Raquel Montero

Raquel Montero

sexta-feira, 8 de março de 2019

Entrevista sobre desigualdade entre homens e mulheres em cargos políticos

Em matéria da Revide fui entrevistada nesse 8 de março de 2.019 para falar da desigualdade entre homens e mulheres em cargos políticos. Avançamos, mas ainda há muito que conquistar. Avante e um 8M de luta a todos e todas nós! Link da matéria na Revide:




Mulheres ainda são minoria em cargos de destaque na política de Ribeirão Preto

Por outro lado, a média salarial se mostra competitiva entre homens e mulheres no funcionalismo público

   
Apesar de representar a maioria na população de Ribeirão Preto, as mulheres ainda são a minoria quando o assunto é política na cidade.  O caso mais evidente é o da composição da Câmara na cidade, com 26 vereadores homens e apenas uma mulher.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, a população ribeirãopretana atualmente tem 52% de mulheres e 48% de homens. Número que não passa nem perto da composição da Câmara Municipal: 3% feminina e 97% masculina.
A desigualdade se reflete também nos gabinetes, onde a relação é de 6 homens para 4 mulheres. O cargo de assessor direto, função com a remuneração mais alta, é ocupado em 73% dos gabinetes por homens, e em apenas 27% por mulheres.
Esta diferença não se restringe somente aos parlamentares. Atualmente, as mulheres correspondem a 72% do quadro do funcionalismo público municipal, segundo dados da própria Prefeitura. Contudo, os homens representam o dobro das mulheres nos principais cargos do Executivo, incluindo secretários, superintendentes e responsáveis por autarquias.
Por outro lado, de modo geral, a média salarial se mostra competitiva entre homens e mulheres no funcionalismo público. Dentre os 100 servidores municipais com os maiores salários, 47 são de homens e 53 são de mulheres. Contudo, a média é de R$ 12 mil para homens e R$ 11 mil para mulheres.
Não obstante, se colocados lado a lado, os 100 maiores salários masculinos e os 100 maiores salários femininos, as mulheres saem na frente. A média salarial liquida dessas mulheres é de R$ 16 mil, enquanto a dos homens é de R$ 15,8 mil.
Nas eleições
Nas últimas eleições, o número de mulheres que saíram candidatas pela região de Ribeirão Preto também foi baixo. Apensas 18% dos candidatos da região eram mulheres: ao todo, foram 54 candidatos, sendo 110 mulheres e 44 homens.
Para a advogada Raquel Montero, a baixa quantidade de mulheres candidatas não é um fato restrito apenas a Ribeirão Preto, mas um reflexo do que acontece no Brasil e no mundo.
Raquel explica que uma série de fatores impede a mulher de chegar aos cargos de poder. A advogada analisa que não se trata apenas do voto.  A eleição, segundo Raquel, é apenas a última etapa do processo.  
"Para termos mais mulheres na política, precisamos de condições para viabilizar isso. Mulheres casadas, com filhos, e que fazem serviços domésticos além do trabalho têm menos tempo livre do que os homens", analisa a especialista.
Desigualdade Nacional
Segundo levantamento feito pela advogada, a desigualdade entre gêneros não é um fato presente somente em Ribeirão Preto. No Senado Federal, são sete senadoras, para 74 senadores. Na Câmara, são 77 deputadas para 436 deputados. Na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), são 18 deputadas para 76 deputados.
Apesar da população brasileira ser composta de 51,6% mulheres e 48,4% de homens, segundo o IBGE, em nenhuma situação dentro da política as mulheres são maioria. “Com esses números, podemos dizer que embora tenhamos mudanças na legislação, infelizmente na realidade nós ainda convivemos com muita desigualdade”, conclui Raquel.
Foto: Aline Pereira / Câmara Ribeirão Preto

Nenhum comentário:

Postar um comentário