Raquel Montero

Raquel Montero

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Comida é corpo. Cultura é alma.


Muito embora a região sudeste e sul possuam o menor grau de exclusão nos equipamentos culturais, ficando em vantagem com relação às regiões norte e nordeste, que possuem o maior grau de exclusão nesses equipamentos, isso não deixa o Estado de São Paulo em uma situação confortável. Ainda há muito que melhorar para dizermos que temos um estado que proporciona cultura para seu povo.

Um estado bem planejado olha para todos os aspectos que formam a vida em sociedade, de maneira que, não olhando para algum de seus aspectos o estado desequilibra e não é só o lado desfavorecido que perece, mas sim, toda a sociedade que sofre as consequências das mazelas praticadas em desfavor dos membros dessa mesma sociedade.

Dessa forma, olhar e valorizar a cultura no Estado de São Paulo é mais que um dever dos gestores públicos, é uma necessidade que, por sua vez, demonstra não só cumprimento do dever, mas respeito do agente público com o povo de seu estado.

Cultura também faz parte da vida e dos direitos sociais. A comida alimenta o corpo, a cultura alimenta a alma, e uma não dispensa a outra, ao contrário, se completam num harmônico equilíbrio.

Valorizando a Cultura, contribui-se para o desenvolvimento das pessoas e da educação. Se a educação forma dentro de um padrão de ensino, que nos padroniza, a cultura vem para nos libertar dos padrões de uma maneira reflexiva.

A arte através de suas diversas linguagens, caminha a favor da formação da sensibilidade e do senso crítico do indivíduo, capaz de provocar questionamentos a respeito da condição humana e de se confrontar com sua própria identidade e realidade. Porém, nem todo cidadão brasileiro tem acesso a essa experiência. Pesquisa realizada em 2010 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revela o grande abismo cultural existente no país, onde cerca de 54% dos brasileiros nunca foram ao cinema. Os entrevistados sinalizaram que os maiores empecilhos são pouco tempo livre, salas mal localizadas e, principalmente, preços muito altos.

Ainda de acordo com o IPEA, o desenvolvimento cultural depende do contexto urbano em que a população é inserida e a dificuldade de acesso a equipamentos culturais é apontada como um dos principais obstáculos à democratização da cultura.

Mas temos que mudar essa realidade se realmente reconhecemos a importância da cultura e seu caráter imprescindível para o desenvolvimento humano. Minhas propostas para essa mudanças seriam;


·        fomentar a implementação do programa do governo federal, Vale Cultura, em todo o Estado de São Paulo;
·        ampliar o acesso da população à cultura, por meio de equipamentos e ações, a partir de sua descentralização no território;
·        construir, reformar e requalificar equipamentos culturais;
·        construir, reformar e requalificar pontos e centros culturais;
·        alcançar um calendário anual de programações culturais que abranjam todo o território do estado;

·        criar, fomentar e fortalecer programas de incentivo a cultura e aos artistas.

Raquel Montero

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