Raquel Montero

Raquel Montero

sábado, 7 de abril de 2012

Chuva




A música do vídeo é bonita o coral canta bem mas o que mais me agradou nessa apresentação foi a interpretação da chuva que o coral reproduziu. Belíssima reprodução! Magnífico som!

Existe a explicação científica para o acontecimento que se denominou chuva. Mas em que pese essa explicação e suas coerências, a chuva tem também sua magia. Ela pode ser brava ou calma, aterrorizar ou apaziguar, aquecer ou esfriar, alegrar ou entristecer, produzir ou destruir, lavar ou sujar, encher ou transbordar, acolher ou afastar, ventar ou abafar, ajudar ou atrapalhar. Ela pode trazer muitas lembranças e sensações... 

...começava a chover e ai era o momento de ficar dentro de casa olhando pela janela a chuva forte que caia na rua, de ficar dentro de casa contando histórias e rindo, o que se tornava um momento muito aconchegante e prazeroso. Era o momento de ir dormir porque dormir com chuva é a própria benção, de escorregar de papelão na grama molhada da praça do “escadão”, de não ir na escola porque tinha começado a chover e já que era muito cedo e estava chovendo, melhor mesmo era ficar na cama, porque nada era mais acolhedor naquele momento, de sentir medo dos trovões e raios e reconhecer nossa própria fraqueza, a proteção da mãe que gera e a grandeza da mãe natureza, de ficar olhando as plantas dançarem ao vento e se lavarem do pó acumulado em suas folhas, de ver os pássaros molhados que não conseguiram se abrigar da chuva, de ver as goteiras que ser formam na árvores, de observar toda a harmonia que existe no universo e de aprender com ela, de ficar feliz ao sentir o cheiro da chuva antes que começasse a chover porque junto com a chuva se poderia reviver os acontecimentos bons que com as chuvas passadas ocorreram.

É o momento de temer tragédias que a negligência e corrupção humana permitem com que aconteçam quando seus governantes deixam de ser administradores de suas cidades para serem estelionatários populares e fazem sofrer muitos, como todos aqueles que em época de chuva ficam com suas casas alagadas, e para os que não tem casa, são seus próprios corpos que molham.  É o momento de pensar nos animais de rua, vítimas de seus respetivos donos, que os abandonaram quando não os queriam mais. 

É o momento de ser humano, porque todo esse contraste nos permite pensar que embora existam mazelas, existe o belo e se ele existe é porque é possível o melhor, ser melhor, fazer melhor, viver melhor.

Só algo transcendental pode proporcionar tantas sensações. Abençoada chuva!

  Raquel Bencsik Montero

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