Raquel Montero

Raquel Montero

domingo, 14 de fevereiro de 2016

16 anos atrás




Há dezesseis anos atrás eu queria mudar o mundo. Dezesseis anos depois eu continuo querendo.
Vou começar a fazer aqui um resgate de sensações, sentimentos e sonhos que vivi com tantas pessoas em 16 anos de militância.
Era inverno e início de mais uma greve dos professores da escola onde eu estudava. Sempre estudei em escola estadual pública, a primeira foi o Raul Peixoto, a segunda foi o Sebastião Fernandes Palma, que chamávamos de Vilão. Diante do anúncio de greve dos professores e com isso, já sabíamos, o atraso do nosso ano letivo e consequentemente do nosso aprendizado, escrevi uma carta para o Presidente da República manifestando minha indignação, na época tratava-se do Presidente Fernando Henrique Cardoso. Eu tinha 11 anos.
Mas foi com mais idade e mais consciência crítica que pude entender melhor as coisas. Estava então, no ensino médio, e, porém, muito embora alguns anos haviam passado, a escola não havia mudado em sua qualidade, ao contrário, só vinha piorando.





O governo havia anunciado que iria implantar o bem fundamentado programa de acompanhamento da progressão escolar, sob orientação do educador Paulo Freire, o programaProgressão Continuada, no entanto, na prática, o que fez foi aprovar automaticamente os alunos, implantando a funesta aprovação automática.

Eu fui uma das primeiras vítimas desse "modelo" e senti no intelecto e na alma a pobreza desse ensino. Presenciei alunos passando de uma série para outra sem ter aprendido as lições, déficit cada vez maior na qualidade das aulas, queda do estímulo dos professores, outrora tão mais animados em ministrar aulas. Foram violências que me recordo, sinto e sofro as consequências até hoje. E assim como eu, milhares de outras pessoas, numa sucessão que continua.

Foi ali, diante de tanta coisa errada, que iniciei minhas primeiras manifestações, buscando com meus colegas e professores uma educação de qualidade para todos, e ai, ora eram os professores fazendo greve e nós somávamos a eles, ora eram os alunos reivindicando melhores condições de ensino e os professores somavam com a gente.. Foi ali que comecei a tomar consciência política da necessidade de mudanças e do poder que cada um de nós carrega para influenciar nas mudanças.


Raquel Montero  



terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

PT dá o pontapé inicial na eleição de 2016


NOTÍCIAS
MODO PETISTA

OFICINA DO PGP DÁ O PONTAPÉ INICIAL DO PT NA ELEIÇÃO DE 2016

 / Por Agência Rede PT Ribeirão
fotos: Paulo Honório
Oficina do PGP dá o pontapé inicial do PT na eleição de 2016
“Essa oficina foi muito boa e necessária neste momento rumo às eleições municipais”, disse Parada. “Os debates foram esclarecedores para encontrarmos as melhores alternativas diante dos problemas que enfrentamos”
O Diretório Municipal do PT de Ribeirão Preto já começou a se movimentar em 2016, visando à eleição de outubro. Em 30 de janeiro, na série Dialoga Ribeirão, cerca de 50 pessoas (filiados, militantes, dirigentes e simpatizantes) participaram da Oficina do PGP (Programa de Governo Participativo), já abordando o planejamento estratégico para as eleições deste ano. O evento teve a abertura do presidente do DM, o vereador Jorge Parada.

“Essa oficina foi muito boa e necessária neste momento rumo às eleições municipais”, disse Parada. “Os debates foram esclarecedores para encontrarmos as melhores alternativas diante dos problemas que enfrentamos”, acrescentou ele.

O evento foi organizado pelo Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do Partido e teve o tema “Construindo um projeto de cidade para Ribeirão Preto”. Galeno Amorim, que coordena o PGP do PT-RP, foi um dos participantes, explicando como será o desenrolar das atividades partidárias nos próximos meses. Primeiro, o PGP foi criado e foram constituídos 13 Grupos de Trabalho (GTs), com áreas específicas e seus coordenadores.

