar com a dependência química delas, a exploração infantil, a falta de emprego, de renda, de vagas em creches, de vagas em escolas? É isso, vereador?
   Do projeto do vereador Lincoln Fernandes, se conclui que ele tem a seguinte concepção de vida e de políticas sociais; para acabar com a existência da mendicância, de pedintes nas ruas, de crianças e adolescentes nas ruas, de dependência química vista nas ruas, de trabalhadores informais retira-se essas pessoas das ruas. 
   Por essa lógica podíamos, então, concluir que, para resolver o problema da fome deve-se matar os esfomeados, e para resolver o problema da criminalidade mata-se os criminosos. É isso, vereador?
   A experiência bem sucedida mostra que problemas sociais se resolvem com políticas públicas e não com exclusão. Exclusão leva à segregação que, por conseguinte, leva a mais problemas e não a soluções.
   É lógico, vereador, que não é bom nem bonito ver a miséria, a fome, a necessidade das pessoas ser escancarada numa mendicância. Mas não é com a exclusão das pessoas que pedem dinheiro ou com a proibição a elas imposta para não pedir mais dinheiro que o problema que as leva a pedir dinheiro estará resolvido. 
   O problema não é a pessoa ou o ato de pedir de dinheiro. Essa é a consequência. O problema é o que faz a pessoa pedir dinheiro nas ruas.
   O trabalho informal se resolve com propostas de incentivo e fomento para sua formalização, e não com sua exclusão. Sua exclusão só vai gerar mais pessoas sem renda.
    E arte nos cruzamentos e semáforos não é um problema, é arte, é uma das formas de ocupação dos espaços públicos e expressão da cultura de uma povo, além de ser também uma forma de inclusão social.
    A ideia do vereador expressa o pensamento que se satisfaz com higienismo e não protesta por políticas sociais, se satisfaz com a retirada do problema da sua vista, ainda que o problema continue a existir, que ele só tenha mudado de lugar.
   Para finalizar, o projeto foi tão estapafúrdio que foi retirado de votação pelo próprio autor dele, o iniciante vereador Lincoln Fernandes, não sem antes, contudo, ter recebido protestos contra sua obra.
Raquel Montero

sexta-feira, 24 de março de 2017

Explanação em evento da Faculdade de Direito da USP




Aceitando convite que me foi feito pela Faculdade de Direito da USP, fiz uma explanação ontem no evento "Ribeirão Preto e a Crise Política", organizado pelo Centro Acadêmico Antônio Junqueira de Azevedo (CAAJA) e pelo Jornal Ócios de Ofício, ambos da Faculdade de Direito da USP.

Em minha fala abordei a política de Ribeirão Preto nos últimos meses, especialmente sobre a gestão Dárcy Vera, e como a ex-prefeita e a cidade caminharam para o ponto em que estamos, e como podíamos ou não ter evitado as consequências que estamos vivendo hoje na cidade.

O evento contou também com explanações da Defensora Pública Ana Simone e do advogado André Antonietto, além da mediação do advogado Mauricio Buosi.

terça-feira, 21 de março de 2017

Ribeirão Preto e a Crise Política

Aceitando convite que me foi feito, quinta-feira, dia 23/03, às 18h30m, estarei na Faculdade de Direito da USP para fazer explanação no evento "Ribeirão Preto e a Crise Política", organizado pelo Centro Acadêmico Antônio Junqueira de Azevedo (CAAJA) e pelo Jornal Ócios de Ofício, ambos da Faculdade de Direito da USP.

O evento vai abordar a política de Ribeirão Preto nos últimos meses, especialmente a Operação Sevandija, o fim da gestão Dárcy Vera, e as conturbações que aconteceram na Câmara Municipal. Os organizadores querem despertar a reflexão dos espectadores acerca desses assuntos, além de discutir perspectivas futuras no atual cenário, buscando soluções. O evento contará com a presença de professores da USP, de políticos da cidade, é gratuito e aberto ao público.

Mais informações veja no link da página do evento no site da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da USP; http://www.direitorp.usp.br/eventos/ribeirao-preto-e-crise-politica/

