Raquel Montero

Raquel Montero

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Mais um 1º de Maio de luta

  
Foto: São Paulo/Ricardo Stuckert



   Tenho ouvido pessoas dizerem que querem ir embora do Brasil, como se o Brasil tivesse criado a corrupção e fosse o único lugar do mundo onde isso acontece. Tal comentário é tão pueril quanto covarde.


  Abandonar é o mesmo que se acovardar, deixar de lutar, entregar os pontos, dar ao vitória ao fracasso. 


   Eu nunca tive esse pensamento em 33 anos de minha vida, e pretendo ter lucidez para nunca ter. Nunca quis abandonar o país que foi berço do meu nascimento, lugar do meu crescimento.País de tantas oportunidades, de tanta diversidade. 


  É claro que temos erros. Mas julgar a essência ou o conteúdo tendo como critério quem o dirige ou executa é injustiça. Uma coisa é o conteúdo, a ideologia, a filosofia, outra coisa é quem a executa. É como dizer para todos os católicos que o catolicismo não presta porque alguns padres foram denunciados e condenados por pedofilia. 


 Desde o Império, desde a colonização, nosso povo luta por uma vida melhor. As Constituições que o Brasil já teve refletem essa luta. Desde a primeira Constituição do Brasil, de 1.824, até a atual, de 1.988, o povo brasileiro vem lutando, e nossas Constituições, lei maior de um país e expressão maior de um governo, mostram o quanto o povo brasileiro já lutou e conquistou. 


  Nenhum direito nos foi dado, nunca. Tudo foi conquistado à custa de muita luta. E se ao mesmo tempo nada foi fácil em matéria de direitos, nossas conquistas mostraram nossa força.


  Hoje voltamos a viver um momento difícil, depois de 12 anos de contínuo crescimento e progresso com os Governos Lula e Dilma que apresentaram índices e programas que serviram de bom exemplo ao mundo, e que, assim sendo, também foram copiados no mundo.


   O momento, precedido de um golpe, está tão deturpado que têm pessoas que acham que fazer greve é coisa de vagabundo, no entanto, quando esses vagabundos fazem greve não tem ônibus na rua, a escola pára, o metrô não anda. É o momento em que as pessoas acham bunitinho um político milionário se vestir de gari e tem tanta raiva de um torneiro mecânico virar político. 


  A vida tem altos e baixos, não que tenha que ter "os baixos", mas, infelizmente, às vezes vivemos isso, por diversas razões, dentre elas, por maldade dos outros e erros nossos. Nesse momento estamos vivendo "nos baixos" e Temer parece representar a figura que reina no inferno, protagonizando no Brasil as maldades que nomeadas de reformas destroem conquistas e impedem novos direitos à classe trabalhadora, à luta das mulheres, dos negros, dos estudantes, da diversidade.


  Mas como já ocorreu outras vezes na história, voltaremos "aos altos". Cito mais uma vez nossas Constituições para falar de nossas lutas e nossa superação. Entre elas também tivemos nossos altos e baixos, tivemos os desvios que nos tiraram da marcha de progresso, mas na continuidade da luta conseguimos fazer com que o melhor para o povo prevalecesse, com a promulgação de uma Constituição que nos elevou a um dos melhores do mundo nesses quesito.


  Porque o sentido deve ser sempre avançar. Vamos superar essa fase porque nosso povo é de luta e a cada luta que vivemos saímos melhor dela, mais amadurecidos e conscientes do nossos direitos e deveres.


  Mais um 1º de Maio de luta.


   Raquel Montero

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