Galeno destacou que o cronograma do PGP é dividido em etapas e, até agora, todos foram seguidos integralmente, nos prazo: foi criado o PGP, depois os seus GTs e a oficina. O próximo passo é elaborar os diagnósticos de cada GT até 15 de março, para que, em 15 de abril, seja concluída a primeira versão do PGP. Depois, até 15 de maio devem ocorrer plenárias temáticas e até em 15 de junho outras plenárias em cinco regiões da cidade. Finalmente, no aniversário de Ribeirão Preto, em 19 de junho, será lançado o PGP do PT.

Os 13 GTs do PGP foram divididos assim: educação; saúde; gestão inovadora e participativa; cultura; promoção da igualdade racial; juventude, trabalho e empreendedorismo; mulheres; direitos humanos, cidadania e segurança; meio ambiente; desenvolvimento urbano, rural e habitacional; mobilidade, logística e infraestrutura; ciências, tecnologia e inovações; e esportes e lazer.

“O Partido dos Trabalhadores vai oferecer para a população um novo projeto de cidade, mais justa e sustentável, mais desenvolvida, solidária e inclusiva, que se contrapõe à visão conservadora de sociedade onde os mais pobres ficam sempre para o fim de uma fila que nunca anda”, resumiu Galeno, sobre o papel do PGP do PT.

Na oficina, Humberto Tobé, publicitário e especialista em mídias sociais, destacou alguns pontos importantes para o pleito deste ano. “O PT dará todo o apoio jurídico aos seus candidatos, além de auxiliar nas prestações de contas, de acordo com o novo sistema eleitoral”, comentou ele. “Será preciso estar mais atento ao jogo que se desenhará em 2016”, alertou Tobé. Ele acrescentou que também foi criada uma plataforma, PT em Ação, para divulgar os investimentos feitos pelo governo federal nos municípios, já que muitas obras são inauguradas por prefeitos de outros partidos e o apoio federal na maioria das vezes nem é citado. Por isso, o PT criou o Bem-vindo Ministro, que terá visitas constantes de ministros aos municípios paulistas durante o ano.

Eduardo Tadeu Pereira, presidente da Associação Brasileira de Municípios e professor da Escola Nacional de Formação do PT, foi o facilitador da oficina e destacou importantes diretrizes e eixos do Modo Petista de Governar, como desenvolvimento local sustentável, participação popular e cidadã e controle social, políticas sociais e a realização de direitos, e gestão ética, democrática e eficiente, temas que devem constar nas discussões políticas durante a campanha eleitoral. Ele destacou ainda que será necessário que o candidato e filiados e militantes petistas participem de debates com os eleitores nos bairros, nos territórios sociais e até nas igrejas. Pereira também lembrou que é fundamental ter um planejamento, além de articulação entre ações imediatas e estratégicas, e o combate ao patrimonialismo e ao clientelismo.
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Rede PT Ribeirão 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Peraí, o peito é da mulher e a amamentação é do bebê!

Foto: Reprodução



A vanguarda é humanizar. Humanizar cada vez mais. No entanto, muitos daqueles que deveriam ser os precursores da humanização, ainda incidem em velhos ranços,  e, lastimavelmente, estão estes a criarem e modificarem leis  que regem nossas vidas na sociedade.


Por que as cenas recentes de uma deputada amamentando seu filho causou polêmica no Congresso espanhol e na Assembléia Legislativa de Porto Alegre? Onde está a polêmica?


A deputada do Congresso espanhol, Carolina Bescansa, ouviu de parte dos políticos espanhóis que o gesto foi uma “lamentável instrumentalização de crianças com fins políticos” e um “mau exemplo, desnecessário”, já que na Casa há uma creche. 


No caso da deputada estadual gaúcha Manuela D´Ávila, a amamentação de sua filha registrada em uma foto publicada em um blog do jornal Folha de S. Paulo, provou, por mais esta via, quanto desrespeito e discriminação contra a mulher ainda há. Uma das críticas que ela recebeu dizia que a imagem era uma “exposição desnecessária da mama de uma deputada” e ressaltava que ela deveria “apenas falar o que faz sem mostrar”. “Depois reclamam de assedio e [de] falta de respeito”, arrematou o comentarista. Indignada, a deputada respondeu: “Esse peito não é de deputada, é da mãe da Laura”. Ao EL PAÍS, ela explicou: “É sempre assim, se eu não amamentasse eles iriam cobrar o direito da bebê. Se amamento, estou expondo. Na verdade, eles não se conformam com mulheres ocupando espaços de poder”.