domingo, 19 de março de 2017

O discurso de Temer e a pobreza de espírito

    
Arte: Reprodução/Site Pragmatismo Político
    
    Desde o último Dia da Mulher, fico rememorando o discurso de Michel Temer. Cada vez que lembro, o fato fica pior por todos os ângulos, em todos os aspectos. Não consigo imaginar como ele conseguiu ser tão horrível. Foi de uma pobreza de espírito enorme.
    Relembrando; “Tenho absoluta convicção, até por formação familiar e por estar ao lado da Marcela, do quanto a mulher faz pela casa, pelo lar. Do que faz pelos filhos. E, se a sociedade de alguma maneira vai bem e os filhos crescem, é porque tiveram uma adequada formação em suas casas e, seguramente, isso quem faz não é o homem, é a mulher […] ela é capaz de indicar os desajustes de preços em supermercados e identificar flutuações econômicas no orçamento doméstico”.
   Em suma, para Temer, mulher entende de lar, família e supermercado, e não é papel do homem cuidar da família e dos filhos, mas sim e tão somente, da mulher.
   E o espanto não ficou só para nós. Os principais veículos de comunicação da mídia internacional criticaram a fala do atual ilegítimo presidente brasileiro.
   Para a CNN, Michel Temer foi merecidamente criticado por “elogiar as habilidades das mulheres no supermercado” em um dia que se celebra a luta histórica das mulheres por direitos.
    A rede de televisão americana também disse que o presidente foi acusado de ser machista por milhões de brasileiros nas redes sociais. A reportagem afirma ainda que o governo Temer tem recebido críticas mais amplas da população e que tem tido níveis de aprovação muito baixos desde que ele assumiu o cargo no lugar de Dilma Rousseff.
   O El País falou sobre o discurso de Temer em reportagem intitulada “O presidente do Brasil reduz o papel da mulher à casa e ao supermercado“.
   O “The New York Times” também repercutiu o assunto, com um texto chamado “Brasileiro Temer irrita mulheres com elogio às suas habilidades no supermercado”. O texto lembra que Temer assumiu em maio com uma equipe toda masculina. “Agora, seu gabinete de 28 membros tem duas mulheres”, diz.
   O jornal britânico Telegraph lembra que Temer já é impopular entre as mulheres por seu papel no impeachment da primeira presidente mulher do Brasil, por ter abolido o Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos e por ter assumido o poder com um gabinete inteiramente masculino.
   O também britânico The Independent disse que a fala de Temer foi ‘sexista’ ao lembrar que “o presidente brasileiro parabenizou as mulheres por ‘tomarem conta da casa, educarem as crianças e checarem preços no supermercado'”.
  “Especialistas em trabalho doméstico, crianças, compras: Michel Temer quis fazer um cumprimento às brasileiras no Dia das Mulheres. Mas a tentativa do presidente brasileiro saiu pela culatra”, apontou o jornal alemão “Frankfurter Allgemeine“.
  O que era para ser uma homenagem, enalteceu o papel machista, e ainda mostrou claramente a concepção que o presidente (ilegítimo e com "p" minúsculo mesmo) tem das mulheres e do papel de mulheres e homens na sociedade.
   Pensar na mulher apenas vinculada ao papel do lar é retroceder a história. O discurso de Temer foi um insulto às mulheres, às lutas e conquistas das mulheres e dos movimentos que buscam igualdade de gênero na sociedade.
   Concluo esse texto parafraseando a senadora Gleisi Hoffmann do PT, que disse; "...não é demérito nenhum o trabalho de dona de casa e o trabalho do lar, como é chamado vulgarmente na nossa sociedade, o que é demérito é a sociedade não reconhecer esse trabalho como essencial ao desenvolvimento humano, aliás, a organização da própria sociedade não reconhecer esse trabalho financeiramente, economicamente...."
  Foi Gleisi a autora de várias emendas e medidas provisórias para regulamentar a aposentadoria das donas de casa. Tais projetos da senadora resultaram em 2005 em alteração da Constituição Federal para estabelecer o direito à essa aposentadoria. O primeiro reconhecimento econômico-financeiro de um trabalho que dá sustentação à sociedade como nós a conhecemos.
    Por outro lado, foi Temer o responsável por tirar da Presidência da República a primeira mulher presidenta.
   Raquel Montero 

quarta-feira, 8 de março de 2017

Feliz dia da mulher

Para felicitar minhas iguais pelo dia da mulher, uma poesia que escrevi para defender que parem de se referir às mulheres quando estão se referindo aos homens, como se se referir aos homens já abrangesse se referir às mulheres;



Igualdade de gênero na palavra também





A gente fala
pede
reivindica
igualdade de gênero
nas relações
no trabalho
no salário
em que tudo que se pratica


mas já na escrita
no texto
no manifesto
em toda grafia
permanece o erro
a desigualdade
o equivoco ou a maldade na travessia


continuam a se referir ao "o" ou ao "os"
para falar também do "a" ou "as"
Assim é em todas as referências
precedências


Ordem dos Advogados
Sindicato dos Trabalhadores
Associação dos Magistrados
Sala dos Professores


os alunos
os estudantes
os filhos
os palestrantes
os os os os
nada de as as as


ta na placa
no documento
no informe
no estabelecimento


é nacional, internacional
no jornal
na revista
na propaganda oficial
no convite informal
na certidão notarial
está tudo à vista


é tudo "o"
é tudo "dos"
eles, pra eles, é deles


colocam o "o" como se abrangesse o "a"
e o plural "dos" pra todas as "das"


Se a igualdade já não está na grafia
na menção
na descrição da escrita do escriba
na ideia que nasce
do conjunto de palavras
que faz o texto
o documento
o pretexto
já faz desigualdade então
e enfraquece a transformação que se busca na revolução
ou faz pior


faz dissolver, esvair
o conteúdo da ação que se está a imbuir


Se a ideia que precede a ação, a intenção
tá no texto
que formula o manifesto da revolução
a notícia que forma a opinião
que resume os fins do movimento
da organização
nesse texto também já deve estar
a igualdade que se quer realizar


"o" não é "a"
o plural de "as" não é "os"
e o "a" ainda precede o "o"
assim como o "das" o "dos"


já está errado na grafia
e mais ainda na ideologia


então para agir certo
escrever o correto
sem desafeto com a gramática
o gênero
a biologia
e transformar sem desigualar
deve ser "Ordem das Advogadas e dos Advogados,
Sindicato das Trabalhadoras e dos Trabalhadores,
Associação das Magistradas e dos Magistrados,
Sala das Professoras e dos Professores,
as alunas e os alunos,
as estudantes e os estudantes,
as filhas e os filhos
as palestrantes e os palestrantes"


Não se trata de uma letra apenas
a modificar
mas de tudo que ela quer significar
e quem escreve também contribui para o que se quer transformar.


Raquel Montero