Várias mulheres relatam terem sido reprimidas ao amamentarem em público, há os que querem que elas cubram os seios com uma toalha para amamentar seu filho, e os casos foram tantos, e tão polêmicos, que São Paulo, capital, aprovou no ano passado lei municipal que pune quem proíbe a mulher de amamentar em público. O Rio Grande do Sul fez o mesmo em seguida. 


Esses mesmos homens, todavia, não se indignam com a globeleza, as mulheres das propagandas de cerveja. E por que não? Por que a diferença de tratamento?

Por que a ternura imbutida no ato de amamentar é deturpada e sexualizada?  Se quem a sexualiza é o homem,  por que a mulher é que tem ser culpada e ser inibida no ato de amamentar?
Mais uma vez é a tentativa de sanar a culpa do agressor, transformando a vítima em culpada. A mesma história da roupa usada pela mulher e que estimulou ou incitou o agressor para que a estuprasse.



Nossos peitos não podem existir para amamentar nossos filhos porque alguns homens ainda acreditam que têm o direito de sexualizar aquilo que bem entenderem, e a mulher é que tem que tomar cuidado acaso ela não queira que isso aconteça. Isso é opressão doentia!


Ao contrário do que disse o crítico de Manuela, desnecessária é tudo o que a foto da deputada amamentando não é. Ela representa a indignação e a reação de tantas outras mães que são constrangidas e oprimidas pelo bel prazer de homens que se acham no direito de definir padrões de comportamento e julgar condutas das mulheres, valorando-as conforme melhor lhe agradam. É nesse sentido que substituem os papéis do homem agressor com a mulher agredida, fazendo do algoz a vítima e da vítima a culpada. Não é isso que fazem com mulheres que são estupradas, dizendo que sua roupa ou comportamento criaram a agressão? Não é isso que dizem da mulher espancada pelo companheiro, "que ele pode não saber porque bateu, mas ela sabe porque apanhou".


O peito é da mulher, ela o mostra ou utiliza como quiser, e a amamentação é um direito da criança, assegurado por lei. Já a valoração que se dá à esses atos é de responsabilidade de cada um. E sim, digo responsabilidade e não direito de cada um, porque responsabilidade atribui deveres à pessoa, de inclusive responder pelas suas atitudes prejudiciais. E é muito prejudicial a discriminação e o preconceito, cria consequências maléficas na sociedade, nas gerações. E quem pratica más condutas tem que ser responsabilizado sim. Chega de tolerância com a intolerância. Chega de impunidade para o preconceito. Nossas mulheres não aguentam mais isso. Nossas gerações não têm que conviver com os erros da ignorância e do preconceito.


Outro dia ouvi o seguinte diálogo; "Esse teu papo politicamente correto é um saco." Dai a outra pessoa respondeu; "Um saco é o teu preconceito." E é isso mesmo!


As deputadas mencionadas não usaram da popularidade para levantar bandeiras e se aproveitar. Estavam, além de serem deputadas, sendo mães e atendendo a um direito de seus bebês. E, paralelamente, usar a própria popularidade para levantar uma bandeira tão importante e, infelizmente, tão contemporânea, é, no mínimo, muito necessário, como são necessárias as nossas marchas, os nossos textos. E continuarão sendo necessárias enquanto houver homens que acreditam que o corpo da mulher lhes diz respeito e é terreno seu, podendo construir nele as barbáries que lhe aprouver.


Que continuemos a ver bebês sendo amamentados nas casas de leis, e não só nelas, mas em todos os espaços que a mulher quiser, em todos os espaços de poder, de direção. Isso não só demonstrará que a maternidade está sendo respeitada, mas, também, que as mulheres estão ocupando cada vez mais espaços. E se a reação à essas ocupações vier na forma de crítica, que continuem vindo, porque se reagindo estão os machistas e preconceituosos é porque as mulheres estarão combatendo cada vez mais. Avante na luta!



Raquel Montero

O doce da vida

Agora a foto está no jornal A Cidade;




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